Instituições da sociedade civil, câncer de mama e acesso a medicamentos no SUS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/8993 |
Resumo: | A magnitude social e epidemiológica do câncer e os altos custos com seu tratamento farmacológico o tornam uma enfermidade cujas políticas são extremamente relevantes ao Sistema Único de Saúde (SUS). Esta pesquisa tem por objetivo identificar e analisar as estratégias de Instituições da Sociedade Civil dedicadas ao Câncer de Mama (ISC-CM) para o acesso a medicamentos no SUS e seus principais parceiros nesse processo. A pesquisa foi desenvolvida através de abordagem qualitativa, utilizando-se os métodos de análise de redes sociais e bola de neve. A coleta de dados resultou de observação participante e entrevistas semiestruturadas realizadas com 15 entrevistados, divididos em três grupos, de acordo com seu pertencimento institucional: Instituições da Sociedade Civil, Estado e Indústria Farmacêutica. Após sucessivas leituras do material coletado na pesquisa de campo, foi realizada a análise dos dados com base nas seguintes categorias: acesso a medicamentos para tratamento de câncer de mama; relacionamento das ISC-CM com o Estado; relacionamento das ISC-CM com a indústria farmacêutica; e outras estratégias utilizadas pelas ISC-CM. A discussão dos dados é feita a partir de três temas: acesso a medicamentos, relacionamento com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e outras estratégias das ISC-CM no acesso a medicamentos. Os resultados mostram que as principais dificuldades no acesso a medicamentos se referem à deficiência de serviços, à inequidade dos tratamentos oferecidos e à inclusão de tecnologias no SUS. Os dados indicam que indústrias farmacêuticas patrocinam algumas ISC-CM e promovem seu fortalecimento com o intuito de ampliar seu mercado. A principal estratégia das ISC-CM para acesso a medicamentos é o relacionamento com o Estado, em todas as esferas e Poderes. Junto ao Poder Executivo, a ações são voltadas para o acompanhamento das políticas e exercício de influência sobre os gestores. No Poder Legislativo, destacam-se a pressão para aprovação dos projetos de lei relacionados ao câncer e a construção de lobby no congresso nacional. No Poder Judiciário, vale ressaltar a predominância de ações individuais, o início de parcerias das ISC-CM com Defensores Públicos da União e as dificuldades enfrentadas pelo sistema de justiça. Entretanto, não se podem generalizar os achados da pesquisa, há instituições que não se relacionam com indústrias farmacêuticas. Não se pode negligenciar a necessidade de inclusão de tecnologias ao SUS, mas, os dados mostram que provavelmente, a maioria das ISC-CM não está preparada para resistir à pressão da indústria e avaliar questões referentes à eficácia, segurança e custo-efetividade dos produtos |
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A coleta de dados resultou de observação participante e entrevistas semiestruturadas realizadas com 15 entrevistados, divididos em três grupos, de acordo com seu pertencimento institucional: Instituições da Sociedade Civil, Estado e Indústria Farmacêutica. Após sucessivas leituras do material coletado na pesquisa de campo, foi realizada a análise dos dados com base nas seguintes categorias: acesso a medicamentos para tratamento de câncer de mama; relacionamento das ISC-CM com o Estado; relacionamento das ISC-CM com a indústria farmacêutica; e outras estratégias utilizadas pelas ISC-CM. A discussão dos dados é feita a partir de três temas: acesso a medicamentos, relacionamento com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e outras estratégias das ISC-CM no acesso a medicamentos. Os resultados mostram que as principais dificuldades no acesso a medicamentos se referem à deficiência de serviços, à inequidade dos tratamentos oferecidos e à inclusão de tecnologias no SUS. Os dados indicam que indústrias farmacêuticas patrocinam algumas ISC-CM e promovem seu fortalecimento com o intuito de ampliar seu mercado. A principal estratégia das ISC-CM para acesso a medicamentos é o relacionamento com o Estado, em todas as esferas e Poderes. Junto ao Poder Executivo, a ações são voltadas para o acompanhamento das políticas e exercício de influência sobre os gestores. No Poder Legislativo, destacam-se a pressão para aprovação dos projetos de lei relacionados ao câncer e a construção de lobby no congresso nacional. No Poder Judiciário, vale ressaltar a predominância de ações individuais, o início de parcerias das ISC-CM com Defensores Públicos da União e as dificuldades enfrentadas pelo sistema de justiça. Entretanto, não se podem generalizar os achados da pesquisa, há instituições que não se relacionam com indústrias farmacêuticas. Não se pode negligenciar a necessidade de inclusão de tecnologias ao SUS, mas, os dados mostram que provavelmente, a maioria das ISC-CM não está preparada para resistir à pressão da indústria e avaliar questões referentes à eficácia, segurança e custo-efetividade dos produtosThe magnitude of social and epidemiological cancer and high costs with its pharmacological treatment make it a disease whose policies are highly relevant to the Brazil’s National Health System (SUS). This research aims to identify and analyze the strategies of institutions of civil society dedicated to Breast Cancer (ISC-CM) for access to medicines in the SUS and its main partners in this process. The research was conducted through a qualitative approach, using methods of social network analysis and snowballed. The data collection resulted from participant observation and semi-structured interviews with 15 respondents, divided into three groups according to their institutional membership: Institutions of Civil Society, State, and Pharmaceutical Industry. After successive readings of the material collected in the field research, it was conducted to analyze from the following categories: access to medicines for the treatment of breast cancer, the ISC-CM relationship with the State, the ISC-CM relationship with pharmaceutical industry, and other strategies used by ISC-CM. The discussion of the data is made from three themes: access to medicines, relationship with the Executive, Legislative and Judicial Branches and other strategies of ISC-CM on access to medicines. The results show that the main difficulties in access to medicines refer to disability services, the inequity of the treatments offered and the inclusion of technology in the SUS. The data indicate that pharmaceutical companies sponsor some ISC-CM and promote their empowerment in order to expand its market. The main strategy of ISC-CM to access to medicines is the relationship with the State in all spheres and Branches. Along the Executive, the activities are geared for the monitoring of policies and exercise of influence on managers. In the Legislature, we highlight the pressure for approval of bills related to cancer and the building lobby at the national congress. In the Judiciary, it is worth noting the predominance of individual stocks, the beginning of the ISC-CM partnerships with Public Defenders Union and the difficulties faced by the justice system. However, one cannot generalize the findings of the survey, because there are institutions that do not relate to pharmaceutical industries. One cannot overlook the need for inclusion of technologies in SUS, but the data show that probably the majority of ISC-CM is not prepared to resist industry pressure and evaluate issues concerning the effectiveness, safety and cost-effectiveness of the product130 f.NiteróiRibeiro, Carlos Dimas MartinsCastro, Cláudia Osório deMozegui, GabrielaWong, JúlioClaro, LenitaRego, SérgioMaksud, Ivia Maria Jardimhttp://lattes.cnpq.br/8431421174938425http://lattes.cnpq.br/7088605883393705http://lattes.cnpq.br/5338114042740741http://lattes.cnpq.br/5793929244314712http://lattes.cnpq.br/8396570029365423http://lattes.cnpq.br/0916293495131706http://lattes.cnpq.br/9148689357356217Deprá, Aline Scaramussa2019-03-29T22:42:12Z2019-03-29T22:42:12Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfDEPRÁ, Aline Scaramussa. Instituições da sociedade civil, câncer de mama e acesso a medicamentos no SUS. 2013. 130 f. 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