Serpentes de importância médica do estado do Rio de Janeiro: taxonomia, distribuição geográfica e epidemiologia

• Autor(a) principal: Duque, Bianca Rossi
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31339
• topic: Acidente ofídico; Coleção científica; Antiveneno; Répteis; Ofidismo; Doenças negligenciadas; Peçonha; Snakebite; Scientific collection; Antivenom

Os acidentes ofídicos, no âmbito mundial, afetam cerca de 5 milhões de pessoas, podendo chegar a 100.000 mortes anualmente. Conforme o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) 30.691 foram afetados por picadas de serpente no Brasil em 2019, atingindo uma incidência média nacional de 14,5 casos por 100.000 habitantes e com 2.508 óbitos no período de 2001 a 2019. Dessa forma, seguindo o panorama brasileiro do ofidismo, o estado do Rio de Janeiro registrou 10.775 notificações e uma incidência média de 393,84 por 100.000 habitantes e 21 óbitos, entre 2001-2019. Os casos de acidente também são um problema veterinário em outros países tropicais, sendo relatado em 14 grupos de animais domésticos, e em 119 publicações em todo o mundo. Considerando a importância desta temática e a possibilidade de contribuir na compreensão e mitigação dos acidentes ofídicos, o presente estudo objetivou apresentar um mapeamento anotado da distribuição geográfica de serpentes de importância médica no estado do Rio de Janeiro. Em adição, objetivamos também apresentar o número e a distribuição dos acidentes ofídicos registrados nos últimos 18 anos para o estado do Rio de Janeiro. Por fim, destacar características taxonômicas para a identificação dos espécimes a partir do levantamento de dados morfológicos realizado, facilitando a identificação das espécies nos acidentes ofídicos de interesse médico. Utilizamos exemplares depositados em Coleções Científicas para verificar a ocorrência destas espécies nos limites do estado, sendo 2.109 espécimes de Coleções Científicas: 1.608 da Coleção Científica Instituto Vital Brazil (IVB), 414 do Instituto Butantan (IBSP) e 12 do Museu Nacional (MNRJ), além de dados da literatura. Os dados de distribuição geográfica foram obtidos associados aos vouchers dos espécimes, sendo posteriormente georreferenciados no Quantum GIS. Já os dados morfológicos como folidose, medições e padrão de cor foram coletados de espécimes preservados com vouchers do IVB. Dentre os resultados mais relevantes, destacam-se os novos traços encontrados e descritos que auxiliam na identificação das espécies Bothrops jararacussu e B. jararaca, Pseudablabes patagoniensis e Philodryas olfersii. As espécies de P. patagoniensis e P. olfersii foram consideradas pois os acidentes podem eventualmente levar a quadros inflamatórios, ou mesmo, ao óbito, com um caso relatado. Ademais, foram estabelecidos dados de distribuição geográfica, contribuindo assim, na identificação das espécies em questão. Dessa forma, pode-se usar essas novas informações para avaliar as implicações para a conservação desses animais. No total, foram contabilizadas no estado do Rio de Janeiro, entre 1820 e 2021, 2.123 espécimes com uma riqueza de espécies de seis gêneros e 13 espécies distribuídas em três famílias.