Impacto de padrões morfológicos na concentração de poluentes atmosféricos: o caso da cidade do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia, Juliana Lúcio Motta
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23831
Resumo: Considerando a importância das cidades como fontes emissoras de contaminantes e centros de grande aglutinação populacional, o trabalho investiga possíveis impactos da forma urbana nas concentrações de poluentes. Essencialmente, a hipótese do estudo sugere que diferenças de padrões morfológicos, (i) referentes à taxa de ocupação e percentagem de verticalização, usualmente associados a fatores do comportamento social, como o intenso uso de veículos particulares; (ii) em interação com elementos climáticos, como a temperatura, a chuva e ventos; e (iii) a posição geográfica em relação ao relevo, fontes emissoras e elementos urbanos, poderão impactar na concentração de poluentes e a qualidade do ar. Tendo em vista que esta é uma área ainda incipiente dos estudos urbanos, a pesquisa buscou uma abordagem panorâmica do problema que pudesse indicar o potencial do campo e abrir novas discussões através de uma revisão teórica e um estudo de caso na cidade do Rio de Janeiro (CRJ). A investigação discute o estado da arte sobre as interações entre a poluição, elementos naturais e condições climáticas; apresenta seus efeitos e aponta para uma carência de investigações empíricas que identifiquem, com precisão, possíveis influências de aspectos da forma urbana nos níveis de poluição. Revisa, então, indicadores de estudos da forma urbana no que se refere a sua precisão de análise do desempenho ambiental. Observando uma tendência de redução da forma à sua densidade e bidimensionalidade, é proposto um indicador de compacidade 3D. Esse indicador é testado e comparado com variáveis envolvidas no problema da descrição da forma, onde se identifica uma proxy sua, também capaz de representar a compacidade da forma urbana com bom grau de precisão. Tendo chegado a um indicador da forma, a pesquisa se aproxima do objeto de estudo e expõe, de maneira crítica, o tratamento da questão da qualidade do ar na CRJ. Por fim, é apresentado o estudo de caso, que testa a hipótese através de métodos estatísticos aplicados aos dados de concentração de poluentes (Dióxido de enxofre - SO2, Monóxido de Carbono - CO e Partículas Inaláveis - PI), morfologia (taxa de ocupação e percentagem de verticalização) e climatologia (vento – direção e velocidade -, precipitação pluvial e temperatura do ar). Para garantir a maior variabilidade dos dados e a melhor consistência dos resultados possível, foram envolvidas todas as estações meteorológicas com dados disponíveis na cidade (16 estações). Entre outros achados, o trabalho conclui, que os aspectos de percentual de verticalização e taxa de ocupação são relevantes na concentração dos poluentes nos casos estudados e verifica que, em alguns casos, esses fatores apresentam correlações mais altas com os poluentes do que aspectos ambientais. Dentre as variáveis consideradas, esses dois fatores foram, por vezes, os únicos capazes de explicar a concentração dos contaminantes. Ressalta-se ainda a urgência de pesquisas no campo que contribuam com mais indícios que possam auxiliar na elaboração de políticas públicas e legislações urbanas que ajudem a melhorar a qualidade do ar nas cidades.
