Macrófagos como alvo de imunoterapia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/27341 |
Resumo: | Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 9,6 milhões de pessoas morreram por câncer em 2018, tornando-se a segunda maior causa de mortes no mundo. Em nível nacional, foram reportados em 2020 o equivalente a 225.830 óbitos decorrentes de câncer. Dentro do contexto de desenvolvimento tumoral, o conceito de vigilância imunológica atribui ao sistema imune a capacidade de reconhecer neoantígenos e destruir células cancerígenas mutadas antes que se transformem em tumores. Além disso, o desenvolvimento de tumores é guiado pelo processo da imunoedição tumoral, pautado em três etapas: eliminação, equilíbrio e evasão. Uma vez que estas etapas sejam superadas, o tumor se estabelece. Desse modo, diversas terapias vêm sendo exploradas para o combate de tumores, dentre elas, pode-se destacar a quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, cirurgias. Entretanto existem diversas limitações a essas terapias. Por exemplo, as drogas utilizadas na quimioterapia possuem a capacidade de realizar modulações imunossupressoras da resposta imune. Nesse contexto, as imunoterapias se apresentam como uma estratégia interessante de combate a tumores, uma vez que visam modular e aumentar a resposta do sistema imune contra as células cancerígenas, podendo gerar uma resposta duradoura, com geração de memória imune. Além disso, a combinação de terapias representa uma interessante alternativa para o tratamento de tumores. Em relação ao microambiente tumoral (TME), macrófagos associados a tumores (TAMs) são um dos principais agentes de relevância, representando até 50% da massa de tumores de câncer de mama. Concomitante a isso, estes realizam diversas modulações em processos de imunovigilância, desenvolvimento tumoral e resposta imune de tumores, tanto diretas, quanto indiretas em células tumorais, células do tecido e do sistema imune. Dentre as modulações diretas, algumas são de caráter relativo à capacidade de TAMs expressar ligantes de receptores de vias inibitórias da resposta imune (Inibidores de checkpoint) afetando diretamente linfócitos T. Ademais, são capazes de modular a resposta imune e o TME, através da secreção de citocinas e alterações metabólicas que levam a secreção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e a depleção de metabólitos como a L-arginina. Por outro lado, as modulações indiretas são realizadas por intermédio do TME e estão relacionadas ao recrutamento de populações com características imunossupressoras, além da inibição de populações celulares estimulantes da resposta imune. Destaca-se, também, a participação na modulação dos processos de angiogênese e na constituição da matriz extracelular. Portanto, diante da relevância dos macrófagos no contexto tumoral, a revisão bibliográfica aqui proposta tem como objetivo estabelecer uma visão geral sobre o uso de macrófagos como alvo de imunoterapias, além dos contextos atuantes que estão inseridos a destacar a progressão tumoral e as modulações da resposta imune. Foram utilizados portais de pesquisa conhecidos, a citar o Google Scholar, PubMed e Periódicos Capes. Os artigos foram selecionados baseados no fator de impacto das revistas em que se encontravam publicados e no número de citações. Quanto ao período dos artigos, trabalhos clássicos e atuais foram selecionados com foco nos artigos das últimas duas décadas. Os artigos e conceitos foram levantados nesses portais nos idiomas Alemão, Inglês e Português |
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Desse modo, diversas terapias vêm sendo exploradas para o combate de tumores, dentre elas, pode-se destacar a quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, cirurgias. Entretanto existem diversas limitações a essas terapias. Por exemplo, as drogas utilizadas na quimioterapia possuem a capacidade de realizar modulações imunossupressoras da resposta imune. Nesse contexto, as imunoterapias se apresentam como uma estratégia interessante de combate a tumores, uma vez que visam modular e aumentar a resposta do sistema imune contra as células cancerígenas, podendo gerar uma resposta duradoura, com geração de memória imune. Além disso, a combinação de terapias representa uma interessante alternativa para o tratamento de tumores. Em relação ao microambiente tumoral (TME), macrófagos associados a tumores (TAMs) são um dos principais agentes de relevância, representando até 50% da massa de tumores de câncer de mama. Concomitante a isso, estes realizam diversas modulações em processos de imunovigilância, desenvolvimento tumoral e resposta imune de tumores, tanto diretas, quanto indiretas em células tumorais, células do tecido e do sistema imune. Dentre as modulações diretas, algumas são de caráter relativo à capacidade de TAMs expressar ligantes de receptores de vias inibitórias da resposta imune (Inibidores de checkpoint) afetando diretamente linfócitos T. Ademais, são capazes de modular a resposta imune e o TME, através da secreção de citocinas e alterações metabólicas que levam a