Avaliação da frequência de resistência a polimixina B em enterobactérias produtoras de carbapenemases no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Ingrid Camelo da
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13974
Resumo: A emergência de espécies da família Enterobacteriaceae produtoras de carbapenemases tem se tornado um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, pois são resistentes a todos os β-lactâmicos e geralmente apresentam resistência a outras classes de antimicrobianos. Desta forma, as polimixinas são umas das últimas opções de tratamento. Como consequência ao aumento da utilização de polimixinas, tem sido observado um aumento da resistência a estas drogas. Apesar de não estar completamente elucidado, o conhecimento dos mecanismos de resistência às polimixinas é essencial para a manutenção de sua viabilidade. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a frequência de resistência à polimixina B em 101 isolados clínicos de enterobactérias produtoras de carbapenemases, além de analisar o perfil de susceptibilidade a outras classes de antimicrobianos, determinar a concentração inibitória mínima para a polimixina B e analisar a diversidade genética dentre os isolados resistentes a esse antimicrobiano. A seleção de 101 isolados foi formada pelas espécies Klebsiella pneumoniae (n=83), Enterobacter aerogenes (n=6) e Enterobacter cloacae (n=12) produtores das carbapenemases do tipo KPC (53,4%), NDM (24,6%) e OXA-48 (22%) obtidas de amostras clínicas e de vigilância de pacientes atendidos em hospitais de quatro estados brasileiros (RJ, RS, GO, ES). Os isolados foram recuperados a partir de sangue (36%), urina (37%), swabs de vigilância (9%), ponta de cateter (7%), secreções respiratórias (5%), secreções diversas (4%) e líquor (2%). Foram observadas altas taxas de resistência para os β-lactâmicos testados (>75%) pelo método de disco-difusão. O antimicrobiano com menor taxa de resistência foi a fosfomicina (5,9%). Uma amostra apresentou resistência a todas as classes de antimicrobianos testados. Quatorze (13,8%) demonstraram resistência à polimixina B pelo médodo de Etest, entretanto observamos a confirmação dessa resistência pelo método de microdiluição em caldo em apenas 11 (10,8%). As espécies encontradas resistentes a polimixina B foram K. pneumoniae (n=10) e E. aerogenes (n=1), as quais 45,4% possuíam o gene KPC, 45,4% o gene OXA-48 e 9,2% o gene NDM. PCR para a detecção do gene mgrB (associado à resistência às polimixinas) revelou presença do gene aparentemente íntegro em 7 isolados, presença do gene possivelmente alterado em 2 isolados e ausência de amplificação em 2 isolados. A PCR do gene mcr-1 demonstrou que nenhum dos isolados é portador desse gene. A análise do polimorfismo genético demonstrou a presença de clones distintos de acordo com a carbapenemase encontrada. Esse estudo alerta para a presente resistência à polimixina B no Brasil, além de destacar a necessidade de adoção de medidas de contenção e monitoramento destes isolados resistentes à polimixina B, no intuito de evitar a sua disseminação no ambiente hospitalar.
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