Estudo da diversidade genética dos parvovírus de felinos domésticos do Estado do Rio e Janeiro (2008-2017)
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/7075 |
Resumo: | O Parvovírus Felino (FPV) apresenta uma similaridade genômica de aproximadamente 98% com o Parvovírus Canino (CPV) o qual é considerado uma variante do FPV. As novas variantes de CPV (2a/2b/2c) adquiriram a habilidade de replicar em gatos e até o momento não existem evidências de que o CPV infecte gatos no Brasil. Este trabalho teve como objetivo analisar a diversidade genética das variantes de parvovírus circulantes em felinos domésticos com gastrenterite no Estado do Rio de Janeiro, no período de 2008-2017. Um total de 75 amostras fecais de gatos com até um ano de idade com diarreia foram testadas por PCR convencional e 30 foram positivas. Destas, 25 foram selecionadas para sequenciamento e análise filogenética. Outras 15 sequências de CPV detectadas em amostras de cães com diarreia, no mesmo período, também foram analisadas para comparação com as sequências de gatos deste estudo. Além disso, análises de sítios de seleção positiva e eventos de recombinação genética foram realizadas utilizando o Datamonkey e programas RDP4/Simplot, respectivamente. Para amplificar a sequência completa do gene que codifica a proteína de capsídeo VP2 (1755pb), a PCR convencional foi realizada com cinco diferentes pares de iniciadores, sendo três desenhados neste estudo. Pôde-se observar mudanças de nucleotídeos em 48 posições ao longo do fragmento amplificado, sendo 32 sinônimas e 16 não sinônimas. Com base nos aminoácidos importantes para definição do espectro de hospedeiro, oito sequências foram caracterizadas como FPV, sendo cinco “FPV clássicas e 16 como CPV (sete CPV-2a e nove CPV-2b). Uma sequência (RJ1085/11) não pode ser caracterizada, no entanto, apresentou nos resíduos 80, 93, 103, 300 e 323 aa típicos de CPV-2. Algumas sequências felinas e caninas deste estudo apresentaram alterações nos resíduos 297 (SerAsn e SerAla) e 324 (TyrLeu), esta última descrita pela primeira vez em gatos e estes sítios apresentaram sob seleção positiva. Na análise filogenética, as 25 sequências felinas formaram dois grandes clados, um contendo as oito sequências de FPV e outro com as 16 sequências de CPV. Entre os FPVs, as cinco sequências consideradas “FPV clássicas” formaram um clado separado das demais. As sequências caracterizadas como CPV (2a/2b/2c) deste estudo com alteração no resíduo Leu324, tanto de origem felina como canina formaram um clado separado das demais sequências de CPV. De acordo com a presença de aa característicos de FPV ou CPV nas posições 564 (AsnSer) e 568 (AlaGly), pode-se observar subdivisão deste clado. A sequência RJ1085/11 que não pôde ser caracterizada (FPV/CPV), formou um clado próximo à sequências de CPV-2 (tipo antigo), e um potencial evento de recombinação foi identificado com a sequência protótipo de CPV-2 disponível no GenBanK (número de acesso M38245). Este estudo é a primeira descrição das novas variantes de CPV em gatos no Brasil, e nos faz refletir se este hospedeiro poderia atuar como reservatório ou fonte de novas variantes de parvovírus. Uma avaliação contínua e mais detalhada destes vírus possibilitará uma melhor compreensão dos mecanismos que impulsionam a evolução do FPV/CPV no Brasil e sua importância epidemiológica. |
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Estudo da diversidade genética dos parvovírus de felinos domésticos do Estado do Rio e Janeiro (2008-2017)Parvovírus Felino (FPV)Parvovírus Canino (CPV)GatosAnálise filogenéticaRio de JaneiroParvovirus CaninoInfecções por ParvoviridaeGatosFeline parvovirusCanine parvovirusCatsPhylogenetic analysisRio de JaneiroO Parvovírus Felino (FPV) apresenta uma similaridade genômica de aproximadamente 98% com o Parvovírus Canino (CPV) o qual é considerado uma variante do FPV. As novas variantes de CPV (2a/2b/2c) adquiriram a habilidade de replicar em gatos e até o momento não existem evidências de que o CPV infecte gatos no Brasil. Este trabalho teve como objetivo analisar a diversidade genética das variantes de parvovírus circulantes em felinos domésticos com gastrenterite no Estado do Rio de Janeiro, no período de 2008-2017. Um total de 75 amostras fecais de gatos com até um ano de idade com diarreia foram testadas por PCR convencional e 30 foram positivas. Destas, 25 foram selecionadas para sequenciamento e análise filogenética. Outras 15 sequências de CPV detectadas em amostras de cães com diarreia, no mesmo período, também foram analisadas para comparação com as sequências de gatos deste estudo. Além disso, análises de sítios de seleção positiva