secreção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e a depleção de metabólitos como a L-arginina. Por outro lado, as modulações indiretas são realizadas por intermédio do TME e estão relacionadas ao recrutamento de populações com características imunossupressoras, além da inibição de populações celulares estimulantes da resposta imune. Destaca-se, também, a participação na modulação dos processos de angiogênese e na constituição da matriz extracelular. Portanto, diante da relevância dos macrófagos no contexto tumoral, a revisão bibliográfica aqui proposta tem como objetivo estabelecer uma visão geral sobre o uso de macrófagos como alvo de imunoterapias, além dos contextos atuantes que estão inseridos a destacar a progressão tumoral e as modulações da resposta imune. Foram utilizados portais de pesquisa conhecidos, a citar o Google Scholar, PubMed e Periódicos Capes. Os artigos foram selecionados baseados no fator de impacto das revistas em que se encontravam publicados e no número de citações. Quanto ao período dos artigos, trabalhos clássicos e atuais foram selecionados com foco nos artigos das últimas duas décadas. Os artigos e conceitos foram levantados nesses portais nos idiomas Alemão, Inglês e PortuguêsAccording to the World Health Organization (WHO), about 9.6 million people died from cancer in 2018, making it the second leading cause of death in the world. At the national level, the equivalent of 225,830 deaths due to cancer were reported in 2020. Within the context of tumor development, the concept of immune surveillance attributes to the immune system the ability to recognize neoantigens and destroy mutated cancer cells before they transform into tumors. Furthermore, the development of tumors is guided by the process of tumor immunoediting, based on three stages: elimination, balance, and evasion. Once during these steps are overcome, the tumor establishes itself. Thus, several therapies have been explored to combat tumors, among them, chemotherapy, radiotherapy, and, in some cases, surgery. However, there are several limitations to these therapies. For example, drugs used in chemotherapy have the ability to peform immunosuppressive modulations of the immune response. In this context, immunotherapies are presented as an interesting strategy to combat tumors, since they aim to modulate and increase the immune system's response against cancer cells, which can generate a lasting response, with immune memory. In addition, the combination of therapies represents an interesting alternative for the treatment of tumors. Regarding the tumor microenvironment (TME), tumor-Associated Macrophages (TAMs) are one of the main relevant agents, representing up to 50% of the mass in breast cancer tumor. Furthermore, they perform various modulations in immunosurveillance processes, tumor development and tumor immune response, both direct and indirect in tumor cells, tissue cells and the immune system. Among the direct modulations, some are related to the ability of TAMs to express receptor ligands of inhibitory pathways of the immune response (checkpoint inhibitors) directly affecting T lymphocytes. Moreover, they are able to modulate the immune response and TME, through the secretion of cytokines and metabolic changes that lead to the secretion of reactive oxygen species (ROS) and the depletion of metabolites such as L-arginine. On the other hand, indirect modulations are performed through the TME, related to the recruitment of populations with immunosuppressive characteristics, in addition to the inhibition of cell populations that stimulate the immune response. Also, the participation in the modulation of angiogenesis processes and in the constitution of the extracellular matrix is noteworthy. Therefore, given the relevance of macrophages in the tumor context, the bibliographic review proposed here aims to establish an overview of the use of macrophages as a target for immunotherapies, and to the active contexts that are inserted to highlight tumor progression and modulations of the immuneresponse. Well-known research portals were used, such as Google Scholar, PubMed and Periódicos Capes. Papers were selected based on the impact factor of the journals in which they were published and the number of citations. As for the period of the papers, classic and current works were selected with a focus on papers from the last two decades. Papers and concepts were consulted in German, English and Portuguese80 f.Correa, Leonardo Holanda Travassoshttp://lattes.cnpq.br/0909463772935505Canto, Fábio Barrozo dohttp://lattes.cnpq.br/5819793348966514Silva, Maria Fernanda de Souza Costahttp://lattes.cnpq.br/9223731606000126Martins, Mariana Renovatohttp://lattes.cnpq.br/4873004948911165Monteiro, Ana Carolina dos Santoshttp://lattes.cnpq.br/8713786253014379http://lattes.cnpq.br/9694785492855685Lima, Matheus Tavares2022-12-20T19:40:47Z2022-12-20T19:40:47Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfLIMA, Matheus Tavares. Macrófagos como alvo de imunoterapia. 2022. 80 f. 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