Interação entre sexo e obesidade na qualidade de vida de adultos assistidos pelo programa Médico de Família de Niterói

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Torres, Karla Dala Paula
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8987
Resumo: Introdução: A obesidade tem se transformado em uma epidemia no mundo todo e é fator de risco para várias doenças crônicas. É um fenômeno multicausal de difícil abordagem que causa impacto na qualidade de vida. Sabe-se que mulheres obesas, de uma forma geral, têm escores inferiores na auto-avaliação da qualidade de vida em relação aos homens obesos. No entanto, não encontramos estudos que tenham analisado a interação biológica entre gênero e obesidade para baixa qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). Objetivo: Verificar a existência de interação biológica entre sexo e obesidade na QVRS, independentemente da presença de comorbidades. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal a partir dos dados do estudo CAMELIA, cujas visitas ocorreram entre julho de 2006 a dezembro de 2007, com a população assistida pelo Programa Médico de Família de Niterói (PMF). Para o presente estudo foram incluídos indivíduos de 19 a 64 anos, sem comorbidades graves (n=605). A obesidade foi definida pelo índice de massa corporal (IMC 30kg/m²). A qualidade de vida foi avaliada pelo instrumento Short Form Health Survey (SF-36). A baixa QVRS foi definida em total: a pontuação geral do SF-36, física: componente físico do SF-36 e mental: componente mental do SF-36, dicotomizadas em pontuação inferior ao 1º quartil – baixa qualidade de vida e igual ou superior – controle. Foram criadas variáveis para quatro categorias de exposição: mulheres obesas (+ +), mulheres não obesas (+ -), homens obesos (- +) e homens não obesos (- -) como categoria de referência. Afastamentos da aditividade foram verificados e seus intervalos de confiança de 95% foram estimados a partir do método delta. Resultados: Mulheres obesas, mesmo após ajuste, apresentaram maior percentual de baixa qualidade de vida total, física e mental em relação aos homens não obesos, com maiores associações nas dimensões físicas (ORa= 2,13, IC=1,08-4,21) que nas dimensões mentais (ORa= 1,38, IC=0,62-3,04). O excesso de risco devido à interação foi estatisticamente significativo nas dimensões físicas. Conclusão: Os resultados corroboram com a hipótese de interação biológica entre sexo e obesidade na qualidade de vida. Este estudo contribui para a saúde pública com o alerta de que um excesso de casos de baixa QVRS está relacionado com a combinação mulher e obesidade
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Metodologia: Trata-se de um estudo transversal a partir dos dados do estudo CAMELIA, cujas visitas ocorreram entre julho de 2006 a dezembro de 2007, com a população assistida pelo Programa Médico de Família de Niterói (PMF). Para o presente estudo foram incluídos indivíduos de 19 a 64 anos, sem comorbidades graves (n=605). A obesidade foi definida pelo índice de massa corporal (IMC 30kg/m²). A qualidade de vida foi avaliada pelo instrumento Short Form Health Survey (SF-36). A baixa QVRS foi definida em total: a pontuação geral do SF-36, física: componente físico do SF-36 e mental: componente mental do SF-36, dicotomizadas em pontuação inferior ao 1º quartil – baixa qualidade de vida e igual ou superior – controle. Foram criadas variáveis para quatro categorias de exposição: mulheres obesas (+ +), mulheres não obesas (+ -), homens obesos (- +) e homens não obesos (- -) como categoria de referência. Afastamentos da aditividade foram verificados e seus intervalos de confiança de 95% foram estimados a partir do método delta. Resultados: Mulheres obesas, mesmo após ajuste, apresentaram maior percentual de baixa qualidade de vida total, física e mental em relação aos homens não obesos, com maiores associações nas dimensões físicas (ORa= 2,13, IC=1,08-4,21) que nas dimensões mentais (ORa= 1,38, IC=0,62-3,04). O excesso de risco devido à interação foi estatisticamente significativo nas dimensões físicas. Conclusão: Os resultados corroboram com a hipótese de interação biológica entre sexo e obesidade na qualidade de vida. Este estudo contribui para a saúde pública com o alerta de que um excesso de casos de baixa QVRS está relacionado com a combinação mulher e obesidadeIntroduction: Obesity has become a worldwide epidemic and is a risk factor for several chronic diseases. It is a multicausal phenomenon of difficult approach that impacts the quality of life. It is known that obese women in general have lower scores on elf-assessment of quality of life than obese men. However, we found no studies that have examined the biological interaction between gender and obesity for low-related quality of life (HRQoL). Objective: To verify the existence of biological interaction between sex and obesity on HRQoL measured by the SF-36, regardless of the presence of comorbidities. Methodology: This was a cross-sectional study based on data from CAMELIA study whose visits occurred between July 2005 and December 2006, with population assisted by the Family Doctor Program of Niterói (PMF). For the present study included individuals from 19 to 64 years, without severe comorbidities (n = 605). Obesity was defined by body mass index (BMI  30kg / m²). Quality of life was assessed by the SF-36. The low HRQoL was defined in total: the overall score of the SF-36 physical: physical component of the SF-36 and mental: mental component of the SF-36 dichotomized into score below the 1st quartile - low quality of life and greater than or equal - control. Variables were created for four exposure categories: obese women (+ +), non-obese women (+ -), obese men (- +) and non-obese men (-) as the reference category. Departures from additivity were observed and their confidence intervals of 95% were estimated from the delta method. Results: Obese women, even after adjustment, showed higher percentages of low overall quality of life, physical and mental health compared to non-obese men, with the largest associations in the physical (ORa = 2.13, CI = 1.08 to 4, 21) that the mental dimensions (ORa = 1.38, CI = 0.62 to 3.04). The excess risk due to interaction was statistically significant in physical dimensions. Conclusion: The results corroborate the hypothesis of biological interaction between sex and obesity on quality of life. This study contributes to public health with the warning that an excess of cases of low HRQOL is related to obesity and woman combination69 f.NiteróiGarcia, Maria Luiza GarciaVerly Junior, EliseuYokoo, Edna Massaehttp://lattes.cnpq.br/3134259958226131http://lattes.cnpq.br/8552358503431338http://lattes.cnpq.br/9014880928943124http://lattes.cnpq.br/9507689784405488Torres, Karla Dala Paula2019-03-29T20:10:56Z2019-03-29T20:10:56Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfKARLA, Dala Paula Torres. Interação entre sexo e obesidade na qualidade de vida de adultos assistidos pelo programa Médico de Família de Niterói. 2013. 69 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2013.https://app.uff.br/riuff/handle/1/8987Aluno de mestradoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-04-27T17:11:43Zoai:app.uff.br:1/8987Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202022-04-27T17:11:43Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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