Aspectos ecológicos da lagartixa exótica Hemidactylus Mabouia Moreau de Jonnès, 1818 (Gekkonidae) na restinga Itacoatiara,Niterói, RJ.

• Autor(a) principal: Marinho, Amanda Ferreira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27410
• topic: Dieta; Dimorfismo sexual; Microhabitat; Ecologia; Répteis; Ecologia; Répteis; Dieta; Diferença sexual; Diet; Sexual dimorphism; Microhabitat; Ecology; Reptiles

A lagartixa Hemidactylus mabouia é um animal exótico invasor com ampla distribuição tanto no Brasil quanto no mundo, estando associada a zonas antrópicas e periantrópicas, apesar de atualmente também ser encontrada com frequência em ambientes silvestres, como é o caso da restinga de Itacoatiara, localizada na Praia de Itacoatiara, no município de Niterói, Rio de Janeiro. Esta se configura dentro da Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET) e, a partir de estudos anteriores, constatou-se uma população significativa dessa espécie, ao mesmo tempo que se nota pouca frequência de outras espécies de répteis, confirmando a influência da ação antrópica no local. Este trabalho analisou a população de H. mabouia da restinga de Itacoatiara, quanto a sua estrutura etária, dieta, dimorfismo sexual, uso de microhabitat e alguns aspectos reprodutivos. Os dados foram coletados no mesmo mês (abril) em 2017 e 2018 através do método Procura Visual Limitada por Tempo (PVLT). As gônadas foram analisadas para a identificação do sexo e a idade determinada pelo estágio reprodutivo (adulto reprodutivo X jovem) de acordo com a literatura. Os dados obtidos apontaram para uma população bem estabelecida, majoritariamente jovem e de razão sexual equilibrada, demonstrando necessidade de monitoramento. Não houve dimorfismos sexuais apesar da maior frequência de autotomia ser na classe jovem ou em machos adultos, o que aponta para uma maior tendência dessas a predação e competição. A dieta foi generalista e oportunista, refletindo o hábito de espreita em associação com o grau de antropização do ambiente, tendo como principais itens Blattodea para adultos e Blattodea, Coleoptera e Diptera para jovens. Lagartixas maiores consumiram itens maiores e em menor quantidade. Houve prevalência do uso do estrato horizontal do solo, sendo o microhabitat “Vegetação rasteira” o mais frequente. Além disso, os resultados deste estudo sugerem que a interferência antrópica favorece o estabelecimento da espécie gerando novos microhabitats como as plantas invasoras Agave angustifolia Haw. e Terminalia catappa L., mais utilizados no estrato vertical. Ainda, pouco se sabe sobre a espécie e sobre o impacto que essa efetivamente tem sobre outras espécies no local, não sendo possível determinar seu status como invasora. Assim, mais estudos a longo prazo sobre esta espécie e a herpetofauna da região são necessários, para o manejo do local. Isto, tendo em vista a proximidade com a área de proteção e as ameaças à conservação e preservação da própria restinga, bem como da área do PESET em seu entorno que, inclusive, apresenta registros para a espécie nativa, a lagartixa-da-mata, Gymnodactylus darwinii Gray, 1845