Dívida pública, expropriação e a superexploração da força de trabalho no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rabelo, Carolina Joannes
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23320
Resumo: O presente trabalho de dissertação tem por objetivo analisar a relação existente entre a forma histórica de expropriação via dívida pública, no contexto de dependência brasileira, e o recrudescimento da superexploração da força de trabalho sob os adventos da financeirização. Para a construção deste debate, o resgate de importantes correntes teórico-políticas que pensassem a dependência latino-americana e, fundamentalmente, as estruturas socioeconômicas dependentes no Brasil foram essenciais na construção de nossa exposição metodológica. Nesse sentido, estabelece-se ao longo desta dissertação uma importante interlocução com as produções clássicas e contemporâneas da Teoria Marxista da Dependência (TMD). Dentre alguns importantes expoentes utilizados, podemos citar Ruy Mauro Marini, Vania Bambia e Jaime Osorio. Outros significativos autores(as) do pensamento social da América Latina também estão presentes nas reflexões acerca do desenvolvimento do capitalismo dependente brasileiro, dentre eles estão Florestan Fernandes e Octavio Ianni. A abordagem de categorias caras à TMD, a exemplo dependência, transferência de valor, superexploração, padrão de reprodução do capital, Estado dependente e a violação do valor da força de trabalho, mostraram-se essenciais na construção de nossa hipótese. Contudo, para além destes autores(as) utilizamos também importantes reflexões de Virginia Fontes, David Harvey, Costas Lapavitsas, James O’Connor, Elaine Behring e tantos(as) outros(a). Argumenta-se que, contemporaneamente, a expropriação via dívida pública, aliada à expropriação tributária, tem possibilitado abundantes transferências de valor via pagamentos de juros e amortizações e conduzido à uma incisiva expropriação do trabalho necessário. Ademais, defende-se aqui a compreensão de que ao pressionar a realização de um conjunto de medidas de austeridade fiscal e impulsionar a expropriação de direitos sociais e do trabalho, a dívida pública no capitalismo dependente brasileiro tem contribuído para a violação do fundo de consumo e de vida da força de trabalho local e para o rebaixamento do seu valor histórico-social e moral. Entende-se que, ao atuar enquanto pilar e subsídio da acumulação financeira, a dívida pública introduz formas de expropriação financeira e insere no consumo dos(as)trabalhadores(as) serviços essenciais à sua reprodução, sem que haja uma remuneração equivalente.
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Dentre alguns importantes expoentes utilizados, podemos citar Ruy Mauro Marini, Vania Bambia e Jaime Osorio. Outros significativos autores(as) do pensamento social da América Latina também estão presentes nas reflexões acerca do desenvolvimento do capitalismo dependente brasileiro, dentre eles estão Florestan Fernandes e Octavio Ianni. A abordagem de categorias caras à TMD, a exemplo dependência, transferência de valor, superexploração, padrão de reprodução do capital, Estado dependente e a violação do valor da força de trabalho, mostraram-se essenciais na construção de nossa hipótese. Contudo, para além destes autores(as) utilizamos também importantes reflexões de Virginia Fontes, David Harvey, Costas Lapavitsas, James O’Connor, Elaine Behring e tantos(as) outros(a). Argumenta-se que, contemporaneamente, a expropriação via dívida pública, aliada à expropriação tributária, tem possibilitado abundantes transferências de valor via pagamentos de juros e amortizações e conduzido à uma incisiva expropriação do trabalho necessário. Ademais, defende-se aqui a compreensão de que ao pressionar a realização de um conjunto de medidas de austeridade fiscal e impulsionar a expropriação de direitos sociais e do trabalho, a dívida pública no capitalismo dependente brasileiro tem contribuído para a violação do fundo de consumo e de vida da força de trabalho local e para o rebaixamento do seu valor histórico-social e moral. Entende-se que, ao atuar enquanto pilar e subsídio da acumulação financeira, a dívida pública introduz formas de expropriação financeira e insere no consumo dos(as)trabalhadores(as) serviços essenciais à sua reprodução, sem que haja uma remuneração equivalente.El presente trabajo de disertación tiene por objetivo analizar la relación existente entre la forma histórica de expropiación por deuda pública, en el contexto de dependencia brasileña, y el recrudecimiento de la superexplotación de la fuerza de trabajo bajo los advenimientos de la financierización. Para la construcción de este debate, el rescate de importantes corrientes teórico-políticas que pensasen la dependencia latinoamericana y, fundamentalmente, las estructuras socioeconómicas dependientes en Brasil fueron esenciales en la construcción de nuestra exposición metodológica. En ese sentido, se establece a lo largo de esta disertación una importante interlocución con las producciones clásicas y contemporáneas de la Teoría Marxista de la Dependencia (TMD). Entre algunos importantes exponentes utilizados, podemos citar a Ruy Mauro Marini, Vania Bambia y Jaime Osorio. Otros significativos autores(as) del pensamiento social de América Latina también están presentes en las reflexiones acerca del desarrollo del capitalismo dependiente brasileño, entre ellos están Florestan Fernandes y Octavio Ianni. El enfoque de categorías caras a TMD, a ejemplo dependencia, transferencia de valor, superexplotación, patrón de reproducción del capital, Estado dependiente y la violación del valor de la fuerza de trabajo, se mostraron esenciales en la construcción de nuestra hipótesis. Sin embargo, además de estos autores utilizamos también importantes reflexiones de Virginia Fontes, David Harvey, Costas Lapavitsas, James O'Connor, Elaine Behring y tantos otros(as). Se argumenta que, contemporáneamente, la expropiación vía deuda pública, aliada a la expropiación tributaria, ha posibilitado abundantes transferencias de valor vía pagos de intereses y amortizaciones y conducido a una incisiva expropiación del trabajo necesario. Además, se defiende aquí la comprensión de que al presionar la realización de un conjunto de medidas de austeridad fiscal e impulsar la expropiación de derechos sociales y del trabajo, la deuda pública en el capitalismo dependiente brasileño ha contribuido a la violación del fondo de consumo y de vida de la fuerza de trabajo local y para el descenso de su valor histórico-social y moral. Se entiende que, al actuar como pilar y subsidio de la acumulación financiera, la deuda pública introduce formas de expropiación financiera e inserta en el consumo de los trabajadores servicios esenciales para su reproducción, sin que haya una remuneración equivalente.183fNiteróiMauriel, Ana Paula OrnellasBranco, Rodrigo CasteloSilva, Marcela SoaresWaehneldt, Tatiana BrettasRabelo, Carolina Joannes2021-09-23T13:05:16Z2021-09-23T13:05:16Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfRABELO, Carolina Joannes.Dívida pública, expropriação e a superexploração da força de trabalho no Brasil. 2018. 183f. 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