Caminhar é preciso: trajetórias assistenciais em uma região de saúde do Estado do Rio de Janeiro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/9311 |
Resumo: | Este estudo orientou-se pelo objetivo de compreender, sob a ótica do usuário, o acesso e organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), assim como a função de coordenação do cuidado pela Atenção Primária à Saúde (APS). O estudo utilizou-se da abordagem qualitativa por meio da construção das Trajetórias Assistenciais de mulheres com lesão precursora do câncer do colo do útero no cenário de uma Região de Saúde no estado do Rio de Janeiro. Embora as usuárias tenham relatado que os serviços de APS sejam local de busca regular de cuidados, também referiram dificuldades de acesso devido à rotatividade de médicos e ao horário de funcionamento das unidades básicas de saúde, sem que estratégias de ajuste ou flexibilização de horários fossem identificadas. Ações de educação em saúde, de vigilância em saúde e assistência farmacêutica na região estudada estiveram ausentes ou insuficientes nas narrativas das usuárias. Como pontos positivos destacaram-se facilidade de acesso geográfico às unidades de primeiro contato, produção de vínculo e acolhimento dos diversos profissionais da APS e a presença de Agentes Comunitários de Saúde como mediadores da relação entre território, usuárias e sistema de saúde. O principal obstáculo à atenção especializada foi de acessibilidade geográfica para mulheres do município de médio porte. A maior dificuldade de acesso referida pelas mulheres foi em relação à atenção hospitalar. Na busca pelo cuidado adequado e em tempo oportuno, houve relatos de utilização de serviços privados para a realização de exames de rotina e confirmação diagnóstica. A comunicação estabelecida entre profissionais e usuários se mostrou significativamente frágil, nos diversos níveis assistenciais. Foi também evidenciada falta de integração assistencial e de coordenação informacional, que se apresentou, na experiência das mulheres, pela percepção de descontinuidade do cuidado. Apesar de todas as dificuldades os serviços foram bem avaliados pelas usuárias. Em síntese, os resultados do estudo revelaram o quanto ainda se faz necessário avançar na centralidade do usuário e de sua família e repensar os processos de trabalho em consonância com princípios doutrinários, humanitários e organizacionais do SUS, que permita a concretização da integralidade que se faz no real acesso às ações e serviços de saúde |
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Caminhar é preciso: trajetórias assistenciais em uma região de saúde do Estado do Rio de JaneiroAvaliação em saúdeAcesso aos serviços de saúdeIntegração de sistemasTrajetórias assistenciaisCâncer do colo do úteroAvaliação em saúdeServiço de saúdeNeoplasia do colo do úteroAtenção primária à saúdeAgente comunitário de saúdeEvaluation in healthAccessing to health servicesSystem integrationAssistance trajectoriesCervical cancerEste estudo orientou-se pelo objetivo de compreender, sob a ótica do usuário, o acesso e organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), assim como a função de coordenação do cuidado pela Atenção Primária à Saúde (APS). O estudo utilizou-se da abordagem qualitativa por meio da construção das Trajetórias Assistenciais de mulheres com lesão precursora do câncer do colo do útero no cenário de uma Região de Saúde no estado do Rio de Janeiro. Embora as usuárias tenham relatado que os serviços de APS sejam local de busca regular de cuidados, também referiram dificuldades de acesso devido à rotatividade de médicos e ao horário de funcionamento das unidades básicas de saúde, sem que estratégias de ajuste ou flexibilização de horários fossem identificadas. Ações de educação em saúde, de vigilância em saúde e assistência farmacêutica na região estudada estiveram ausentes ou insuficientes nas narrativas das usuárias. Como pontos positivos destacaram-se facilidade de acesso geográfico às unidades de primeiro contato, produção de vínculo e acolhimento dos diversos profissionais da APS e a presença de Agentes Comunitários de Saúde como mediadores da relação entre território, usuárias e sistema de saúde. O principal obstáculo à atenção especializada foi de acessibilidade geográfica para mulheres do município de médio porte. A maior dificuldade de acesso referida pelas mulheres foi em relação à atenção hospitalar. Na busca pelo cuidado adequado e em tempo oportuno, houve relatos de utilização de serviços privados para a realização de exames de rotina e confirmação diagnóstica. A comunicação estabelecida entre profissionais e usuários se mostrou significativamente frágil, nos diversos níveis assistenciais. Foi também evidenciada falta de integração assistencial e de coordenação informacional, que se apresentou, na experiência das mulheres, pela percepção de descontinuidade do cuidado. Apesar de todas as dificuldades os serviços foram bem avaliados pelas usuárias. Em síntese, os resultados do estudo revelaram o quanto ainda se faz necessário avançar na centralidade do usuário e de sua família e repensar os processos de trabalho em consonância com princípios doutrinários, humanitários e organizacionais do SUS, que permita a concretização da integralidade que se faz no real acesso às ações e serviços de saúdeThis study was guided by the objective of understanding the access and organization of the Health Care Networks (HCN), as well as the healthcare