Estimulação colinérgica com brometo de piridostigmina: avaliação hemodinâmica durante o estresse mental em indivíduos sadios

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Joelma Dominato
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12701
Resumo: O estresse mental (EM) é um dos maiores problemas da sociedade moderna. Ajustes autonômicos, endócrinos e hemodinâmicos preparam o organismo para enfrentar situações de risco iminente. A hiperatividade simpática e a inibição vagal decorrentes do EM crônico desencadeiam um desequilíbrio do sistema nervoso autônomo, podendo levar a consequências graves e até irreversíveis, desde infecções virais até infarto agudo do miocárdio. Como terapêutica alternativa na diminuição da hiperatividade simpática, encontramos os betabloqueadores, que têm demonstrado promover significativa redução da mortalidade. Entretanto, permanece a busca por alternativas farmacológicas capazes de corrigir a disfunção parassimpática presente nas diferentes cardiopatias. O brometo de piridostigmina (PIR), agente anticolinesterásico, portanto com ação parassimpaticomimética, pode ser uma alternativa farmacológica, influenciando no prognóstico desses pacientes. Uma das preocupações ao utilizarmos esse tipo de droga é o risco de disfunção ventricular. Apesar desse risco ser pequeno, faz-se necessária uma avaliação específica da função ventricular após uso do PIR. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos hemodinâmicos agudos da administração oral de uma dose única de 60mg de PIR em indivíduos saudáveis, durante o EM. Trata-se de um estudo prospectivo, duplo-cego, randomizado e cruzado, controlado com placebo. Dezesseis indivíduos foram submetidos aos seguintes testes, antes e 2 horas após a ingestão de 60mg de PIR ou placebo (PLA): eletrocardiograma de 12 derivações em repouso na posição supina; medida do débito cardíaco (DC) por re-inalação de CO2 basal e durante teste de EM. A comparação das respostas cardiovasculares foi realizada com a ANOVA de dois fatores, seguida pelo teste post-hoc de Bonferroni. Foram avaliadas 11 mulheres e 5 homens, com 27±4 anos. A FC basal apresentouse menor após o uso da PIR (PIR: 60±6bpm; PLA: 67±6bpm) (p<0,001), aumentou igualmente nos dois grupos, porém a FC máxima durante o EM tendeu a ser menor no grupo da PIR (PIR: 76±11bpm; PLA: 81±11bpm) (p=0,09). A pressão arterial média subiu igualmente nos dois grupos durante o EM (Delta PIR: 7±5mmHg; Delta PLA: 6±8mmHg), o mesmo acontecendo com o duplo produto (Delta PIR: 2322±1641bpm.mmHg; Delta PLA: 2481±1170 bpm.mmHg). O DC aumentou igualmente nos dois grupos (p=0,02), não havendo diferenças em relação ao momento e aos medicamentos. O volume sistólico (VS) tendeu a ser maior durante o EM no grupo da PIR (PIR: 60±29ml; PLA: 53±25ml) (p=0,08), não havendo diferença entre os deltas. A resistência vascular periférica (RVP) tendeu a ser maior durante o EM no grupo PLA (PIR: 27,6±13,1UA; PLA: 30,2±12,9UA) (p=0,09), não havendo diferença entre os deltas. Desta forma, a PA e o DC aumentam de maneira semelhante com placebo e PIR durante o EM. Porém, quando estudados os componentes da PA e do DC, conclui-se que, em uso da PIR, o aumento da PA durante o EM parece estar mais associado ao aumento do DC, consequente a um pequeno aumento da FC e um maior do VS, enquanto com o PLA, ao aumento da RVP e do DC, consequente, predominantemente, a um maior aumento da FC
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Entretanto, permanece a busca por alternativas farmacológicas capazes de corrigir a disfunção parassimpática presente nas diferentes cardiopatias. O brometo de piridostigmina (PIR), agente anticolinesterásico, portanto com ação parassimpaticomimética, pode ser uma alternativa farmacológica, influenciando no prognóstico desses pacientes. Uma das preocupações ao utilizarmos esse tipo de droga é o risco de disfunção ventricular. Apesar desse risco ser pequeno, faz-se necessária uma avaliação específica da função ventricular após uso do PIR. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos hemodinâmicos agudos da administração oral de uma dose única de 60mg de PIR em indivíduos saudáveis, durante o EM. Trata-se de um estudo prospectivo, duplo-cego, randomizado e cruzado, controlado com placebo. Dezesseis indivíduos foram submetidos aos seguintes testes, antes e 2 horas após a ingestão de 60mg de PIR ou placebo (PLA): eletrocardiograma de 12 derivações em repouso na posição supina; medida do débito cardíaco (DC) por re-inalação de CO2 basal e durante teste de EM. A comparação das respostas cardiovasculares foi realizada com a ANOVA de dois fatores, seguida pelo teste post-hoc de Bonferroni. Foram avaliadas 11 mulheres e 5 homens, com 27±4 anos. A FC basal apresentouse menor após o uso da PIR (PIR: 60±6bpm; PLA: 67±6bpm) (p<0,001), aumentou igualmente nos dois grupos, porém a FC máxima