¿Que sos Nicarágua?: memória e o projeto da Frente Sandinista de Libertação Nacional (1972-1993)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vannucci, Amanda Maia
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28134
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar a construção da memória da escritora nicaraguense Gioconda Belli sobre a Revolução Popular Sandinista. A análise estabelece como foco as críticas que a autora realizou sobre a revolução na Nicarágua. Durante a década de 1970, muitas mulheres ingressaram nas fileiras da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) e imprimiram importantes contribuições na condução do processo revolucionário. Dirigiram ações armadas, ofereceram apoio logístico na guerrilha e ocuparam cargos na Junta de Governo de Reconstrução Nacional (JGRN) em 1979. Junta que chegou ao poder após o triunfo da revolução que liquidou a ditadura da família Somoza, uma das mais longas e repressivas ditaduras latino-americanas. Esse movimento se inspirou nos princípios de soberania nacional e justiça social defendidos por Augusto Nicolás Calderón Sandino, primeira liderança popular do movimento de resistência à ocupação e ingerência estadunidense na Nicarágua, no final da década de 1920 e meados dos anos 1930. Ao assumirem o poder décadas depois, os sandinistas enfrentaram um longo e árduo caminho para a reconstrução do país, dilacerado pelas cicatrizes da guerra. Nesse contexto marcado por profundas divergências – políticas, sociais, econômicas e ideológicas –, pela guerra contrarrevolucionária, la contra e a derrota eleitoral em 1990, alguns sandinistas cortaram os laços com o projeto da Frente, Gioconda Belli foi uma delas. Elencamos para esta pesquisa a obra El país bajo mi piel: memorias de amor y guerra (2001) no qual a autora formulou sua interpretação sobre o processo revolucionário. Estabelecemos como recorte temporal 1972, ano em que Belli publicou seu primeiro livro de poesia Sobre la Grama, e 1993 quando rompeu com a FSLN. Para ampliar nosso leque de análise e entender as tensões do processo revolucionários, a partir da perspectiva de uma outra mulher utilizamos o livro de memórias Guerrillera, mujer y comandante de la Revolución Sandinista: Memorias de Leticia Herrera (2013). Ao final, avaliaremos em que medida as críticas de Belli ao projeto da Frente visam construir projetos alternativos que promovam a transformação social da Nicarágua.
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spelling ¿Que sos Nicarágua?: memória e o projeto da Frente Sandinista de Libertação Nacional (1972-1993)Nicarágua; aspecto históricoBelli, Gioconda, 1948-Frente Sandinista de Liberación Nacional (Nicaragua); aspecto históricoEsta dissertação tem como objetivo analisar a construção da memória da escritora nicaraguense Gioconda Belli sobre a Revolução Popular Sandinista. A análise estabelece como foco as críticas que a autora realizou sobre a revolução na Nicarágua. Durante a década de 1970, muitas mulheres ingressaram nas fileiras da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) e imprimiram importantes contribuições na condução do processo revolucionário. Dirigiram ações armadas, ofereceram apoio logístico na guerrilha e ocuparam cargos na Junta de Governo de Reconstrução Nacional (JGRN) em 1979. Junta que chegou ao poder após o triunfo da revolução que liquidou a ditadura da família Somoza, uma das mais longas e repressivas ditaduras latino-americanas. Esse movimento se inspirou nos princípios de soberania nacional e justiça social defendidos por Augusto Nicolás Calderón Sandino, primeira liderança popular do movimento de resistência à ocupação e ingerência estadunidense na Nicarágua, no final da década de 1920 e meados dos anos 1930. Ao assumirem o poder décadas depois, os sandinistas enfrentaram um longo e árduo caminho para a reconstrução do país, dilacerado pelas cicatrizes da guerra. Nesse contexto marcado por profundas divergências – políticas, sociais, econômicas e ideológicas –, pela guerra contrarrevolucionária, la contra e a derrota eleitoral em 1990, alguns sandinistas cortaram os laços com o projeto da Frente, Gioconda Belli foi uma delas. Elencamos para esta pesquisa a obra El país bajo mi piel: memorias de amor y guerra (2001) no qual a autora formulou sua interpretação sobre o processo revolucionário. Estabelecemos como recorte temporal 1972, ano em que Belli publicou seu primeiro livro de poesia Sobre la Grama, e 1993 quando rompeu com a FSLN. Para ampliar nosso leque de análise e entender as tensões do processo revolucionários, a partir da perspectiva de uma outra mulher utilizamos o livro de memórias Guerrillera, mujer y comandante de la Revolución Sandinista: Memorias de Leticia Herrera (2013). Ao final, avaliaremos em que medida as críticas de Belli ao projeto da Frente visam construir projetos alternativos que promovam a transformação social da Nicarágua.This dissertation aims to analyze the construction of the memory of the Nicaraguan writer Gioconda Belli on the Sandinista Popular Revolution. The analysis establishes as a focus the author’s critiques on the revolution in Nicaragua. During the 1970s, many women entered the ranks of the Sandinista National Liberation Front (FSLN) and made important contributions in the conduct of the revolutionary process. They led armed actions, offered logistical support to the guerrillas, and held positions in the National Reconstruction Government Junta (JGRN) in 1979. This junta took control after the triumph of the revolution that ended the dictatorship of the Somoza family, one of the longest and most repressive dictatorships of the Latin American countries. This movement was inspired by the principles of national sovereignty and the social justice advocated by Augusto Nicolás Calderón Sandino, the first popular leadership of the resistance movement to the US occupation and interference in Nicaragua in the late 1920s and mid 1930s. By taking power decades later, the Sandinistas faced a long and arduous road to rebuild the country, torn by the scars of war. In this context of profound divergences - political, social, economic and ideological - by the counterrevolutionary war, against the electoral defeat and overthrow in 1990, some Sandinistas cut ties with the Front project, Gioconda Belli was one of them. For this research, we write about the book El país bajo mi piel: memorias de amor y guerra (2001), in which the author formulated her interpretation of the revolutionary process. We decided to use two years in this analysis. First, 1972, the year in which Belli published her first poetry book Sobre la Grama, and 1993, when she broke with the FSLN. To expand our range and understand the tensions of the revolutionary process from the perspective of another woman, we use the memoir Guerrillera, mujer y comandante de la Revolución Sandinista: Memorias de Leticia Herrera (2013). To sum up, we will assess to what extent Belli's criticisms of the Frente project are interested in building alternative projects in order to promote social transformation in Nicaragua.131 p.Borges, Elisa de CamposGelado, Gladys VivianaDalmás, CarineVannucci, Amanda Maia2023-03-09T12:26:16Z2023-03-09T12:26:16Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfVANNUCCI, Amanda Maia Vannucci ¿Que sos Nicarágua?: memória e o projeto da Frente Sandinista de Libertação Nacional (1972-1993). 2019. 131f. 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