Assistência de enfermagem às mulheres negras no ciclo gravídico-puerperal

• Autor(a) principal: Oliveira, Vitória Costa
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23744
• topic: Parto; Raça/cor; Gravidez; Saúde da mulher; Parto; Grupos de populações continentais; Gravidez; Saúde da mulher; Racismo; Humanização da assistência; Childbirth; Race / color; Pregnancy; Women's health

Observar a saúde das mulheres negras a partir do recorte étnico-racial permite entender como o racismo se torna um determinante social uma vez que, a forma como as relações raciais estão no Brasil tornam a população negra mais vulnerável, interferindo no processo de saúde-doença. Levando em conta as questões sociais envolvidas e o restrito acesso à saúde da população negra e embora o Ministério da Saúde enfatiza em diversos materiais a importância da abordagem da temática da saúde da mulher com recorte racial, a saúde da mulher negra ainda, trata-se de assunto vago que, na maior parte dos casos, é ignorado pela maioria das pesquisadoras e pesquisadores, estudantes e profissionais de saúde no Brasil. Os aspectos citados anteriormente indicam ser necessário um planejamento de ações na atenção ao pré-natal, parto e nascimento que além do enfoque de gênero, integre também as questões relativas à raça/etnia e seguimento do recém-nascido. Reconhecer a individualidade e as especificidades de cada mulher é humanizar o atendimento. Para a realização de boas práticas, é necessário que haja o acolhimento na relação estabelecida entre os profissionais de saúde e a mulher, oferecendo escuta ativa, proporcionando autonomia à mulher, garantir a privacidade e a confidencialidade, informar sobre condutas, procedimentos a serem adotados e assegurá-las a todos direitos. Entender as demandas desta população e assegurar seus direitos perante suas especificidades é caminhar em prol do fim das iniquidades em saúde. Este estudo, tem por objetivo, identificar, a partir da revisão de literatura, a assistência de enfermagem às mulheres negras no ciclo gravídico-puerperal e analisar se esta assistência está em consonância com as ações preconizadas pelo Sistema Único de Saúde. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura sobre a assistência de enfermagem às mulheres negras no Brasil durante o ciclo gravídico-puerperal. Os dados desta pesquisa foram coletados através de buscas nas bases de dados MEDLINE, BDENF e LILACS. O recorte temporal foi de 2010 a 2020. O processo de análise dos dados ocorreu através da análise textual. A amostra final constituiu-se de 8 artigos, onde ao analisá-los os achados dos estudos apontam para uma assistência desfavorável para as mulheres negras, notando-se que a assistência prestada oferece maiores benefícios para as mulheres brancas em relação às negras. Concluiu-se que embora as pesquisas sobre a temática sejam inexpressivas, a abordagem ao recorte etnico racial vem crescendo porém ainda não asseguram uma mudança efetiva no acesso e qualidade dos serviços oferecidos às gestantes, demonstrando falta de efetivação das recomendações descritas nos materiais existentes referentes à saúde da população negra