A contradição em processo: o discurso e prática relativa à habitação popular na gestão Eduardo Paes no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bastos, Paulo
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24014
Resumo: A reestruturação do capitalismo e a adesão ao ideário neoliberal têm impactado, nos últimos quarenta anos, de forma contundente, os territórios das cidades brasileiras, privatizando espaços e retirando direitos de suas populações. A presente Tese busca colaborar com esta discussão e, neste sentido, apresenta uma análise das contradições entre o discurso e a prática relativa à habitação popular, observadas durante a gestão Eduardo Paes (2009- 2017) no Rio de Janeiro. Estabelecido através de leituras de autores como Lefebvre, Harvey, Santos, Maricato, Vainer, Bienenstein, G., Bienenstein, R., Sánchez, Carlos, dentre outros autores, o trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisas junto a órgãos e documentos públicos, escritórios de arquitetura, mídia, movimentos sociais, além de entrevistas com diferentes atores. A fim de aprofundar a discussão sobre o tema proposto, analisamos criticamente o programa Morar Carioca, lançado em 2009, primeiro ano do governo Paes, mas somente oficializado em 2012. O programa seria, segundo a prefeitura, a política destinada à urbanização e habitação voltada para as populações de baixa renda e tinha como objetivo final atender a todas as favelas da cidade até o ano de 2020. Ao longo deste trabalho, observamos que os investimentos e resultados desta ação foram aquém do prometido, sendo o programa federal Minha Casa Minha Vida a principal alternativa das camadas mais pobres da cidade para se adquirir moradia. Paradoxalmente, além de não conseguir cumprir nesta área o anunciado, o governo municipal produziu ainda maior contradição ao promover uma política de desapropriações e remoções em grande escala, estimulada por interesses privados e legitimada, em parte, pelas realizações de megaeventos. Pretendemos, ao final deste trabalho, demonstrar que, após este período, a cidade do Rio de Janeiro está ainda mais segregada sócio espacialmente e sua população vivencia maiores obstáculos para garantir o seu direito à cidade. Porém, a implementação deste modelo não é feita sem críticas, já que grupos e movimentos organizados a contestam através de suas práticas.
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Estabelecido através de leituras de autores como Lefebvre, Harvey, Santos, Maricato, Vainer, Bienenstein, G., Bienenstein, R., Sánchez, Carlos, dentre outros autores, o trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisas junto a órgãos e documentos públicos, escritórios de arquitetura, mídia, movimentos sociais, além de entrevistas com diferentes atores. A fim de aprofundar a discussão sobre o tema proposto, analisamos criticamente o programa Morar Carioca, lançado em 2009, primeiro ano do governo Paes, mas somente oficializado em 2012. O programa seria, segundo a prefeitura, a política destinada à urbanização e habitação voltada para as populações de baixa renda e tinha como objetivo final atender a todas as favelas da cidade até o ano de 2020. Ao longo deste trabalho, observamos que os investimentos e resultados desta ação foram aquém do prometido, sendo o programa federal Minha Casa Minha Vida a principal alternativa das camadas mais pobres da cidade para se adquirir moradia. Paradoxalmente, além de não conseguir cumprir nesta área o anunciado, o governo municipal produziu ainda maior contradição ao promover uma política de desapropriações e remoções em grande escala, estimulada por interesses privados e legitimada, em parte, pelas realizações de megaeventos. Pretendemos, ao final deste trabalho, demonstrar que, após este período, a cidade do Rio de Janeiro está ainda mais segregada sócio espacialmente e sua população vivencia maiores obstáculos para garantir o seu direito à cidade. Porém, a implementação deste modelo não é feita sem críticas, já que grupos e movimentos organizados a contestam através de suas práticas.The restructuring of capitalism and adherence to the neo-liberal ideology has impacted the territories of Brazilian cities in the last forty years, privatizing spaces and withdrawing rights from their populations. The present thesis seeks to collaborate with this discussion and, in this sense, presents an analysis of the contradictions between the discourse and the practice regarding popular housing, observed during the management Eduardo Paes (2009-2017) in Rio de Janeiro. It was established through readings by authors such as Lefebvre, Harvey, Santos, Maricato, Vainer, Bienenstein, G., Bienenstein, R., Sánchez, Carlos, among others. this work was developed from research with public bodies and documents, architecture´s office, media, social movements, and interviews with different actors. In order to deepen the discussion on the proposed theme, we critically analyzed the Morar Carioca program, launched in 2009, the first year of the Paes government, but only officially in 2012. The program would be, according to the city hall, the policy aimed at urbanization and housing For the low-income population and had as its final goal to serve all the favelas of the city until the year 2020. Throughout this work, we observed that the investments and results of this action fell short of what was promised, the federal program Minha Casa Minha Vida , The main alternative of the poorest layers of the city to acquire housing. Paradoxically, in addition to failing to meet the announced goals in this area, the municipal government has produced even greater contradictions in promoting a policy of large-scale expropriations and removals, stimulated by private interests and legitimized, in part, by the achievements of mega-events. We intend, at the end of this work, to demonstrate that, after this period, the city of Rio de Janeiro is even more segregated partner spatially and its population experiences greater obstacles to guarantee their right to the city. However, the implementation of this model is not done without criticism, since organized groups and movements challenge it through their practices.361 f.NiteróiBienenstein, ReginaMartins, Flávia Elaine da SilvaBienenstein, GlaucoFrança, Sarah Lúcia AlvesMagalhães, Alex FerreiraBastos, Paulo2021-12-20T22:02:39Z2021-12-20T22:02:39Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://app.uff.br/riuff/handle/1/24014Aluno de DoutoradoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-12-20T22:02:43Zoai:app.uff.br:1/24014Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-12-20T22:02:43Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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