e eventos de recombinação genética foram realizadas utilizando o Datamonkey e programas RDP4/Simplot, respectivamente. Para amplificar a sequência completa do gene que codifica a proteína de capsídeo VP2 (1755pb), a PCR convencional foi realizada com cinco diferentes pares de iniciadores, sendo três desenhados neste estudo. Pôde-se observar mudanças de nucleotídeos em 48 posições ao longo do fragmento amplificado, sendo 32 sinônimas e 16 não sinônimas. Com base nos aminoácidos importantes para definição do espectro de hospedeiro, oito sequências foram caracterizadas como FPV, sendo cinco “FPV clássicas e 16 como CPV (sete CPV-2a e nove CPV-2b). Uma sequência (RJ1085/11) não pode ser caracterizada, no entanto, apresentou nos resíduos 80, 93, 103, 300 e 323 aa típicos de CPV-2. Algumas sequências felinas e caninas deste estudo apresentaram alterações nos resíduos 297 (SerAsn e SerAla) e 324 (TyrLeu), esta última descrita pela primeira vez em gatos e estes sítios apresentaram sob seleção positiva. Na análise filogenética, as 25 sequências felinas formaram dois grandes clados, um contendo as oito sequências de FPV e outro com as 16 sequências de CPV. Entre os FPVs, as cinco sequências consideradas “FPV clássicas” formaram um clado separado das demais. As sequências caracterizadas como CPV (2a/2b/2c) deste estudo com alteração no resíduo Leu324, tanto de origem felina como canina formaram um clado separado das demais sequências de CPV. De acordo com a presença de aa característicos de FPV ou CPV nas posições 564 (AsnSer) e 568 (AlaGly), pode-se observar subdivisão deste clado. A sequência RJ1085/11 que não pôde ser caracterizada (FPV/CPV), formou um clado próximo à sequências de CPV-2 (tipo antigo), e um potencial evento de recombinação foi identificado com a sequência protótipo de CPV-2 disponível no GenBanK (número de acesso M38245). Este estudo é a primeira descrição das novas variantes de CPV em gatos no Brasil, e nos faz refletir se este hospedeiro poderia atuar como reservatório ou fonte de novas variantes de parvovírus. Uma avaliação contínua e mais detalhada destes vírus possibilitará uma melhor compreensão dos mecanismos que impulsionam a evolução do FPV/CPV no Brasil e sua importância epidemiológica.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoFundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de JaneiroFeline parvovirus (FPV) and canine parvovirus (CPV) are over 98% identical in their DNA sequences and CPV is clearly a host range variant of FPV. The new variants of CPV (2a/2b/2c) have gained the ability to infect and replicate in cats. Until now, there have been no reports of CPV infection in cats in Brazil. The purpose of this study was to evaluate the genetic diversity in the VP2 gene of parvovirus strains circulating in domestic cats in Rio de Janeiro State in the period of 2008-2017. A total of 75 fecal samples, collected from up to one year old cats with diarrhea, were screened for the presence of parvovirus by conventional PCR. Parvovirus DNA was detected in 30 samples and 25 were chosen for sequence and phylogenetic analysis. In addition, 15 CPV sequences obtained from fecal samples of diarrheic during the study period were also analyzed. To detect positive selection at amino acid sites as well the occurrence of possible recombination events, Datamonkey and RDP4/Simplot programs were used, respectively. For sequence analysis, five different primer pairs that amplify fragments encompassing the entire VP2 gene sequence (1755bp), which three was specifically designed for this study, were used. Considering all the nucleotide changes encountered in the VP2 sequences, 32 were synonymous and 16 were non-synonymous substitutions. Analysis of the deduced amino acid (aa) residues at critical positions that determine feline/canine host range allowed the identification of the parvoviruses: eight sequences were FPV, five of which were named “classical FPV”, while 16 were CPV (seven CPV-2a and nine CPV-2b). A single sequence (RJ1085/11) with aa changes characteristic of CPV at positions 80, 93, 103, 300 and 323 could not be classified. Non-synonymous substitutions were found at residues 297 (SerAsn e SerAla) and 324 (TyrLeu), the latter had not been found in cats yet and these sites presented with positive selection. The phylogenetic tree revealed two well-supported clades: one containing the eight FPV and the other comprising the 16 CPV sequences. Inside the FPV clade, the five “classical FPV” sequences formed a separated group. The CPV (2a/2b/2c) sequences from cats and dogs containing the 324Leu non-synonymous mutation formed an individual subgroup within the CPV clade. According to