Cinema e política: o anticomunismo no contexto da Guerra Fria (1948-1969)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Antonio Cícero Cassiano
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/32544
Resumo: O tema desta pesquisa é o anticomunismo nos filmes sobre a primeira Guerra Fria, produzidos no período de 1948 a 1969. Procuramos prosseguir na linha de abordagem do tema que prioriza o estudo a partir da crítica das ideologias a cerca da produção fílmica. A Guerra Fria nos filmes será vista em suas implicações na construção de estereótipos, ideologias e visões de mundo, tendo como pano de fundo, o confronto entre capitalismo e socialismo. As opções teórico-metodológicas situam-se no campo do materialismo histórico, retomando desde as contribuições iniciais de Marx e Engels, Lênin e Gramsci, a Escola de Frankfurt e as recentes abordagens do marxismo. As opções metodológicas mais específicas são aquelas derivadas da análise semiótica de filmes. A hipótese central afirma que a construção fílmica sobre o anticomunismo se dá em dois níveis: a) numa primeira abordagem, o nível de elaboração tende para a simplificação, num discurso claramente propagandístico, neste caso as críticas recaem no comunismo e nas experiências socialistas; b) num segundo nível a abordagem é complexa, sendo possível encontrar críticas tanto ao comunismo como ao capitalismo. Verificamos nossa hipótese observando a abordagem dos filmes sobre duas grandes redes temáticas “indivíduo e sociedade” e “indivíduo e poder”. Concluímos que o anticomunismo tende a considerar as sociedades e os indivíduos como abstrações, onde os últimos ou são fragmentados e/ou desumanizados e as sociedades são a-históricas e impermeáveis à ação coletiva. Por outro lado, a ação política dos comunistas é desqualificada pela via da sua associação com o crime e vistos essencialmente como membros de uma conspiração destinada a conquistar o poder e destruir a individualidade. No meio cinematográfico, o anticomunismo acirrou as tensões entre aqueles dispostos a se vincularem acriticamente ao status quo e uma tendência contra-hegemômica, que elaborou formas variadas de resistência.O anticomunismo dos filmes diretamente associados ao mccarthismo está identificado com a abordagem nitidamente propagandística. Presente no cinema desde o início do século, o anticomunismo ultrapassa esse período. Com a nova Guerra Fria dos anos 80, aspectos distintos se incorporariam ao novo ciclo.
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A hipótese central afirma que a construção fílmica sobre o anticomunismo se dá em dois níveis: a) numa primeira abordagem, o nível de elaboração tende para a simplificação, num discurso claramente propagandístico, neste caso as críticas recaem no comunismo e nas experiências socialistas; b) num segundo nível a abordagem é complexa, sendo possível encontrar críticas tanto ao comunismo como ao capitalismo. Verificamos nossa hipótese observando a abordagem dos filmes sobre duas grandes redes temáticas “indivíduo e sociedade” e “indivíduo e poder”. Concluímos que o anticomunismo tende a considerar as sociedades e os indivíduos como abstrações, onde os últimos ou são fragmentados e/ou desumanizados e as sociedades são a-históricas e impermeáveis à ação coletiva. Por outro lado, a ação política dos comunistas é desqualificada pela via da sua associação com o crime e vistos essencialmente como membros de uma conspiração destinada a conquistar o poder e destruir a individualidade. No meio cinematográfico, o anticomunismo acirrou as tensões entre aqueles dispostos a se vincularem acriticamente ao status quo e uma tendência contra-hegemômica, que elaborou formas variadas de resistência.O anticomunismo dos filmes diretamente associados ao mccarthismo está identificado com a abordagem nitidamente propagandística. Presente no cinema desde o início do século, o anticomunismo ultrapassa esse período. Com a nova Guerra Fria dos anos 80, aspectos distintos se incorporariam ao novo ciclo.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoThe theme of this research is the anticommunism on the films about the first Cold War between 1948 and 1969. We aim at focusing the idelogical critique of movie production, which has been developed before. The Cold War on films will be seen on its implications on the construction of stereotypes, ideologies and world views. The context which embraces these aspects is the conflict between capitalism and socialism. The theoretical and methodological options are on the horizon of the historical materialism, taken up since the contribuitions of Marx and Engels, Lenin and Gramsci, the Frankfurt School and the latest approaches of Marxism. The methodological options most particular are those which derive from the semiotic analysis of films. The central hypothesis is that the films construction about anticommunism happens in two levels: a) first, the level of elaboration preponderates in the simplification, on a clear speech of propaganda, and in this case the criticisms lie on communism and the socialist experiences; b) second, a complex approach is possible here in order to meet the criticism as regards communism and capitalism. Ours hypothesis is based on two great thematic nets: “individual and society” and “inidividual and power”. We then conclude that anticommunism mainly focuses society and subjects as abstrations, the latter being dehumanized or fragmented, and the former being de-historic and unchangeable under colletive actions. Further, the political action of the communist is disqualified through their association with crime, fundamentally seen as members of a conspiration to conquer power and destroy individuality. In the cinematographic community, anticommunism stimulated the tensions between those likely to join the status quo and a counterhegemonic tendency, which put on various forms of resistance. The anticomunism of the films directly associated with Mccarthysm is identified with the propagandistic approach. It has been present on cinema since be beginning of the twentieth century, but it is surpassing this phase. With the new Cold War, began in the eighties, different aspects were incorporated to the new cycle.293 p.Fontes, VirgíniaSousa, Antonio Cícero Cassiano2024-03-02T17:10:57Z2024-03-02T17:10:57Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSOUSA, Antonio Cícero Cassiano. Cinema e política: o anticomunismo no contexto da Guerra Fria (1948-1969). 2002. 293f. 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