Avaliação da displasia epitelial no líquen plano oral e na lesão liquenoide oral
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/28419 |
Resumo: | Introdução: O líquen plano oral e a lesão liquenoide oral representam um grupo heterogêneo de doenças inflamatórias caracterizadas por manifestações clínicas e características histopatológicas semelhantes. Não existe um consenso sobre o potencial de malignidade do líquen plano oral. A Organização Mundial de Saúde o considera como uma desordem potencialmente maligna, entretanto, a ausência de displasia epitelial é colocada em propostas recentes de critérios histopatológicos para seu diagnóstico, como a da Academia Americana de Patologia Oral e Maxilofacial. A lesão liquenoide oral é considerada uma desordem potencialmente maligna por ambas as organizações. Objetivo Geral: Identificar a presença e o grau de severidade da displasia epitelial no líquen plano oral e na lesão liquenoide oral. Material e Métodos: Este estudo é observacional, transversal e retrospectivo. A amostra é composta por participantes com líquen plano oral e lesão liquenoide oral classificados segundo os critérios clínicos e histopatológicos propostos pela Academia Americana de Patologia Oral e Maxilofacial, excetuando-se a displasia epitelial para o líquen plano oral. Para a avaliação da displasia epitelial foram utilizados os critérios da Organização Mundial de Saúde e do sistema binário. A avaliação foi feita por duas patologistas de maneira independente e os critérios discordantes foram discutidos em conjunto. Resultados: A amostra é composta por 56 participantes (46 com líquen plano oral e dez com lesão liquenoide oral). Foram avaliadas lâminas provenientes de 65 biópsias desses participantes e todas apresentaram displasia epitelial, sendo 48 (73,8%) biópsias consideradas leves, 15 (23,1%) moderados e dois (3,1%) severos. Foram encontradas associações estatisticamente significativas entre o grau da displasia epitelial com a idade (p=0,001) e a cor da pele (p=0,008) dos participantes. A análise da variabilidade interavaliador não apresentou concordância estatisticamente significativa quanto à classificação do grau da displasia epitelial pelos critérios da Organização Mundial de Saúde, no entanto, houve concordância estatisticamente significativa com relação à classificação do sistema binário (k=0,257; p=0,035). A análise de concordância intra-avaliador da avaliadora 1 demonstrou que a classificação do grau da displasia epitelial segundo ambos os métodos apresentou concordância estatisticamente significativa (k=0,546; p=0,004 e k=0,861; p<0,001, respectivamente). Na avaliadora 2, apenas a avaliação da classificação do sistema da Organização Mundial de Saúde apresentou concordância estatisticamente significativa (k=0,593; p=0,010). Conclusão: A presença da displasia epitelial é frequente no líquen plano oral e na lesão liquenoide oral e o grau de displasia epitelial não varia estatisticamente entre ambas as lesões. A ausência da displasia epitelial não deve ser considerada como um critério diagnóstico para classificação do líquen plano oral. Indivíduos mais velhos apresentaram maior probabilidade de displasia epitelial moderada/severa do que indivíduos mais jovens, e indivíduos brancosapresentaram maior probabilidade de displasia epitelial moderada/severa do que indivíduos negros. A avaliação da presença dos critérios individuais e da presença e grau da displasia epitelial é subjetiva e depende da experiência individual dos avaliadores. As alterações sutis e focais e o infiltrado inflamatório, característico dessas lesões, podem aumentar o grau de discordância. O sistema binário apresentou melhor concordância na avaliação interavaliador, enquanto o sistema da Organização Mundial de Saúde, melhor concordância intra-avaliador. |
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Avaliação da displasia epitelial no líquen plano oral e na lesão liquenoide oralLíquen plano oralVariação do avaliadorCâncer oralNeoplasia bucalLíquen plano bucalOral lichen planusObserver variationOral cancerIntrodução: O líquen plano oral e a lesão liquenoide oral representam um grupo heterogêneo de doenças inflamatórias caracterizadas por manifestações clínicas e características histopatológicas semelhantes. Não existe um consenso sobre o potencial de malignidade do líquen plano oral. A Organização Mundial de Saúde o considera como uma desordem potencialmente maligna, entretanto, a ausência de displasia epitelial é colocada em propostas recentes de critérios histopatológicos para seu diagnóstico, como a da Academia Americana de Patologia Oral e Maxilofacial. A lesão liquenoide oral é considerada uma desordem potencialmente maligna por ambas as organizações. Objetivo Geral: Identificar a presença e o grau de severidade da displasia epitelial no líquen plano oral e na lesão liquenoide oral. Material e Métodos: Este estudo é observacional, transversal e retrospectivo. A amostra é composta por participantes com líquen plano oral e lesão liquenoide oral classificados segundo os critérios clínicos e histopatológicos propostos pela Academia Americana de Patologia Oral e Maxilofacial, excetuando-se a displasia epitelial para o líquen plano oral. Para a avaliação da displasia epitelial foram utilizados os critérios da Organização Mundial de Saúde e do sistema binário. A avaliação foi feita por duas patologistas de maneira independente e os critérios discordantes foram discutidos em conjunto. Resultados: A amostra é composta por 56 participantes (46 com líquen plano oral e dez com lesão liquenoide oral). Foram avaliadas lâminas provenientes de 65 biópsias desses participantes e todas apresentaram displasia epitelial, sendo 48 (73,8%) biópsias consideradas leves, 15 (23,1%) moderados e dois (3,1%) severos. Foram encontradas associações estatisticamente significativas entre o grau da displasia epitelial com a idade (p=0,001) e a cor da pele (p=0,008) dos participantes. A análise da variabilidade