Autoexclusão no espaço urbano: o caso da Barra da Tijuca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Marcio Menezes
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23811
Resumo: Cidades vêm produzindo diferentes tipos de enclaves urbanos fortificados (CALDEIRA, 2010). Grandes condomínios fechados, shopping centers, conjuntos de edifícios de escritórios buscam resolver internamente as necessidades de seus usuários e empreendedores. O recorte escolhido para a investigação desta espacialidade contemporânea é a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Contemplado com um plano modernista do Arquiteto Lucio Costa, em 1969, o bairro foi sendo constituído ao longo do tempo por diversos projetos dispersos e fechados. Analisando a história, condicionantes econômicos e sociais e a morfologia urbana, o trabalho procura refletir sobre estes espaços que se tornaram áreas de autoexclusão as quais, intencionalmente, possuem limitada comunicação, integração e responsabilidade de compor o tecido da cidade. A trajetória destes empreendimentos evidencia o patrimonialismo (FAORO, 2012) em ação junto ao poder público, em um processo baseado no racionalismo individualista e na financeirização da produção do espaço urbano. O produto é um espaço marcado pela segregação sócio-espacial, fruto do modelo de acumulação flexível do capitalismo globalizado. Tais empreendimentos contribuem para ampliar o estranhamento entre os cidadãos, produzindo significativos custos sociais e ambientais em uma sociedade caracterizada por grandes precariedades, no que diz respeito a infraestrutura e acesso a equipamentos públicos. Esta tipologia urbanística, entretanto, obteve grande sucesso no mundo e no Brasil. Este êxito é fundado no medo (real e construído, potencializado pela imprensa e pela publicidade). É fruto também de preconceitos, do desejo de exclusividade e privilégios. Acontece contrariando a teoria urbanística, que, desde a tradição iniciada por Jane Jacobs, vem procurando justificar a inviabilidade destes modelos segregados para a produção de espaços urbanos como devem ser: vivos, includentes, integrados, eficientes, sustentáveis e seguros.
id UFF-2_36bf4b1cd200ca7a7c59a4bb68bc77b0
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/23811
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Autoexclusão no espaço urbano: o caso da Barra da TijucaEspaço urbanoExclusão socialEdificaçãoCondomínioBarra da Tijuca (Rio de Janeiro, RJ)Cidades vêm produzindo diferentes tipos de enclaves urbanos fortificados (CALDEIRA, 2010). Grandes condomínios fechados, shopping centers, conjuntos de edifícios de escritórios buscam resolver internamente as necessidades de seus usuários e empreendedores. O recorte escolhido para a investigação desta espacialidade contemporânea é a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Contemplado com um plano modernista do Arquiteto Lucio Costa, em 1969, o bairro foi sendo constituído ao longo do tempo por diversos projetos dispersos e fechados. Analisando a história, condicionantes econômicos e sociais e a morfologia urbana, o trabalho procura refletir sobre estes espaços que se tornaram áreas de autoexclusão as quais, intencionalmente, possuem limitada comunicação, integração e responsabilidade de compor o tecido da cidade. A trajetória destes empreendimentos evidencia o patrimonialismo (FAORO, 2012) em ação junto ao poder público, em um processo baseado no racionalismo individualista e na financeirização da produção do espaço urbano. O produto é um espaço marcado pela segregação sócio-espacial, fruto do modelo de acumulação flexível do capitalismo globalizado. Tais empreendimentos contribuem para ampliar o estranhamento entre os cidadãos, produzindo significativos custos sociais e ambientais em uma sociedade caracterizada por grandes precariedades, no que diz respeito a infraestrutura e acesso a equipamentos públicos. Esta tipologia urbanística, entretanto, obteve grande sucesso no mundo e no Brasil. Este êxito é fundado no medo (real e construído, potencializado pela imprensa e pela publicidade). É fruto também de preconceitos, do desejo de exclusividade e privilégios. Acontece contrariando a teoria urbanística, que, desde a tradição iniciada por Jane Jacobs, vem procurando justificar a inviabilidade destes modelos segregados para a produção de espaços urbanos como devem ser: vivos, includentes, integrados, eficientes, sustentáveis e seguros.Cities have been producing different types of fortified urban enclaves (CALDEIRA, 2010). Large gated communities, shopping malls, office complexes seek to address inside its limits strictly the needs of their users and developers. This work examines Barra da Tijuca, in Rio de Janeiro, Brazil. Contemplated with a modernist plan by the Architect Lucio Costa, in 1969, the neighborhood was developed over time by several dispersed and closed “ghettos”. Analyzing the historic, economic and social aspects and urban morphology, this work seeks a reflection over these spaces that become areas of self-exclusion which have, intentionally, limited communication, integration and