durante o EM tendeu a ser menor no grupo da PIR (PIR: 76±11bpm; PLA: 81±11bpm) (p=0,09). A pressão arterial média subiu igualmente nos dois grupos durante o EM (Delta PIR: 7±5mmHg; Delta PLA: 6±8mmHg), o mesmo acontecendo com o duplo produto (Delta PIR: 2322±1641bpm.mmHg; Delta PLA: 2481±1170 bpm.mmHg). O DC aumentou igualmente nos dois grupos (p=0,02), não havendo diferenças em relação ao momento e aos medicamentos. O volume sistólico (VS) tendeu a ser maior durante o EM no grupo da PIR (PIR: 60±29ml; PLA: 53±25ml) (p=0,08), não havendo diferença entre os deltas. A resistência vascular periférica (RVP) tendeu a ser maior durante o EM no grupo PLA (PIR: 27,6±13,1UA; PLA: 30,2±12,9UA) (p=0,09), não havendo diferença entre os deltas. Desta forma, a PA e o DC aumentam de maneira semelhante com placebo e PIR durante o EM. Porém, quando estudados os componentes da PA e do DC, conclui-se que, em uso da PIR, o aumento da PA durante o EM parece estar mais associado ao aumento do DC, consequente a um pequeno aumento da FC e um maior do VS, enquanto com o PLA, ao aumento da RVP e do DC, consequente, predominantemente, a um maior aumento da FCThe mental stress (MS) is one of the biggest problems of modern society. Autonomic, endocrine and hemodynamic adjustments prepare the organism to deal with diverse situations of imminent risk. The sympathetic hyperactivity and vagal inhibition resulting from the MS trigger an imbalance in the autonomic nervous system and it may lead to serious and even irreversible consequences, from viral infections to acute myocardial infarction. An alternative therapy in reducing sympathetic hyperactivity is the beta-blockers, which have been shown to promote significant reduction in mortality. However, there remains the search for pharmacological alternative capable of correcting the parasympathetic dysfunction present in different heart diseases. The pyridostigmine (PYR), an anticholinesterase agent, thus parasympatomimetic, may be a pharmacological alternative that can influencing the prognosis. A concern when using this type of drug is the risk of ventricular dysfunction. Although the risk is low, it is necessary a specific assessment of ventricular function after the use of PYR. The aim of this study was to evaluate the acute hemodynamic effects of oral administration of a single dose of 60mg of PYR in healthy subjects during MS. This is a prospective, double-blind, randomized, crossover, placebo-controlled study. Sixteen subjects underwent the following tests before and two hours after ingestion of 60 mg PYR or placebo (PLA): 12-lead electrocardiogram at rest in the supine position, a baseline measure of the cardiac output (CO) by re-inhalation of CO2 and during the MS. Comparison of cardiovascular responses was performed by two-factor ANOVA followed by post-hoc Bonferroni test. We evaluated 11 women and 5 men, age 27 ± 4 years. The baseline HR was lower after PYR (PYR: 60 ± 6 bpm; PLA: 67 ± 6 bpm; (p<0.001), also increased in both groups, but the maximum HR during the MS tended to be lower in the group of PYR (PYR: 76 ± 11bpm; PLA: 81 ± 11bpm; (p=0.09). Mean blood pressure (BP) also rose in both groups during the MS (Delta PYR: 7 ± 5 mmHg; Delta PLA: 6 ± 8 mmHg), as did the rate-pressure product (Delta PYR: 2322 ± 1641 bpm.mmHg; Delta PLA: 2481 ± 1170 bpm.mmHg). The CO also increased in both groups (p=0.02), there was no difference in relation the time and the drugs. The stroke volume (SV) tended to be higher during the EM group of PYR (PYR: 60 ± 29ml; PLA: 53 ± 25 ml; p=0.08), with no difference between the reactivity during the MS. The peripheral vascular resistance (PVR) tended to be higher during MS in PLA group (PYR: 27.6 ± 13.1 AU; PLA: 30.2 ± 12.9 AU; p=0.09), with no difference between the reactivity during the MS. Thus, the BP and the CO increase similarly with PLA and PYR during the MS. However, when we studied the components of the BP and the CO, we concluded that, with PYR, BP increase during MS appears to be associated with increased CO, consequent to a small increase in HR and an increased SV, while, with PLA, BP increase during MS appears to be associated with increased PVR and CO, resulting predominantly to a greater increase in HR40f.Nóbrega, Antonio Claudio Lucas daDrumond Neto, CantídioSoares, Pedro Paulo da SilvaNeves, Fabrícia Junqueira dashttp://lattes.cnpq.br/7089386393244297http://lattes.cnpq.br/4868680076470040http://lattes.cnpq.br/5592970800851359http://lattes.cnpq.br/8849008666380358http://lattes.cnpq.br/1874154489225318Rocha, Joelma Dominato2020-01-24T15:18:12Z2020-01-24T15:18:12Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfROCHA, Joelma Dominato. Estimulação colinérgica com brometo de piridostigmina: avaliação hemodinâmica durante o e estresse mental em indivíduos sadios. 2010. 40 f. 21 f. 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