Pequenos desvalidos: a infância pobre, abandonada e operária de Juiz de Fora (1888-1930)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/14362 |
Resumo: | Nesta tese, busca-se fazer uma reflexão sobre a problemática da infância pobre, abandonada e trabalhadora, em Juiz de Fora, Minas Gerais, nos anos finais do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. O recorte temporal delimitado para a realização desta análise é o da implantação e consolidação do mercado de trabalho livre em substituição ao escravo, do processo de industrialização e de reestruturação do Estado sob o sistema republicano de governo. No contexto dessas transformações, as classes dominantes sentiram a necessidade de criar novas formas de controle social. No que diz respeito às crianças pobres e, ou abandonadas, diversas foram as estratégias de controle social adotadas pelos segmentos dominantes com o objetivo de manterem o domínio sobre a mão de obra dos “menores”, sendo uma delas o vínculo tutelar. Nesse momento de estruturação do mercado de trabalho capitalista, setores da intelectualidade, políticos, médicos-higienistas, juristas, entre outros, apresentaram diversas propostas de assistência social para as crianças dos estratos mais baixos da hierarquia socioeconômica, com o objetivo de educar, preservar e regenerar os “menores” pelo e para o trabalho. A educação destinada aos setores vulneráveis da sociedade era a elementar, conjugada com o aprendizado de um ofício, ou seja, destinava-se a preparar mão de obra disciplinada e submissa. O trabalho infanto-juvenil foi uma problemática debatida ao longo dos primeiros anos republicanos. Porém, a sua regulamentação ocorreu apenas nos anos finais da década de 1920, com a promulgação do Código de Menores. A presença de pequenos operários nas indústrias, no comércio, nas oficinas e em outros estabelecimentos da cidade de Juiz de Fora, no início do século XX, pode ser constatada por meio dos periódicos e dos processos de acidentes no trabalho analisados neste estudo, onde muitos pequenos foram vítimas |
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Pequenos desvalidos: a infância pobre, abandonada e operária de Juiz de Fora (1888-1930)Trabalho infantilAssistência socialTutelasAcidentes de trabalhoTrabalho infantilInfância - aspecto socialAssistência socialBrasilInfantile workSocial AssistanceGuardianshipsWork accidentsTravail des enfantsTutelleAccidents du travailAide socialeNesta tese, busca-se fazer uma reflexão sobre a problemática da infância pobre, abandonada e trabalhadora, em Juiz de Fora, Minas Gerais, nos anos finais do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. O recorte temporal delimitado para a realização desta análise é o da implantação e consolidação do mercado de trabalho livre em substituição ao escravo, do processo de industrialização e de reestruturação do Estado sob o sistema republicano de governo. No contexto dessas transformações, as classes dominantes sentiram a necessidade de criar novas formas de controle social. No que diz respeito às crianças pobres e, ou abandonadas, diversas foram as estratégias de controle social adotadas pelos segmentos dominantes com o objetivo de manterem o domínio sobre a mão de obra dos “menores”, sendo uma delas o vínculo tutelar. Nesse momento de estruturação do mercado de trabalho capitalista, setores da intelectualidade, políticos, médicos-higienistas, juristas, entre outros, apresentaram diversas propostas de assistência social para as crianças dos estratos mais baixos da hierarquia socioeconômica, com o objetivo de educar, preservar e regenerar os “menores” pelo e para o trabalho. A educação destinada aos setores vulneráveis da sociedade era a elementar, conjugada com o aprendizado de um ofício, ou seja, destinava-se a preparar mão de obra disciplinada e submissa. O trabalho infanto-juvenil foi uma problemática debatida ao longo dos primeiros anos republicanos. Porém, a sua regulamentação ocorreu apenas nos anos finais da década de 1920, com a promulgação do Código de Menores. A presença de pequenos operários nas indústrias, no comércio, nas oficinas e em outros estabelecimentos da cidade de Juiz de Fora, no início do século XX, pode ser constatada por meio dos periódicos e dos processos de acidentes no trabalho analisados neste estudo, onde muitos pequenos foram vítimasThis thesis intends to analyse the problems involving the poor, neglected and worker infancy in Juiz de Fora, Minas Gerais, during the last years of the XIX century and the first decades of the XX century. The period studied relates to setting up and consolidation of free work market to substitute the slave one, the process of industrialization and restructuring of State under a republican system of government. In this context of changes the upper classes felt the necessity to create new ways of social control. Specifically about the poor and/or neglected children a lot of strategies of social control were adopted by the upper classes purposing to keep dominance over the infantile work market, being one of them the guardianship. In the historic present of consolidation of the capitalist work market some sectors like the intellectuality, politicians, sanitary doctors and jurists showed proposals of social assistance for children of the lower economic and social status purposing educate, preserve and