Escola do trabalho do Rio de Janeiro: uma relação histórica com o bairro do Barreto (1938-1941)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Bruno Almeida Regis dos
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15916
Resumo: Esta dissertação apresenta como questão central a construção do projeto da Escola do Trabalho do Rio de Janeiro resultando em sua instalação no bairro do Barreto. A trajetória dessa escola teve início no ano de 1923, como Escola Profissional Washington Luís, ligada à Escola Técnica Fluminense. Passou a se chamar Escola do Trabalho do Rio de Janeiro, no ano de 1931, instalando-se definitivamente no bairro do Barreto, no ano de 1939. O recorte temporal desta pesquisa compreendeu o período entre 1938 a 1941, no qual Gilberto Chrockatt de Sá foi o Diretor da referida instituição, encerrando-se quando foi renomeada Escola Profissional Henrique Lage, já no final de sua administração. A relação histórica da Escola do Trabalho com o bairro do Barreto tem na figura de Gilberto Chrockatt de Sá um "intelectual mediado" de sua época que, a partir de sua "rede de sociabilidade", constituiu-se em um importante articulador para o entrelaçamento da instituição com o bairro. Cabe ressaltar que o período pode ser contextualizado em um momento de acentuação do projeto nacional-desenvolvimentista, pautado em um "Estado de Compromisso" com as demandas de uma burguesia industrial ávida por formação de força de trabalho que se enquadrasse em seu paradigma de trabalhador. O Barreto, bairro proletário, apresentava-se como um espaço propício para a instalação de uma escola profissional, tendo em vista a presença de grande número de estabelecimentos industriais, além de sua localização às margens da Baía da Guanabara e a poucos metros da Linha Férrea Leopoldina Railway. O bairro está localizado no limite entre as cidades de Niterói e São Gonçalo, contribuindo para estar em uma posição de centralidade, tendo em vista essa região se constituir em um importante campo de disputa para diversos setores da sociedade local. Para o desenvolvimento desta pesquisa, a metodologia utilizada foi a pesquisa documental em edições do Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, no Núcleo de Documentação e Memória do Colégio Pedro II, na Associação Brasileira de Educação, no Center for Research Libraries – Global Resources Network, em periódicos que circulavam no período delimitado, além das legislações, como o Decreto no 2.570, de 17 de abril de 1931, no qual se aprovou o regulamento da Escola do Trabalho. A partir dessas fontes, constatamos que a transferência da escola para o bairro do Barreto se inicia em 1937, efetivando-se em 1939. Sua transferência visava atender objetivos políticos em detrimento ao pedagógico, com Gilberto Sá atuando como um agente político, cuja experiência na Escola do Trabalho contribuiu para um projeto de país que pretendia a harmonia entre as classes, favorecendo a União e a burguesia industrial
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A relação histórica da Escola do Trabalho com o bairro do Barreto tem na figura de Gilberto Chrockatt de Sá um "intelectual mediado" de sua época que, a partir de sua "rede de sociabilidade", constituiu-se em um importante articulador para o entrelaçamento da instituição com o bairro. Cabe ressaltar que o período pode ser contextualizado em um momento de acentuação do projeto nacional-desenvolvimentista, pautado em um "Estado de Compromisso" com as demandas de uma burguesia industrial ávida por formação de força de trabalho que se enquadrasse em seu paradigma de trabalhador. O Barreto, bairro proletário, apresentava-se como um espaço propício para a instalação de uma escola profissional, tendo em vista a presença de grande número de estabelecimentos industriais, além de sua localização às margens da Baía da Guanabara e a poucos metros da Linha Férrea Leopoldina Railway. O bairro está localizado no limite entre as cidades de Niterói e São Gonçalo, contribuindo para estar em uma posição de centralidade, tendo em vista essa região se constituir em um importante campo de disputa para diversos setores da sociedade local. Para o desenvolvimento desta pesquisa, a metodologia utilizada foi a pesquisa documental em edições do Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, no Núcleo de Documentação e Memória do Colégio Pedro II, na Associação Brasileira de Educação, no Center for Research Libraries – Global Resources Network, em periódicos que circulavam no período delimitado, além das legislações, como o Decreto no 2.570, de 17 de abril de 1931, no qual se aprovou o regulamento da Escola do Trabalho. A partir dessas fontes, constatamos que a transferência da escola para o bairro do Barreto se inicia em 1937, efetivando-se em 1939. Sua transferência visava atender objetivos políticos em detrimento ao pedagógico, com Gilberto Sá atuando como um agente político, cuja experiência na Escola do Trabalho contribuiu para um projeto de país que pretendia a harmonia entre as classes, favorecendo a União e a burguesia industrialCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThis dissertation presents as central issue the construction of the project Rio de Janeiro Labor School and its installation in the neighborhood of the Barreto. The trajectory of this school began in 1923, as Washington Luís Professional School, linked to the Fluminense Technical School. It was renamed to Rio de Janeiro Labor School in 1931, and settled definitely in the Barreto neighborhood in 1939. The temporal delimitation of this research comprises the period from 1938 to 1941, in which Gilberto Chrockatt de Sá was the Director of that institution, ending when it was renamed Henrique Lage Professional School, at the end of its administration. The historical relationship of the Labor School with the Barreto neighborhood has in figure of Gilberto Chrockatt de Sá an "intellectual mediator" of his time that, from their "sociability network", consisted in an articulator important for interlacing the institution with the neighborhood. Note that the period can be contextualized in a time of accentuation of the national developmentalist project, based on a "State of Commitment" to the demands of an avid industrial bourgeoisie by formation the workforce that would fit in his worker paradigm. Barreto, working-class district, presented itself as a suitable space for the installation of a professional school in view of the presence of large number of industrial establishments, besides its location on the shores of Guanabara Bay and a few meters from the Railway Line Leopoldina. The neighborhood is located at the limit between the cities of Niterói and São Gonçalo, contributing to be in a position of centrality in view of this region constitute an important dispute field for different sectors of the local society. For the development of this research, the methodology used was documentary research in editions of the Official Gazette of the State of Rio de Janeiro, the College Pedro II Documentation Center and Memory, the Brazilian Association of Education, the Center for Research Libraries - Global Resources Network, in journals that circulated in the delimited period, in addition to legislation such as Decree No. 2570 of April 17, 1931, in which it approved the Regulation of the Labor School. From these sources, we find that the school's transfer to the Barreto neighborhood started in 1937, making effective in 1939. His transfer aimed political goals to the detriment of the pedagogical ones, with Gilberto Sá acting as a political agent, whose experience at the Labor School contributed to a national project that intended to harmonize between classes, favoring the Union and the industrial bourgeoisie231 fAlves, Claudia Maria CostaCord, Marcelo MacBezerra, Amália Cristina Dias da RochaAlcântara, Alzira BatalhaSantos, Bruno Almeida Regis dos2020-11-12T20:00:48Z2020-11-12T20:00:48Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSANTOS, Bruno Almeida Regis dos . Escola do trabalho do Rio de Janeiro: uma relação histórica com o bairro do Barreto (1938-1941). 2020. 231f. 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