Clones epidêmicos, marcadores de virulência e relação genética de cepas de Listeria monocytogenes sorotipo 4b de origem humana e de alimentos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa, André Victor
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6346
Resumo: NTRODUÇÃO: Dentre os 13 tipos antigênicos de Listeria monocytogenes, o sorotipo 4b é responsável pela maioria dos surtos em humanos. Foram descritos amostras geneticamente relacionadas envolvidas em diversos surtos no mundo, denominadas clones epidêmicos (ECs). Este trabalho teve por objetivo analisar um grupo de amostras de L.monocytogenes do sorotipo 4b de casos humanos de listeriose (26 cepas) e de alimentos cárneos (46 cepas) no Brasil no período de 1977 a 2010, procurando evidenciar por meio de análises moleculares a ocorrência de clones epidêmicos, o potencial de virulência e a sua relação genética. MATERIAL E MÉTODOS: Empregando a técnica da PCR, foi determinada a ocorrência de marcadores para os clones epidêmicos I e II (ECI e ECII) e dos genes de virulência hly, inlA, inlB, ilnC, inlJ, actA, plcA e prfA. A relação genética das amostras identificadas como ECI e ECII foi analisada pelo sequenciamento parcial do gene actA e pelo perfil de restrição por PFGE com as enzimas ApaI e AscI. RESULTADOS: Foram detectados os clones ECI e ECII tanto nas amostras humanas como em alimentos, sendo 20,8% positivas para o ECI, 41,6% para o ECII e 37,5% não tipificadas, destacando-se a maior ocorrência do ECII em alimentos (39%) e em humanos (46%). A maioria das amostras (96%) apresentou todos os genes de virulência pesquisados. Os produtos de amplificação do gene actA variaram de tamanho entre as amostras, sendo que todas as identificadas como ECI apresentaram uma deleção de 105pb. A análise do polimorfismo de uma sequência parcial do gene actA permitiu a diferenciação das amostras em três grupos, separando os isolados ECI e ECII humanos. O perfil obtido por PFGE demonstrou uma grande similaridade genética, onde não foi possível separar as amostras dos grupos clonais ECI e ECII de anos e origens diferentes. No entanto, foi observada a ocorrência de um mesmo perfil, identificado como ECII, em amostras hospitalares de São Paulo em 1992 e 1997. CONCLUSÕES: Salienta-se a ocorrência dos clones ECI e ECII de L. monocytogenes sorotipo 4b no Brasil. A presença dos genes de virulência na maioria das amostras, principalmente nas oriundas de alimentos, se reflete na possibilidade de causar infecções no consumidor. A análise do polimorfismo do gene actA sugere um poder discriminatório desse gene, podendo ser utilizado em estudos de tipificação. Embora a análise do perfil de PFGE dos clones epidêmicos não tenha permitido a diferenciação entre eles, foi possível confirmar a ocorrência de dois surtos de listeriose neonatal envolvendo o ECII. Este achado faz jus à utilização desta ferramenta em estudos de rastreamento de surtos epidêmicos.
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