Composição e distribuição espacial da matéria orgânica sedimentar nos estuários do Rio Paraíba do Sul, Rio das Ostras e Rio São João, RJ

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Savergnini, Fernanda
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/7570
Resumo: O transporte fluvial da MO em direção ao mar consiste em uma ligação importante entre ciclos globais de elementos bioativos.O objetivo principal deste trabalho é compreender a dinâmica espacial da matéria orgânica (MO) em estuários de meso escala - rio Paraíba do Sul (RPS) e pequena escala - rio São João (RSJ) e das Ostras (RDO), através da identificação das fontes, transporte e processos biogeoquímicos que ocorrem na interface continente-mar. A composição das fontes de MO terrígena foi semelhante ao relatado na literatura, demonstrando que não existe grande variação entre vegetações de diferentes locais. A hidrogeoquímica confirmou o RPS como ambiente exportador, apresentando no estuário externo valores de 11,5 de salinidade. O material biogênico >20μm possuiu predomínio de plâncton (d13C -21‰ e d15N 12‰) e MO terrestre mais processada (d13C -27, d15N 10), enquanto o >64μm apresentou predomínio de MO terrestre mais recente (d13C -27, d15N 6). A análise sedimentar do RPS evidenciou grande depósito de MO terrígena no estuário externo com contribuição planctônica e atividade bacteriana, ao mesmo tempo em que indicou a presença de MO de solos e plantas C3 em toda a sua extensão evidenciado pela razão C/N (média 16), grandes proporções de esteróis tipicamente encontrados em vegetais superiores ( -sitosterol, -sitostanol, estigmasterol e campesterol) e n-alcanos ímpares (C29, C31). A composição biopolimérica e concentrações/razões de coprostanol evidenciaram estações eutrofizadas e contaminadas por esgoto em quase todas as porções de seu estuário. Altas concentrações de hidrocarbonetos alifáticos totais (HTA) foram encontradas no RPS, (6,46 a 392,39μg.g-1), caracterizando origem biogênica por apresentarem grande correlação com o carbono orgânico (CO) e baixos valores de compostos não resolvidos (UCM). A análise sedimentar dos estuários de pequena escala (RSJ e RDO) demonstraram que a acumulação de CO é maior quanto menor o tamanho da bacia de drenagem e a vazão do rio, sendo as concentrações de CO do RDO (3,19%) >RSJ(1,7%) >RPS(1,4%). Semelhante ao que ocorreu no RPS, no RSJ e RDO a MO foi composta principalmente por solos e plantas C3 respectivamente, apresentando contribuição planctônica apenas na porção do estuário mais próxima ao mar. Entretanto, o maior acúmulo de MO, estações eutrofizadas e atividade bacteriana nos estuários de pequena escala esteve presente na porção fluvial e não no estuário externo como ocorreu com o RPS. No rio das Ostras todas as porções apresentaram contaminação de esgoto e apenas uma estação foi indicada com contaminação por derivados de petróleo, enquanto no rio São João apenas a porção fluvial esteve contaminada por esgoto.
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A hidrogeoquímica confirmou o RPS como ambiente exportador, apresentando no estuário externo valores de 11,5 de salinidade. O material biogênico >20μm possuiu predomínio de plâncton (d13C -21‰ e d15N 12‰) e MO terrestre mais processada (d13C -27, d15N 10), enquanto o >64μm apresentou predomínio de MO terrestre mais recente (d13C -27, d15N 6). A análise sedimentar do RPS evidenciou grande depósito de MO terrígena no estuário externo com contribuição planctônica e atividade bacteriana, ao mesmo tempo em que indicou a presença de MO de solos e plantas C3 em toda a sua extensão evidenciado pela razão C/N (média 16), grandes proporções de esteróis tipicamente encontrados em vegetais superiores ( -sitosterol, -sitostanol, estigmasterol e campesterol) e n-alcanos ímpares (C29, C31). A composição biopolimérica e concentrações/razões de coprostanol evidenciaram estações eutrofizadas e contaminadas por esgoto em quase todas as porções de seu estuário. Altas concentrações de hidrocarbonetos alifáticos totais (HTA) foram encontradas no RPS, (6,46 a 392,39μg.g-1), caracterizando origem biogênica por apresentarem grande correlação com o carbono orgânico (CO) e baixos valores de compostos não resolvidos (UCM). A análise sedimentar dos estuários de pequena escala (RSJ e RDO) demonstraram que a acumulação de CO é maior quanto menor o tamanho da bacia de drenagem e a vazão do rio, sendo as concentrações de CO do RDO (3,19%) >RSJ(1,7%) >RPS(1,4%). Semelhante ao que ocorreu no RPS, no RSJ e RDO a MO foi composta principalmente por solos e plantas C3 respectivamente, apresentando contribuição planctônica apenas na porção do estuário mais próxima ao mar. Entretanto, o maior acúmulo de MO, estações eutrofizadas e atividade bacteriana nos estuários de pequena escala esteve presente na porção fluvial e não no estuário externo como ocorreu com o RPS. No rio das Ostras todas as porções apresentaram contaminação de esgoto e apenas uma estação foi indicada com contaminação por derivados de petróleo, enquanto no rio São João apenas a porção fluvial esteve contaminada por esgoto.