interavaliador não apresentou concordância estatisticamente significativa quanto à classificação do grau da displasia epitelial pelos critérios da Organização Mundial de Saúde, no entanto, houve concordância estatisticamente significativa com relação à classificação do sistema binário (k=0,257; p=0,035). A análise de concordância intra-avaliador da avaliadora 1 demonstrou que a classificação do grau da displasia epitelial segundo ambos os métodos apresentou concordância estatisticamente significativa (k=0,546; p=0,004 e k=0,861; p<0,001, respectivamente). Na avaliadora 2, apenas a avaliação da classificação do sistema da Organização Mundial de Saúde apresentou concordância estatisticamente significativa (k=0,593; p=0,010). Conclusão: A presença da displasia epitelial é frequente no líquen plano oral e na lesão liquenoide oral e o grau de displasia epitelial não varia estatisticamente entre ambas as lesões. A ausência da displasia epitelial não deve ser considerada como um critério diagnóstico para classificação do líquen plano oral. Indivíduos mais velhos apresentaram maior probabilidade de displasia epitelial moderada/severa do que indivíduos mais jovens, e indivíduos brancosapresentaram maior probabilidade de displasia epitelial moderada/severa do que indivíduos negros. A avaliação da presença dos critérios individuais e da presença e grau da displasia epitelial é subjetiva e depende da experiência individual dos avaliadores. As alterações sutis e focais e o infiltrado inflamatório, característico dessas lesões, podem aumentar o grau de discordância. O sistema binário apresentou melhor concordância na avaliação interavaliador, enquanto o sistema da Organização Mundial de Saúde, melhor concordância intra-avaliador.Introduction: Oral lichen planus and oral lichenoid lesion represent a heterogeneous group of inflammatory diseases characterized by similar clinical manifestations and histopathological features. There is no consensus on the malignant potential of oral lichen planus. The World Health Organization considers it a potentially malignant disorder, however, the absence of epithelial dysplasia is included in recent proposals for histopathological criteria for its diagnosis, such as that of the American Academy of Oral and Maxillofacial Pathology. The oral lichenoid lesion is disorder by both organizations. General objectives: To identify the presence and degree of severity of epithelial dysplasia in oral lichen planus and oral lichenoid lesion. Material and Methods: This study is observational, cross-sectional and retrospective. The sample is composed of participants with oral lichen planus and oral lichenoid lesion classified according to the clinical and histopathological criteria proposed by the American Academy of Oral and Maxillofacial Pathology, except for epithelial dysplasia for oral lichen planus. For the evaluation of epithelial dysplasia, the criteria of the World Health Organization and the binary system were used. The evaluation was performed independently by two pathologists and discordant criteria were discussed together. Results: The sample is composed of 56 cases (46 with oral lichen planus and ten with oral lichenoid lesion). Slides from Sixty-five biopsies of these participants were evaluated and all showed epithelial dysplasia, with 48 (73.8%) cases considered mild, 15 (23.1%) moderate and two (3.1%) severe. Statistically significant associations were found between the degree of epithelial dysplasia with age (p=0.001) and skin color (p=0.008) of the participants. The analysis of inter-observer variability did not show statistically significant agreement regarding the classification of the degree of epithelial dysplasia by the criteria of the World Health Organization, however, there was statistically significant agreement regarding the classification of the binary system (k=0.257; p=0.035). The intra-observer agreement analysis by observer 1 showed that the classification of the degree of epithelial dysplasia according to both methods showed statistically significant agreement (k=0.546; p=0.004 and k=0.861; p<0.001, respectively). In evaluator 2, only the assessment of the World Health Organization system classification showed statistically significant agreement (k=0.593; p=0.010). Conclusion: The presence of epithelial dysplasia is frequent in oral lichen planus and oral lichenoid lesion and the degree of epithelial dysplasia does not vary statistically between both lesions. The absence of epithelial dysplasia should not be considered as a diagnostic criterion for classifying oral lichen planus.Older individuals were more likely to have moderate/severe epithelial dysplasia than younger ones and white individuals were more likely to have moderate/severe epithelial dysplasia than black individuals. The assessment of the presence of individual criteria and of the presence and degree of epithelial dysplasia is subjective and depends on the individual experience of the evaluators. The subtle and focal changes, and the inflammatory infiltrate, typical of these lesions, can increase the degree of disagreement between observers. The binary system showed better agreement in the inter-observer assessment while the World Health Organization system had better intra-observer agreement.124 f.Silva Junior, Arleyhttp://lattes.cnpq.br/9066619136266441Conde, Danielle Castexhttp://lattes.cnpq.br/5649125369254777Cunha, Karin Soares Gonçalveshttp://lattes.cnpq.br/2530104978789735Werneck, Juliana Tristãohttp://lattes.cnpq.br/0934652080221547Barros, Liliana Aparecida Pimenta dehttp://lattes.cnpq.br/8635277660080840Souza, Letícia Nogueira da Gama dehttp://lattes.cnpq.br/2797885632539769Gonçalves, Lúcio de Souzahttp://lattes.cnpq.br/2045571069257485http://lattes.cnpq.br/1349145718136641Marques, Letícia Côgo2023-03-31T13:16:47Z2023-03-31T13:16:47Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfMARQUES, Letícia Côgo. 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