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Essencialmente, a hipótese do estudo sugere que diferenças de padrões morfológicos, (i) referentes à taxa de ocupação e percentagem de verticalização, usualmente associados a fatores do comportamento social, como o intenso uso de veículos particulares; (ii) em interação com elementos climáticos, como a temperatura, a chuva e ventos; e (iii) a posição geográfica em relação ao relevo, fontes emissoras e elementos urbanos, poderão impactar na concentração de poluentes e a qualidade do ar. Tendo em vista que esta é uma área ainda incipiente dos estudos urbanos, a pesquisa buscou uma abordagem panorâmica do problema que pudesse indicar o potencial do campo e abrir novas discussões através de uma revisão teórica e um estudo de caso na cidade do Rio de Janeiro (CRJ). A investigação discute o estado da arte sobre as interações entre a poluição, elementos naturais e condições climáticas; apresenta seus efeitos e aponta para uma carência de investigações empíricas que identifiquem, com precisão, possíveis influências de aspectos da forma urbana nos níveis de poluição. Revisa, então, indicadores de estudos da forma urbana no que se refere a sua precisão de análise do desempenho ambiental. Observando uma tendência de redução da forma à sua densidade e bidimensionalidade, é proposto um indicador de compacidade 3D. Esse indicador é testado e comparado com variáveis envolvidas no problema da descrição da forma, onde se identifica uma proxy sua, também capaz de representar a compacidade da forma urbana com bom grau de precisão. Tendo chegado a um indicador da forma, a pesquisa se aproxima do objeto de estudo e expõe, de maneira crítica, o tratamento da questão da qualidade do ar na CRJ. Por fim, é apresentado o estudo de caso, que testa a hipótese através de métodos estatísticos aplicados aos dados de concentração de poluentes (Dióxido de enxofre - SO2, Monóxido de Carbono - CO e Partículas Inaláveis - PI), morfologia (taxa de ocupação e percentagem de verticalização) e climatologia (vento – direção e velocidade -, precipitação pluvial e temperatura do ar). Para garantir a maior variabilidade dos dados e a melhor consistência dos resultados possível, foram envolvidas todas as estações meteorológicas com dados disponíveis na cidade (16 estações). Entre outros achados, o trabalho conclui, que os aspectos de percentual de verticalização e taxa de ocupação são relevantes na concentração dos poluentes nos casos estudados e verifica que, em alguns casos, esses fatores apresentam correlações mais altas com os poluentes do que aspectos ambientais. Dentre as variáveis consideradas, esses dois fatores foram, por vezes, os únicos capazes de explicar a concentração dos contaminantes. Ressalta-se ainda a urgência de pesquisas no campo que contribuam com mais indícios que possam auxiliar na elaboração de políticas públicas e legislações urbanas que ajudem a melhorar a qualidade do ar nas cidades.Considering the importance of cities as pollutant sources and hubs of population, the work looks into possible impacts of the urban form on pollutants concentrations. The study`s hypothesis suggests that differences on morphology patterns, regarding ground space index and percentage of verticalization, (i) usually associated with factors of social behavior, as the use intensity of private cars, (ii) in interaction with climate variables, as the temperature, rainfall and wind regime; and (iii) geographical situation in relation to the relief, emission sources and urban elements, could impact on the concentration of pollutants and air quality. In view of the incipient state of this area in Urban Studies, the research chose a panoramic view of the problem, which was capable of indicating the field`s potential and to open new discussions through a literature review and a case study in Rio de Janeiro city (RJC). The research discusses the state of art of interactions between pollutants, natural elements and climatic conditions; presents its effects and points to a lack of empirical investigations able to identify, precisely, possible influences of the urban form aspects in pollution levels. Then, it reviews urban form studies indicators in what refers to its precision in evaluating environmental performance. Observing a trend to reduce the form to its density and bidimensionality, it`s proposed a 3D compacity indicator. This factor is tested and compared to variables involved in the description of the form`s problem. This confront reveals a proxy of the 3D compacity, which is also capable of representing, precisely, the complexities of the form. Getting to this element, the investigation approaches the study object and exposes, in a critical manner, the treatment of air quality in RJC. Finally, it’s presented a case study in RJC involving statistical methods applied to pollutants (SO2, CO e PI), morphological aspects (ground space index and percentage of verticalization) and climatic variables (wind – direction and speed, rainfall and air temperature). To ensure the greatest variability of data and the best consistency of results possible, it has been involved all the meteorological stations with available data (16 stations). Beyond another findings, the work concludes that the ground space index and the percentage of verticalization are relevant in pollutants concentration in the studied cases and verifies that, in some cases, these factors have higher correlations with pollutants than environmental aspects, being, sometimes, the only considered variables capable of explaining contaminants` concentration. It`s finally highlighted the urgency of researches in the field which can contribute with more indications to help building new public politics and urban legislation able to improve cities` air quality.288 f.NiteróiMoraes Netto, Vinicius deMontezuma, Rita de Cássia MartinsOliveira Júnior, José Francisco deTângari, Vera ReginaMaia, Juliana Lúcio Motta2021-12-07T14:59:32Z2021-12-07T14:59:32Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/23831Aluno de MestradoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-12-07T14:59:32Zoai:app.uff.br:1/23831Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:07:27.310269Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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