Sinalização química mediando interações ecológicas entre a macroalga vermelha Laurencia dendroidea e seu herbívoro associado Aplysia brasiliana

• Autor(a) principal: Carneiro, Nathália Peixoto Nocchi
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25093
• topic: (+)-elatol; Pista química; Herbivoria; Herbívoro-alga; Metabólitos secundários; Produtos naturais; Sesquiterpenos halogenados; Defesas químicas; Defesas induzidas; Geociências; Bioquímica; (+)-elatol; Chemical cues; Herbivory; Herbivore-alga; Secondary metabolites; Natural products; Halogenated sesquiterpenes; Chemical defenses; Induced chemical defenses

Os metabólitos secundários são reconhecidos como possíveis mediadores químicos nas interações entre espécies de Laurencia e Aplysia, mas a identidade e a importância dessas substâncias não foram exploradas. Este estudo buscou avaliar a atuação de pistas químicas envolvidas nas interações ecológicas entre a macroalga vermelha Laurencia dendroidea e o seu herbívoro associado, o molusco Aplysia brasiliana. Experimentos em laboratório foram realizados para investigar o reconhecimento e a resposta de A. brasiliana aos metabólitos de L. dendroidea exsudados na água do mar; e a resposta de indução de resistências anti herbivoria e alterações no metabolismo secundário de L. dendroidea em respostas ao consumo por A. brasiliana e pistas químicas de alarme transmitidas pela água. A partir de bioensaios de laboratório, análises fitoquímicas, técnicas de química analítica e abordagem metabolômica, foi possível verificar, pela primeira vez, que o sesquiterpeno (+)-elatol, um metabólito produzido por L. dendroidea e exsudado para a água do mar, é uma pista química de atração utilizada por A. brasiliana. E que o consumo por A. brasiliana, assim como os sinais químicos advindos de coespecíficos desta macroalga consumidos por este molusco induziram defesa química em L. dendroidea de modo rápido, após 48h, acentuando-se após 72h. O aumento na resistência contra a herbivoria foi acompanhado por uma mudança significativa no perfil metabólico de sesquiterpenos em L. dendroidea. Este estudo evidenciou, de modo pionerio, a importância de pistas químicas no estabalecimento da interação Laurencia-Aplysia e que esta macroalga produz defesa química induzida por ação direta ou indireta (sinal químico) de herbivoria. Os resultados obtidos nesta tese são evidências inequívocas da importância da sinalização química entre interações alga-consumidor e alga-alga no ambiente marinho.