Caracterização de peptidases em extratos proteicos de isolados de trichomonas vaginalis
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/12675 |
Resumo: | Tricomoníase é a doença sexualmente transmissível não viral mais comum no mundo é causada por Trichomonas vaginalis, um protozoário flagelado que coloniza o trato urogenital humano. Os tratamentos disponíveis para essa parasitose são da classe dos nitroimidazóis, e esses medicamentos apresentam eficácia variável com relatos na literatura sobre cepas resistentes. As peptidases têm sido alvo para a produção de novos fármacos, visto que desempenham uma série de funções vitais para os parasitos. Os inibidores de peptidases se destacaram a partir do descobrimento das peptidases do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), sendo atualmente utilizados em indivíduos HIV-positivos. Todavia, os estudos acerca de aspártico peptidases em T. vaginalis ainda são pouco conhecidos. No presente trabalho utilizamos técnicas de microscopia óptica, bioquímica e de biologia molecular para estudar dois isolados de T. vaginalis. As curvas de crescimento dos dois isolados mostraram perfis diferentes, onde o isolado G apresentou um crescimento mais rápido e mais expressivo do que o isolado T. A análise morfológica revelou que as duas amostras coradas com Giemsa não apresentam diferenças entre si, e o sequenciamento utilizando os iniciadores para o alvo ITS (espaçador transcrito interno) revelou que ambos os isolados apresentam 100% de homologia com as sequencias de T. vaginalis depositadas no banco de dados GenBank, e são idênticos. Os ensaios bioquímicos mostraram que os lisados celulares dos isolados apresentam atividade proteolítica em uma ampla faixa de pH, e ainda que o isolado T exibe uma atividade proteolítica maior do que a observado no isolado G. Em pH ácido, as atividades proteolíticas de ambos os isolados foram inibidas na presença de pepstatina, lopinavir, ritonavir e E-64, indicando a presença de aspártico e cisteíno peptidases, respectivamente. Conjuntamente, nossos resultados indicam que os isolados estudados de T. vaginalis apresentaram perfis de crescimento e características bioquímicas diferentes, o que sugere que se trata de duas cepas distintas. Entretanto, os iniciadores que amplificam regiões do gene ITS1 e ITS2 mostraram que os isolados apresentam 100% de similaridade entre si. Os dados gerados neste estudo fornecerão subsídios que irão contribuir para melhor compreensão dos mecanismos de patogenicidade deste parasito e avaliar os efeitos dos possíveis alvos dos IPs/HIV para a busca de alvos terapêuticos. |
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Caracterização de peptidases em extratos proteicos de isolados de trichomonas vaginalisPeptidasesTrichomonas vaginalisExtrato proteicoAtividade proteolíticaAspártico peptidasesIPs-HIVTrichomonas vaginalisPeptidasesTrichomonas vaginalisProtein extractProteolytic activityAspartic peptidasesIPs-HIVTricomoníase é a doença sexualmente transmissível não viral mais comum no mundo é causada por Trichomonas vaginalis, um protozoário flagelado que coloniza o trato urogenital humano. Os tratamentos disponíveis para essa parasitose são da classe dos nitroimidazóis, e esses medicamentos apresentam eficácia variável com relatos na literatura sobre cepas resistentes. As peptidases têm sido alvo para a produção de novos fármacos, visto que desempenham uma série de funções vitais para os parasitos. Os inibidores de peptidases se destacaram a partir do descobrimento das peptidases do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), sendo atualmente utilizados em indivíduos HIV-positivos. Todavia, os estudos acerca de aspártico peptidases em T. vaginalis ainda são pouco conhecidos. No presente trabalho utilizamos técnicas de microscopia óptica, bioquímica e de biologia molecular para estudar dois isolados de T. vaginalis. As curvas de crescimento dos dois isolados mostraram perfis diferentes, onde o isolado G apresentou um crescimento mais rápido e mais expressivo do que o isolado T. A análise morfológica revelou que as duas amostras coradas com Giemsa não apresentam diferenças entre si, e o sequenciamento utilizando os iniciadores para o alvo ITS (espaçador transcrito interno) revelou que ambos os isolados apresentam 100% de homologia com as sequencias de T. vaginalis depositadas no banco de dados GenBank, e são idênticos. Os ensaios bioquímicos mostraram que os lisados celulares dos isolados apresentam atividade proteolítica em uma ampla faixa de pH, e ainda que o isolado T exibe uma atividade proteolítica maior do que a observado no isolado G. Em pH ácido, as atividades proteolíticas de ambos os isolados foram inibidas na presença de pepstatina, lopinavir, ritonavir e E-64, indicando a presença de aspártico e cisteíno peptidases, respectivamente. Conjuntamente, nossos resultados indicam que os isolados estudados de T. vaginalis apresentaram perfis de crescimento e características bioquímicas diferentes, o que sugere que se trata de duas cepas distintas. Entretanto, os iniciadores que amplificam regiões do gene ITS1 e ITS2 mostraram que os isolados apresentam 100% de similaridade entre si. Os dados gerados neste estudo fornecerão subsídios que irão contribuir para melhor compreensão dos mecanismos de patogenicidade deste parasito e avaliar os efeitos dos possíveis alvos dos IPs/HIV para a