Análise dos tratamentos realizados em pacientes portadores de carcinoma hepatocelular acompanhados em um hospital federal do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leal, Cassia Regina Guedes
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/7894
Resumo: Objetivos: Existem poucos estudos sobre a epidemiologia do carcinoma hepatocelular (CHC) e suas diferentes modalidades terapêuticas no Brasil. A falta de informações sobre o CHC no Brasil dificulta a política de saúde na prevenção e tratamento de novos casos. O objetivo desse trabalho foi caracterizar o CHC segundo os seus principais aspectos clínicos e epidemiológicos, as modalidades de tratamento, e os desfechos após o tratamento em um hospital geral no Brasil. Métodos: Foram acompanhados 326 pacientes com diagnóstico de CHC durante um período de cinco anos (de janeiro de 2011 a dezembro de 2015). Foram analisados os dados demográficos, as principais características da doença hepática de base e do tumor, os tratamentos e os desfechos. A sobrevida também foi avaliada. Resultados: De acordo com a classificação de Barcelona, a maior parte dos pacientes (114) foi classificada como BCLC A no momento do diagnóstico. A quimioembolização hepática transarterial (TACE) foi o tratamento de escolha em 173 (53%) pacientes. A terapia sistêmica com sorafenibe foi realizada em 130 (40.2%) indivíduos, o transplante de fígado em 44 (13.5%), a ressecção do tumor em 26 (8%), a ablação por radiofrequência em 10 (3.1%) e a alcoolização em 5 (1.5%). Em 14 (5%) pacientes apenas cuidados paliativos. A média de sobrevida global foi de 20 meses a partir da data do diagnóstico até a data do óbito ou do último contato. Com relação ao grupo submetido a TACE, a sobrevida global foi de 22 meses. Na avaliação da lesão alvo pelo mRECIST, 16,8% dos pacientes obtiveram resposta completa e 50,9% uma resposta parcial. A doença mostrou-se estável em 19,1% e progrediu em 13,3% dos pacientes. Com relação ao grupo que usou sorafenibe, a sobrevida global foi de 10 meses, sendo de 12 meses para os pacientes Child Pugh A (50%) e de 6 meses para os pacientes Child-Pugh B (50%). Os principais efeitos colaterais foram a diarreia (60,8%) e a síndrome mão-pé (32,3%). Foi necessária a interrupção do medicamento em 45.4% dos pacientes, principalmente devido a efeitos colaterais. Conclusões: No nosso grupo, as sobrevidas médias encontradas foram bastante semelhantes à literatura, sendo maior em alguns subgrupos, como no subgrupo de pacientes que usou sorafenibe, onde a sobrevida foi melhor principalmente em relação aos pacientes classificados como Child-Pugh B, mostrando que este medicamento pode ser usado mesmo quando a doença está em estagio avançado
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Métodos: Foram acompanhados 326 pacientes com diagnóstico de CHC durante um período de cinco anos (de janeiro de 2011 a dezembro de 2015). Foram analisados os dados demográficos, as principais características da doença hepática de base e do tumor, os tratamentos e os desfechos. A sobrevida também foi avaliada. Resultados: De acordo com a classificação de Barcelona, a maior parte dos pacientes (114) foi classificada como BCLC A no momento do diagnóstico. A quimioembolização hepática transarterial (TACE) foi o tratamento de escolha em 173 (53%) pacientes. A terapia sistêmica com sorafenibe foi realizada em 130 (40.2%) indivíduos, o transplante de fígado em 44 (13.5%), a ressecção do tumor em 26 (8%), a ablação por radiofrequência em 10 (3.1%) e a alcoolização em 5 (1.5%). Em 14 (5%) pacientes apenas cuidados paliativos. A média de sobrevida global foi de 20 meses a partir da data do diagnóstico até a data do óbito ou do último contato. Com relação ao grupo submetido a TACE, a sobrevida global foi de 22 meses. Na avaliação da lesão alvo pelo mRECIST, 16,8% dos pacientes obtiveram resposta completa e 50,9% uma resposta parcial. A doença mostrou-se estável em 19,1% e progrediu em 13,3% dos pacientes. Com relação ao grupo que usou sorafenibe, a sobrevida global foi de 10 meses, sendo de 12 meses para os pacientes Child Pugh A (50%) e de 6 meses para os pacientes Child-Pugh B (50%). Os principais efeitos colaterais foram a diarreia (60,8%) e a síndrome mão-pé (32,3%). Foi necessária a interrupção do medicamento em 45.4% dos pacientes, principalmente devido a efeitos colaterais. Conclusões: No nosso grupo, as sobrevidas médias encontradas foram bastante semelhantes à literatura, sendo maior em alguns subgrupos, como no subgrupo de pacientes que usou sorafenibe, onde a sobrevida foi melhor principalmente em relação aos pacientes classificados como Child-Pugh B, mostrando que este medicamento pode ser usado mesmo quando a doença está em estagio avançadoBackground and Aim: There are few studies about the epidemiology of hepatocellular carcinoma (HCC) and its different modalities of therapy in Brazil. The lack of information about HCC in Brazil hinders the health policies related to treating new cases and preventing deaths. Our aim was to characterize HCC according to its main clinical and epidemiological aspects, treatment modalities, and outcomes after treatment in a general hospital in Brazil. Methods: We followed 326 patients with a confirmed diagnosis of HCC during a 5 year period (from January 2011 to December 2015). Demographic data, characteristics of the underlying liver disease and the tumor, treatments performed and outcomes were collected. The survival was also assessed. Results: Based on Barcelona classification system, most (114) patients were classified as BCLC A on diagnosis Transarterial chemoembolization (TACE) was the treatment of choice in 173 (53%) patients. Systemic therapy with sorafenib was performed in 130 (40%) individuals, liver transplantation in 44 (14%), tumor resection in 26 (8%), thermo ablation in 10 (3.1%) and ethanol injection in 5 (1.5%). In 14 (5%) patients only supportive care. The median overall survival was 20 months from the date of diagnosis to the date of death or last contact. Considering the TACE group, the overall survival was 22 months. After assessing the target lesion by means of the mRECIST classification, 16.8 % of patients achieved a complete response and 50,9% a partial response. The disease stabilized in 19.1% of the patients and progressed in 13.3%. Considering the group using sorafenib, the overall survival was 10 months, being 12 months for Child-Pugh A patients (50%) and 6 months for Child Pugh B (50%) patients. The main side effects were diarrhea (60,8%) and hand-foot syndrome (32,3%). Discontinuation of the drug was necessary in 45.4% of patients, mainly due to adverse events. Conclusions: In our group, survival was better than that described in the literature. The best results were mainly due to an earlier diagnosis, justifying the importance of investment in screening and early diagnosis, for offering curative treatments. Also in the group treated with sorafenib, survival was better than that described in the literature, mainly in Child-Pugh B patients, showing that this drug should be recommended even when the disease in an advanced stageNiteróiSetúbal, SérgioOliveira, Solange Artimos deMoreira, Lúcio Filgueiras PachecoPerez, Renata de MelloBalbi, ElizabethLeal, Cassia Regina Guedes2018-11-13T10:44:09Z2018-11-13T10:44:09Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/7894Aluno de Mestradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-04-29T18:32:10Zoai:app.uff.br:1/7894Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202022-04-29T18:32:10Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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