regenerate them by and for work. The education applied to those children was the elementary associated to an apprenticeship of manual labour focusing a disciplined and submissive labour force. The infant-juvenile work was a topic debated during the first republin years although its regulation only occurred in the last years of the decade of 1920 with the Child Act. The presence of under-age workers in the local plants, commerce and manufactures of Juiz de Fora at the beginning of the XX century can be seen through some newspapers and proceedings of work accidents where a lot of underage workers were victimsCette thèse vise à faire une réflexion sur la problématique de l’enfance pauvre, abandonnée et travailleuse à Juiz de Fora, Minas Gerais dans les dernières années du XIXe siècle et dans les premières décennies du XXe siècle. La période délimitée pour cette analyse est celle du déploiement et de la consolidation du marché du travail libre qui remplace l’esclave, du processus d’industrialisation et de restructuration de l’État sous la forme républicaine de gouvernement. Dans le contexte de ces transformations, les classes dominantes ont ressenti le besoin de créer de nouvelles formes de contrôle social. En ce qui concerne les enfants pauvres et/ou abandonnés, plusieurs stratégies de contrôle social ont été adoptées par des segments dominants afin de maîtriser la main d’oeuvre des “mineurs”, l’une d’elles étant la relation tutélaire. Dans ce moment de structuration du marché de travail capitaliste, les secteurs des intellectuels, des politiciens, des médecins-hygiénistes, des juristes entres autres, ont présenté de différentes propositions d’aide social pour les enfants des couches les plus basses de la hiérarchie socio-économique, afin d’éduquer, préserver et régénérer les “mineurs”par et pour le travail. L’éducation destinée aux secteurs vulnérables de la société était élémentaire conjuguée à l’apprentissage d’un métier, c’est-à-dire, elle avait pour but de préparer une main d'œuvre disciplinée et soumise. Le travail des enfants et des jeunes a été une question débattue au long des premières années républicaines. Toutefois, sa réglementation n'a eu lieu qu'à la fin des années 1920 avec la promulgation du Code des mineurs. La présence de petits travailleurs dans les industries, les commerces, les ateliers et d’autres établissements dans la ville de Juiz de Fora au début du XXe siècle, peut être détectée par des journaux et des procès d’accidents du travail analysés dans cette étude et dont beaucoup de victimes étaient des enfants323 f.NiteróiNeder, GizleneFonseca, Marcos Luiz Bretas daGrinberg, KeilaMaciel, Laura AntunesCerqueira Filho, GisálioFrancisco, Raquel Pereira2020-07-16T16:48:00Z2020-07-16T16:48:00Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfFRANCISCO, Raquel Pereira. Pequenos desvalidos: a infância pobre, abandonada e operária de Juiz de Fora (1888-1930). 2015. 323 f. Tese (Doutorado em História) - Programa de Pós-graduação em História, Instituto de História, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2015https://app.uff.br/riuff/handle/1/14362Aluno de doutoradoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-07-28T14:07:36Zoai:app.uff.br:1/14362Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:13:59.177642Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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Nesta tese, busca-se fazer uma reflexão sobre a problemática da infância pobre, abandonada e trabalhadora, em Juiz de Fora, Minas Gerais, nos anos finais do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. O recorte temporal delimitado para a realização desta análise é o da implantação e consolidação do mercado de trabalho livre em substituição ao escravo, do processo de industrialização e de reestruturação do Estado sob o sistema republicano de governo. No contexto dessas transformações, as classes dominantes sentiram a necessidade de criar novas formas de controle social. No que diz respeito às crianças pobres e, ou abandonadas, diversas foram as estratégias de controle social adotadas pelos segmentos dominantes com o objetivo de manterem o domínio sobre a mão de obra dos “menores”, sendo uma delas o vínculo tutelar. Nesse momento de estruturação do mercado de trabalho capitalista, setores da intelectualidade, políticos, médicos-higienistas, juristas, entre outros, apresentaram diversas propostas de assistência social para as crianças dos estratos mais baixos da hierarquia socioeconômica, com o objetivo de educar, preservar e regenerar os “menores” pelo e para o trabalho. A educação destinada aos setores vulneráveis da sociedade era a elementar, conjugada com o aprendizado de um ofício, ou seja, destinava-se a preparar mão de obra disciplinada e submissa. O trabalho infanto-juvenil foi uma problemática debatida ao longo dos primeiros anos republicanos. Porém, a sua regulamentação ocorreu apenas nos anos finais da década de 1920, com a promulgação do Código de Menores. A presença de pequenos operários nas indústrias, no comércio, nas oficinas e em outros estabelecimentos da cidade de Juiz de Fora, no início do século XX, pode ser constatada por meio dos periódicos e dos processos de acidentes no trabalho analisados neste estudo, onde muitos pequenos foram vítimas |
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