coordination by Primary Health Care (PHC). The study used the qualitative approach through the construction of the assistance pathway of women with cervical cancer precursor lesions in the setting of a Health Region in the state of Rio de Janeiro. Although the users reported that PHC services are a place for regular care seeking, they also reported access difficulties due to physicians' rotation and the opening hours of basic health units, without adjustment strategies or time flexibility being identified. Health education, health surveillance, and pharmaceutical assistance actions in the studied region were absent or insufficient in the users' narratives. Positive points were the geographical ease of access to the first contact units, linking and welcoming the various PHC professionals, and the presence of Communitary Health Agents as mediators of the relationship between territory, users and the health system. The main obstacle to specialized care was geographic accessibility for women in the medium-sized municipality. The greatest difficulty of access reported by women was in relation to hospital care. In the search for adequate and timely care, there were reports of use of private services to perform routine exams and diagnostic confirmation. The communication established between professionals and users proved to be significantly fragile at the various levels of care. It was also evidenced a lack of assistance integration and informational coordination, which was presented, in the experience of women, by the perception of discontinuity of care. Despite all the difficulties, the services were well evaluated by the users. In summary, the results of the study revealed how still it is necessary to advance in the centrality of the users and their family and to rethink the work processes in accordance with the doctrinal, humanitarian and organizational principles of the SUS, that allows the realization of the integrality that is made in real access to health services and actions176 f.NiteróiAlmeida, Patty Fidelis deMachado, Mônica Tereza ChristaGerhardt, Tatiana EngelAlves, Márcia Guimarães de MelloSantos, Adriano Maia dosHoffmann, Leandro Marcial Amaralhttp://lattes.cnpq.br/5922230776487479http://lattes.cnpq.br/6597844474581855http://lattes.cnpq.br/4192974643796911http://lattes.cnpq.br/1454095488089023http://lattes.cnpq.br/4413703146913514http://lattes.cnpq.br/5764802357434103http://lattes.cnpq.br/8439829813078464Acylino, Ester Monteiro2019-04-26T15:49:49Z2019-04-26T15:49:49Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfACYLINO, Ester Monteiro. Caminhar é preciso: trajetórias assistenciais em uma região de saúde do Estado do Rio de Janeiro. 2019. 176 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.https://app.uff.br/riuff/handle/1/9311Aluno de mestradoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-05-27T19:32:05Zoai:app.uff.br:1/9311Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:10:26.214482Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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Este estudo orientou-se pelo objetivo de compreender, sob a ótica do usuário, o acesso e organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), assim como a função de coordenação do cuidado pela Atenção Primária à Saúde (APS). O estudo utilizou-se da abordagem qualitativa por meio da construção das Trajetórias Assistenciais de mulheres com lesão precursora do câncer do colo do útero no cenário de uma Região de Saúde no estado do Rio de Janeiro. Embora as usuárias tenham relatado que os serviços de APS sejam local de busca regular de cuidados, também referiram dificuldades de acesso devido à rotatividade de médicos e ao horário de funcionamento das unidades básicas de saúde, sem que estratégias de ajuste ou flexibilização de horários fossem identificadas. Ações de educação em saúde, de vigilância em saúde e assistência farmacêutica na região estudada estiveram ausentes ou insuficientes nas narrativas das usuárias. Como pontos positivos destacaram-se facilidade de acesso geográfico às unidades de primeiro contato, produção de vínculo e acolhimento dos diversos profissionais da APS e a presença de Agentes Comunitários de Saúde como mediadores da relação entre território, usuárias e sistema de saúde. O principal obstáculo à atenção especializada foi de acessibilidade geográfica para mulheres do município de médio porte. A maior dificuldade de acesso referida pelas mulheres foi em relação à atenção hospitalar. Na busca pelo cuidado adequado e em tempo oportuno, houve relatos de utilização de serviços privados para a realização de exames de rotina e confirmação diagnóstica. A comunicação estabelecida entre profissionais e usuários se mostrou significativamente frágil, nos diversos níveis assistenciais. Foi também evidenciada falta de integração assistencial e de coordenação informacional, que se apresentou, na experiência das mulheres, pela percepção de descontinuidade do cuidado. Apesar de todas as dificuldades os serviços foram bem avaliados pelas usuárias. Em síntese, os resultados do estudo revelaram o quanto ainda se faz necessário avançar na centralidade do usuário e de sua família e repensar os processos de trabalho em consonância com princípios doutrinários, humanitários e organizacionais do SUS, que permita a concretização da integralidade que se faz no real acesso às ações e serviços de saúde |
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