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorFluvial transport of OM to the sea consists of an important link between global cycles of bioactive elements. The main goal of this work is to understand the spatial dynamics of organic matter (OM) in estuaries of mesoscale - Paraíba do Sul River (RPS) and small scale – São João River (RSJ) and Das Ostras River (RDO), through identification of sources, transport and biogeochemical processes that occur in organic materials located at the interface continent seas. The source`s composition of terrigenous OM was similar to reported in the literature, demonstrating that there is great variation between different local vegetation. The hydrogeochemical confirmed the RPS as exporter environment, featuring on outer estuary salinity values of 11.5. The material biogenic> 20μm presents predominance of plankton (13C -21‰ e 15N 12‰) and terrestrial OM more processed (13C -27‰ e 15N 10‰), while the> 64μm showed a predominance of recent terrestrial OM (13C -27, 15N 6). The analysis revealed a large sedimentary deposit of terrigenous OM in the external estuary with contribution planktonic and bacterial activity, at the same time, indicated the presence of OM soil and C3 plants in all their extension evidenced by the C/N ratio (average 16), major sterol typically found in higher plants ( -sitosterol, -sitostanol, stigmasterol and campesterol) and n-alkanes odd long chain (C29, C31). The biopolymer composition and concentrations/ratiosof coprostanol showed eutrophic stations and sewage contaminated in almost all portions of estuary. High concentrations of total aliphatic hydrocarbons (HTA) were found in the RPS, ranging from 6.46 to 392.39 μg.g-1, this values have high correlation with organic carbon (OC) and low values of compounds unresolved (UCM), suggesting biogenic origin. Only the sediment of a pier has been indicated oil contamination, due to the large concentration of HTA not correlated with OC. Analysis of the estuarine sediment smallscale (RSJ and RDO) demonstrated that the accumulation of OC is greater as smaller the size of the drainage basin and river flow, and OC concentrations of RDO (3.19%)> RSJ ( 1.7%)> RPS (1.4%). Similarlyhowoccurred in the RPS, RSJ and RDO, the OM was mainly composed of soil and plants C3 respectively, with planktonic contribution only in the portion nearest the estuary to the sea. However, the largest accumulation of organic matter, and bacterial activity stations eutrophic estuaries in small scale was present in the fluvial portion of estuary and not external as occurred with the RPS. At the das Ostras River all portions were contaminated by sewage and only one station was nominated with contamination by petroleum products, while in the São João River just the fluvial portion was contaminated by sewage.NiteróiBernardes, Marcelo CorreaRezende, Carlos EduardoAlbuquerque, Ana Luíza SpadanoSantos, Elisamara SabadiniSalomão, Marcos Sarmet Moreira de BarrosSavergnini, Fernanda2018-09-19T16:49:14Z2018-09-19T16:49:14Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/7570Aluno de DoutoradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-06-29T17:39:23Zoai:app.uff.br:1/7570Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:20:14.837934Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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description O transporte fluvial da MO em direção ao mar consiste em uma ligação importante entre ciclos globais de elementos bioativos.O objetivo principal deste trabalho é compreender a dinâmica espacial da matéria orgânica (MO) em estuários de meso escala - rio Paraíba do Sul (RPS) e pequena escala - rio São João (RSJ) e das Ostras (RDO), através da identificação das fontes, transporte e processos biogeoquímicos que ocorrem na interface continente-mar. A composição das fontes de MO terrígena foi semelhante ao relatado na literatura, demonstrando que não existe grande variação entre vegetações de diferentes locais. A hidrogeoquímica confirmou o RPS como ambiente exportador, apresentando no estuário externo valores de 11,5 de salinidade. O material biogênico >20μm possuiu predomínio de plâncton (d13C -21‰ e d15N 12‰) e MO terrestre mais processada (d13C -27, d15N 10), enquanto o >64μm apresentou predomínio de MO terrestre mais recente (d13C -27, d15N 6). A análise sedimentar do RPS evidenciou grande depósito de MO terrígena no estuário externo com contribuição planctônica e atividade bacteriana, ao mesmo tempo em que indicou a presença de MO de solos e plantas C3 em toda a sua extensão evidenciado pela razão C/N (média 16), grandes proporções de esteróis tipicamente encontrados em vegetais superiores ( -sitosterol, -sitostanol, estigmasterol e campesterol) e n-alcanos ímpares (C29, C31). A composição biopolimérica e concentrações/razões de coprostanol evidenciaram estações eutrofizadas e contaminadas por esgoto em quase todas as porções de seu estuário. Altas concentrações de hidrocarbonetos alifáticos totais (HTA) foram encontradas no RPS, (6,46 a 392,39μg.g-1), caracterizando origem biogênica por apresentarem grande correlação com o carbono orgânico (CO) e baixos valores de compostos não resolvidos (UCM). A análise sedimentar dos estuários de pequena escala (RSJ e RDO) demonstraram que a acumulação de CO é maior quanto menor o tamanho da bacia de drenagem e a vazão do rio, sendo as concentrações de CO do RDO (3,19%) >RSJ(1,7%) >RPS(1,4%). Semelhante ao que ocorreu no RPS, no RSJ e RDO a MO foi composta principalmente por solos e plantas C3 respectivamente, apresentando contribuição planctônica apenas na porção do estuário mais próxima ao mar. Entretanto, o maior acúmulo de MO, estações eutrofizadas e atividade bacteriana nos estuários de pequena escala esteve presente na porção fluvial e não no estuário externo como ocorreu com o RPS. No rio das Ostras todas as porções apresentaram contaminação de esgoto e apenas uma estação foi indicada com contaminação por derivados de petróleo, enquanto no rio São João apenas a porção fluvial esteve contaminada por esgoto.
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