busca de alvos terapêuticos.Trichomoniasis is the most non-viral sexually transmitted disease in the world caused by Trichomonas vaginalis, a flagellate protozoan which colonizes the human urogenital tract. The nitroimidazoles are the class of medications known to be effective, and metronidazole is the most common medication used for treating trichomoniasis. However, the effectiveness of these compounds is limited, and resistant strains have been described in the literature. Peptidases have been reported as a promising target since these molecules are involved in various parasitic mechanisms. Peptidase inhibitors stood out from the discovery of acquired immunodeficiency virus (HIV) peptidases and are currently used in treatment of HIV positive individuals. Moreover, studies of aspartic peptidases in T. vaginalis are still scarce. In the present work, we used optic microscopy, biochemistry and molecular biology techniques to study two isolates of T. vaginalis. Growth curves of two isolates demonstrated different profiles, where isolate G showed a faster and higher growth rate and when compared to isolate T. Morphologic analysis revealed no apparent differences among samples stained with Giemsa. In addition, DNA sequencing technologies using ITS (internal transcribed spacer) region showed that both isolates are 100% homology to T. vaginalis sequences deposited in Genbank and are identical to each other. Biochemical assays showed that lysates of both isolates have proteolytic activity over a wide pH range, and isolate T exhibits higher proteolytic activity compared to activity observed in isolate G. At acid pH, the proteolytic activities of isolates were inhibited in the presence of pepstatin, nelfinavir and E-64, indicating the presence of aspartic and cysteine peptidases, respectively. Data gained in this study will provide insights that will contribute to a better understating of the pathogenicity mechanisms of this parasite and search for new therapeutic targets.Universidade Federal FluminenseNova FriburgoRebello, Karina MastropasquaRebello, Karina MastropasquaCaseca, Aline CardosoCosta, Giovani Carlo VeríssimoSantos, Helena Lúcia CarneiroMonteiro, Thaís Matos2020-01-22T16:59:22Z2020-01-22T16:59:22Z2019-12-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfMONTEIRO, Thaís Matos. Caracterização de peptidases em extratos proteicos de isolados de Trichomonas Vaginalis. 2019. 71f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina)- Universidade Federal Fluminense, Instituto de Saúde de Nova Friburgo, Nova Friburgo, 2019.https://app.uff.br/riuff/handle/1/12675Aluno de GraduaçãoopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-12-06T14:08:51Zoai:app.uff.br:1/12675Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:11:48.746280Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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Tricomoníase é a doença sexualmente transmissível não viral mais comum no mundo é causada por Trichomonas vaginalis, um protozoário flagelado que coloniza o trato urogenital humano. Os tratamentos disponíveis para essa parasitose são da classe dos nitroimidazóis, e esses medicamentos apresentam eficácia variável com relatos na literatura sobre cepas resistentes. As peptidases têm sido alvo para a produção de novos fármacos, visto que desempenham uma série de funções vitais para os parasitos. Os inibidores de peptidases se destacaram a partir do descobrimento das peptidases do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), sendo atualmente utilizados em indivíduos HIV-positivos. Todavia, os estudos acerca de aspártico peptidases em T. vaginalis ainda são pouco conhecidos. No presente trabalho utilizamos técnicas de microscopia óptica, bioquímica e de biologia molecular para estudar dois isolados de T. vaginalis. As curvas de crescimento dos dois isolados mostraram perfis diferentes, onde o isolado G apresentou um crescimento mais rápido e mais expressivo do que o isolado T. A análise morfológica revelou que as duas amostras coradas com Giemsa não apresentam diferenças entre si, e o sequenciamento utilizando os iniciadores para o alvo ITS (espaçador transcrito interno) revelou que ambos os isolados apresentam 100% de homologia com as sequencias de T. vaginalis depositadas no banco de dados GenBank, e são idênticos. Os ensaios bioquímicos mostraram que os lisados celulares dos isolados apresentam atividade proteolítica em uma ampla faixa de pH, e ainda que o isolado T exibe uma atividade proteolítica maior do que a observado no isolado G. Em pH ácido, as atividades proteolíticas de ambos os isolados foram inibidas na presença de pepstatina, lopinavir, ritonavir e E-64, indicando a presença de aspártico e cisteíno peptidases, respectivamente. Conjuntamente, nossos resultados indicam que os isolados estudados de T. vaginalis apresentaram perfis de crescimento e características bioquímicas diferentes, o que sugere que se trata de duas cepas distintas. Entretanto, os iniciadores que amplificam regiões do gene ITS1 e ITS2 mostraram que os isolados apresentam 100% de similaridade entre si. Os dados gerados neste estudo fornecerão subsídios que irão contribuir para melhor compreensão dos mecanismos de patogenicidade deste parasito e avaliar os efeitos dos possíveis alvos dos IPs/HIV para a busca de alvos terapêuticos. |
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