As expressões espera aí e espera lá na perspectiva da gramaticalização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rosa, Flávia Saboya da Luz
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10278
Resumo: A investigação das expressões espera aí e espera lá é realizada na perspectiva da gramaticalização, por meio da análise de corpus coletado no acervo da revista Veja. A abordagem teórica é baseada na inter-relação entre a orientação funcionalista e as contribuições do cognitivismo. O estudo aponta níveis de gramaticalidade representados por arranjos lexicais, híbridos e gramaticais, originalmente referentes ao mundo bio-psíquico-social e que, por transferência de domínio, passam a exercer função discursiva, de nível pragmático. A transferência do domínio fonte ao domínio alvo é entendida, segundo Traugott e Dasher (2005), como resultado de relações metonímicas e extensões metafóricas. Concorrem para a identificação dos níveis de gramaticalidade a contemplação da redução fonológica das expressões e os subprincípios da divergência e da estratificação (HOPPER, 1991). As estratégias de subjetificação e de intersubjetificação, no âmbito das inferências sugeridas (Traugott e Dasher, 2005), concorrem para a articulação das expressões estudadas. Os arranjos que atuam em nível mais pragmático, no domínio discursivo, são considerados com status construcional, nos termos de Croft (2001). Conforme Traugott (2007a), espera aí e espera lá, são consideradas microconstruções, types individualizados. Admitimos, a partir dos postulados de Bybee (2010), que a expressão espera aí, por ser mais frequente e convencionalizada no uso linguístico, serve de base analógica para a formação de novos usos, como a expressão espera lá. Consideramos na análise dos dados, os gêneros textuais, assim como as sequências tipológicas em que as expressões se apresentam. Os arranjos lexicais e híbridos pertencem a sequências injuntivas, ao passo que os gramaticais estão contidos em sequências, sobretudo, argumentativas. Tal articulação se dá em razão do sentido mais abstratizado desses fragmentos, em consonância com o processo de metaforização por que passam as expressões. As expressões gramaticalizadas atuam como unidade sintático-semântica, articulando marcação discursiva de contra-argumentação, retificação, encadeamento lógico, redirecionamento de tópico, turno e marcação interjetiva
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Concorrem para a identificação dos níveis de gramaticalidade a contemplação da redução fonológica das expressões e os subprincípios da divergência e da estratificação (HOPPER, 1991). As estratégias de subjetificação e de intersubjetificação, no âmbito das inferências sugeridas (Traugott e Dasher, 2005), concorrem para a articulação das expressões estudadas. Os arranjos que atuam em nível mais pragmático, no domínio discursivo, são considerados com status construcional, nos termos de Croft (2001). Conforme Traugott (2007a), espera aí e espera lá, são consideradas microconstruções, types individualizados. Admitimos, a partir dos postulados de Bybee (2010), que a expressão espera aí, por ser mais frequente e convencionalizada no uso linguístico, serve de base analógica para a formação de novos usos, como a expressão espera lá. Consideramos na análise dos dados, os gêneros textuais, assim como as sequências tipológicas em que as expressões se apresentam. Os arranjos lexicais e híbridos pertencem a sequências injuntivas, ao passo que os gramaticais estão contidos em sequências, sobretudo, argumentativas. Tal articulação se dá em razão do sentido mais abstratizado desses fragmentos, em consonância com o processo de metaforização por que passam as expressões. As expressões gramaticalizadas atuam como unidade sintático-semântica, articulando marcação discursiva de contra-argumentação, retificação, encadeamento lógico, redirecionamento de tópico, turno e marcação interjetivaThe investigation of the expressions espera aí and espera lá is performed in the perspective of grammaticalization, by analyzing the corpus collected in Veja magazine collection. The theoretical approach is based on the interrelationship between the functionalist orientation and contributions of cognitivism. The study shows levels of grammaticality represented by lexical, hybrid and grammatical arrangements, originally referring to the bio-psycho-social world and that, by domain transfer, come to exercise discursive function of pragmatic level. The transfer from source domain to target domain is understood, according to Traugott and Dasher (2005), as a result of metonymic relationships and metaphorical extensions. The contemplation of the expressions phonological reduction and the subprinciples of divergence and stratification (HOPPER, 1991) contributes to the identify the levels of grammaticality. The strategies of subjectification and intersubjetification, in the scope of the suggested inferences (Traugott and Dasher, 2005), contribute to the articulation of words studied. Arrangements that operate in more pragmatic level, in the discursive domain, are considered with constructional status, according to Croft (2001). As Traugott (2007a), espera aí and espera lá, are considered microconstructions, individualized types. We admit, from the postulates of Bybee (2010), that the expressions espera aí being more frequent and conventionalized in language use, serves of analog base for the formation of new uses, such as the expression espera lá. We consider in the data analysis, the text genres, as well as the typological sequences in which the expressions are presented. The lexical and hybrid arrangements belong to injunctive sequences, while the grammar ones are mainly contained in argumentative sequences. Such articulation is created by the abstract sense of these fragments, in consonance with the metaphorical process that the expressions pass. The grammaticalized expressions act as syntactic-semantic unit, linking discursive marking of counter-arguments, rectification, logical chaining, topic redirection, taking the floor and interjectional marking108 f.Oliveira, Mariangela Rios deAlmeida, Maria Jussara Abraçado deAlonso, Karen Sampaio BragaWilson, VictoriaRosa, Flávia Saboya da Luz2019-07-05T16:53:14Z2019-07-05T16:53:14Z2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/10278openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-01-18T17:32:25Zoai:app.uff.br:1/10278Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:48:13.502058Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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