the aa changes at residues 564 (AsnSer) and 568 (AlaGly), a subdivision inside this 324 Leu subgroup could be observed. The strain RJ1085/11 was an outlier between the two main clades and was closely related to the old CPV-2 strains. A potential recombinant event between RJ1085/11 and the CPV-2 reference strain available in GenBank (accession number M38245) was identified. This is the first report of CPV- 2a/2b in domestic cats in Brazil, and raises the question if cats may act as a reservoir or could potentially be a risk factor for infecting other dogs and cats with parvoviruses. Given the results obtained in our current study, the continuous surveillance of parvoviruses will help to elucidate the mechanisms that drive FPV/CPV evolution in Brazil and its epidemiological importance.Universidade Federal FluminenseNiteróiGarcia, Rita de Cássia Nasser CubelVarella, Rafael BrandãoSilva, Marcelle Figueira Marques daLago, Bárbara Vieira doCastro, Tatiana Xavier deDomingues, Cinthya Fonseca2018-07-20T16:29:08Z2018-07-20T16:29:08Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/7075Aluno de MestradoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 BrazilopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-07-13T03:08:27Zoai:app.uff.br:1/7075Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:03:38.803906Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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O Parvovírus Felino (FPV) apresenta uma similaridade genômica de aproximadamente 98% com o Parvovírus Canino (CPV) o qual é considerado uma variante do FPV. As novas variantes de CPV (2a/2b/2c) adquiriram a habilidade de replicar em gatos e até o momento não existem evidências de que o CPV infecte gatos no Brasil. Este trabalho teve como objetivo analisar a diversidade genética das variantes de parvovírus circulantes em felinos domésticos com gastrenterite no Estado do Rio de Janeiro, no período de 2008-2017. Um total de 75 amostras fecais de gatos com até um ano de idade com diarreia foram testadas por PCR convencional e 30 foram positivas. Destas, 25 foram selecionadas para sequenciamento e análise filogenética. Outras 15 sequências de CPV detectadas em amostras de cães com diarreia, no mesmo período, também foram analisadas para comparação com as sequências de gatos deste estudo. Além disso, análises de sítios de seleção positiva e eventos de recombinação genética foram realizadas utilizando o Datamonkey e programas RDP4/Simplot, respectivamente. Para amplificar a sequência completa do gene que codifica a proteína de capsídeo VP2 (1755pb), a PCR convencional foi realizada com cinco diferentes pares de iniciadores, sendo três desenhados neste estudo. Pôde-se observar mudanças de nucleotídeos em 48 posições ao longo do fragmento amplificado, sendo 32 sinônimas e 16 não sinônimas. Com base nos aminoácidos importantes para definição do espectro de hospedeiro, oito sequências foram caracterizadas como FPV, sendo cinco “FPV clássicas e 16 como CPV (sete CPV-2a e nove CPV-2b). Uma sequência (RJ1085/11) não pode ser caracterizada, no entanto, apresentou nos resíduos 80, 93, 103, 300 e 323 aa típicos de CPV-2. Algumas sequências felinas e caninas deste estudo apresentaram alterações nos resíduos 297 (SerAsn e SerAla) e 324 (TyrLeu), esta última descrita pela primeira vez em gatos e estes sítios apresentaram sob seleção positiva. Na análise filogenética, as 25 sequências felinas formaram dois grandes clados, um contendo as oito sequências de FPV e outro com as 16 sequências de CPV. Entre os FPVs, as cinco sequências consideradas “FPV clássicas” formaram um clado separado das demais. As sequências caracterizadas como CPV (2a/2b/2c) deste estudo com alteração no resíduo Leu324, tanto de origem felina como canina formaram um clado separado das demais sequências de CPV. De acordo com a presença de aa característicos de FPV ou CPV nas posições 564 (AsnSer) e 568 (AlaGly), pode-se observar subdivisão deste clado. A sequência RJ1085/11 que não pôde ser caracterizada (FPV/CPV), formou um clado próximo à sequências de CPV-2 (tipo antigo), e um potencial evento de recombinação foi identificado com a sequência protótipo de CPV-2 disponível no GenBanK (número de acesso M38245). Este estudo é a primeira descrição das novas variantes de CPV em gatos no Brasil, e nos faz refletir se este hospedeiro poderia atuar como reservatório ou fonte de novas variantes de parvovírus. Uma avaliação contínua e mais detalhada destes vírus possibilitará uma melhor compreensão dos mecanismos que impulsionam a evolução do FPV/CPV no Brasil e sua importância epidemiológica. |
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