responsibility to compose the fabric of the city. The trajectory of these enterprises evidences patrimonialism (FAORO, 2012) compelling the public sector to act in its behalf, in a process based on individualistic rationalism and financial bias of the urbanization process. The products are spaces of extreme inequality, yielded by the model of flexible accumulation of globalized capitalism. These ventures contribute to widening alienation among citizens, producing significant social and environmental costs in a society marked by great vulnerabilities. This urbanistic form, however, has achieved great success in the world and in Brazil. This success is built on the basis of fear (real and manufactured, boosted by the press and advertising). It is also the result of prejudices, the desire for exclusivity and privileges. It happens contrary to the urban theory, which since the tradition initiated by Jane Jacobs has been trying to justify the inviability of these segregated models for the production of urban spaces as they should be: living, inclusive, integrated, efficient, sustainable and safe.235 f.NiteróiLeitão, Gerônimo Emílio AlmeidaMoraes Netto, Vinicius deNunes-Ferreira, Carlos EduardoMartins, Marcio Menezes2021-12-07T01:15:44Z2021-12-07T01:15:44Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/23811Aluno de MestradoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-12-07T01:15:45Zoai:app.uff.br:1/23811Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-12-07T01:15:45Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Autoexclusão no espaço urbano: o caso da Barra da Tijuca
title Autoexclusão no espaço urbano: o caso da Barra da Tijuca
spellingShingle Autoexclusão no espaço urbano: o caso da Barra da Tijuca
Martins, Marcio Menezes
Espaço urbano
Exclusão social
Edificação
Condomínio
Barra da Tijuca (Rio de Janeiro, RJ)
title_short Autoexclusão no espaço urbano: o caso da Barra da Tijuca
title_full Autoexclusão no espaço urbano: o caso da Barra da Tijuca
title_fullStr Autoexclusão no espaço urbano: o caso da Barra da Tijuca
title_full_unstemmed Autoexclusão no espaço urbano: o caso da Barra da Tijuca
title_sort Autoexclusão no espaço urbano: o caso da Barra da Tijuca
author Martins, Marcio Menezes
author_facet Martins, Marcio Menezes
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Leitão, Gerônimo Emílio Almeida
Moraes Netto, Vinicius de
Nunes-Ferreira, Carlos Eduardo
dc.contributor.author.fl_str_mv Martins, Marcio Menezes
dc.subject.por.fl_str_mv Espaço urbano
Exclusão social
Edificação
Condomínio
Barra da Tijuca (Rio de Janeiro, RJ)
topic Espaço urbano
Exclusão social
Edificação
Condomínio
Barra da Tijuca (Rio de Janeiro, RJ)
description Cidades vêm produzindo diferentes tipos de enclaves urbanos fortificados (CALDEIRA, 2010). Grandes condomínios fechados, shopping centers, conjuntos de edifícios de escritórios buscam resolver internamente as necessidades de seus usuários e empreendedores. O recorte escolhido para a investigação desta espacialidade contemporânea é a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Contemplado com um plano modernista do Arquiteto Lucio Costa, em 1969, o bairro foi sendo constituído ao longo do tempo por diversos projetos dispersos e fechados. Analisando a história, condicionantes econômicos e sociais e a morfologia urbana, o trabalho procura refletir sobre estes espaços que se tornaram áreas de autoexclusão as quais, intencionalmente, possuem limitada comunicação, integração e responsabilidade de compor o tecido da cidade. A trajetória destes empreendimentos evidencia o patrimonialismo (FAORO, 2012) em ação junto ao poder público, em um processo baseado no racionalismo individualista e na financeirização da produção do espaço urbano. O produto é um espaço marcado pela segregação sócio-espacial, fruto do modelo de acumulação flexível do capitalismo globalizado. Tais empreendimentos contribuem para ampliar o estranhamento entre os cidadãos, produzindo significativos custos sociais e ambientais em uma sociedade caracterizada por grandes precariedades, no que diz respeito a infraestrutura e acesso a equipamentos públicos. Esta tipologia urbanística, entretanto, obteve grande sucesso no mundo e no Brasil. Este êxito é fundado no medo (real e construído, potencializado pela imprensa e pela publicidade). É fruto também de preconceitos, do desejo de exclusividade e privilégios. Acontece contrariando a teoria urbanística, que, desde a tradição iniciada por Jane Jacobs, vem procurando justificar a inviabilidade destes modelos segregados para a produção de espaços urbanos como devem ser: vivos, includentes, integrados, eficientes, sustentáveis e seguros.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017
2021-12-07T01:15:44Z
2021-12-07T01:15:44Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://app.uff.br/riuff/handle/1/23811
Aluno de Mestrado
url https://app.uff.br/riuff/handle/1/23811
identifier_str_mv Aluno de Mestrado
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Niterói
publisher.none.fl_str_mv Niterói
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1802135385179947008