O porto do Açu (RJ): a superexploração do trabalho e os conflitos sócio-espaciais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/21621 https://doi.org/10.22409/PPG.2020.m.13963625767 |
Resumo: | O atual período capitalista de globalização é marcado por extrema complexidade em todas as esferas sociais, e o estudo do espaço geográfico e dos conflitos sócio-espaciais ganha destaque ainda maior nesse contexto. A região Norte Fluminense está inserida nesta lógica de transformações globais com a instalação do Porto do Açu, o maior porto-indústria da América Latina. O V Distrito do Açu, em São João da Barra (RJ), vem sofrendo com a transformação de sua área rural em área de expansão industrial, o que tem gerado números impactos e conflitos como desapropriação de pequenos produtores (AGB, 2012), desorganização da agricultura familiar, greves e manifestações de trabalhadores da construção civil através do fechamento de rodovias e paralisação das obras como forma de denunciar a exploração do trabalho praticada pelas empresas que se instalaram na região. Nesta perspectiva, defendemos a atualidade do conceito de superexploração de Ruy Mauro Marini (2000) como ferramenta de análise dos processos relacionados ao complexo portuário do Açu e da ação de suas empresas,desde 2007 aos dias atuais. A hipótese desta pesquisa é que a acumulação capitalista na região apresenta uma dinâmica multiescalar e se assenta em duas bases: primeiro, o controle de terras, via expulsões com conivência do Estado e o segundo, de maior interesse para esta pesquisa, através da superexploração do trabalho praticada pelas empresas envolvidas no empreendimento, sendo a maior consequência de todo esse processo o aparecimento de conflitos entre os diversos atores envolvidos, mais especificamente, os trabalhadores da construção civil e as empresas. O objetivo principal da pesquisa é compreender a espacialidade das ações empreendidas por esses trabalhadores, sua forma de organização, e como propõe Souza (2013): entender a dimensão espacial dessa resistência, a partir da ideia de que o conflito social é parte das relações sociais e de poder (Ramos, 2003). A metodologia do trabalho é qualitativa, baseada em revisão bibliográfica, análise documental, consulta a periódicos e entrevistas |
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O V Distrito do Açu, em São João da Barra (RJ), vem sofrendo com a transformação de sua área rural em área de expansão industrial, o que tem gerado números impactos e conflitos como desapropriação de pequenos produtores (AGB, 2012), desorganização da agricultura familiar, greves e manifestações de trabalhadores da construção civil através do fechamento de rodovias e paralisação das obras como forma de denunciar a exploração do trabalho praticada pelas empresas que se instalaram na região. Nesta perspectiva, defendemos a atualidade do conceito de superexploração de Ruy Mauro Marini (2000) como ferramenta de análise dos processos relacionados ao complexo portuário do Açu e da ação de suas empresas,desde 2007 aos dias atuais. A hipótese desta pesquisa é que a acumulação capitalista na região apresenta uma dinâmica multiescalar e se assenta em duas bases: primeiro, o controle de terras, via expulsões com conivência do Estado e o segundo, de maior interesse para esta pesquisa, através da superexploração do trabalho praticada pelas empresas envolvidas no empreendimento, sendo a maior consequência de todo esse processo o aparecimento de conflitos entre os diversos atores envolvidos, mais especificamente, os trabalhadores da construção civil e as empresas. O objetivo principal da pesquisa é compreender a espacialidade das ações empreendidas por esses trabalhadores, sua forma de organização, e como propõe Souza (2013): entender a dimensão espacial dessa resistência, a partir da ideia de que o conflito social é parte das relações sociais e de poder (Ramos, 2003). A metodologia do trabalho é qualitativa, baseada em revisão bibliográfica, análise documental, consulta a periódicos e entrevistasThe current capitalist period of globalization is marked by extreme complexity in all social spheres, and the study of geographic space and socio-spatial conflicts is even more prominent in this context. The North Fluminense region is inserted in this logic of global transformations with the installation of Porto do Açu, the largest industrial port in Latin America. The V Açu District, in São João da Barra (RJ), has been suffering from the transformation of its rural area into an industrial expansion area, which has generated numerous impacts and conflicts such as expropriation of small producers (AGB, 2012), isorganization of family farming, strikes and protests by civil construction workers through the closure of highways and stoppage of works as a way of denouncing the exploitation of labor practiced by companies that have settled in the region. In this perspective, we defend the relevance of Ruy Mauro Marini’s (2000) concept of overexploitation, as a tool for analyzing the processes related to the Açu port complex and the actions of its companies, from 2007 to the present day. The hypothesis of this research is that the capitalist accumulation in the region presents a multi-scale dynamics and is found on two bases: first, the control of land, through the expulsions with connivance from the State and the second, of greater interest for this research, through the overexploitation of work practiced by the companies involved in the undertaking, the greatest consequence of this whole process being the appearance of conflicts between the various social groups involved, more specifically, construction workers and companies. The main objective of the research is to understand the spatiality of the actions undertaken by these workers, their form of organization, and as proposed by Souza (2013): to understand the spatial dimension of this resistance, based on the idea that social conflict is part of social relations and power (Ramos, 2003). The work methodology is qualitative, based on bibliographic review, document analysis, consultation with periodicals and interviews124 f.Ramos, Tatiana TramontaniSantos, Leandro BrunoCruz, José Luis Vianna daArruda, Ana Paula Serpa Nogueira dehttp://lattes.cnpq.br/0307466961893493http://lattes.cnpq.br/6401973491682673http://lattes.cnpq.br/6401973491682673http://lattes.cnpq.br/0638383316638349http://lattes.cnpq.br/8177012837182276http://lattes.cnpq.br/2002277124550441Barreto, Nina Maria de Souza2021-04-06T18:31:46Z2021-04-06T18:31:46Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfBARRETO, Nina Maria de Souza. O porto do Açu (RJ): a superexploração do trabalho e os conflitos sócio-espaciais. 2020. 124 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional, Campos dos Goytacazes, 2020.https://app.uff.br/riuff/handle/1/21621https://doi.org/10.22409/PPG.2020.m.13963625767http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-09-20T14:32:49Zoai:app.uff.br:1/21621Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:18:47.358897Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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