Subsunção do trabalho ao capital na atividade pesqueira paraense: elites locais e contraespaços
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/32246 |
Resumo: | Este trabalho analisa o processo de subsunção do trabalho ao capital na atividade pesqueira, objetivando, primeiramente, identificar e sintetizar o papel das elites locais (proprietárias dos meios de produção) e da força de trabalho subsumida (os pescadores) na produção do espaço amazônico. A partir desses papeis, elaborou-se uma narrativa histórica a partir do regime de trabalho identificado, produzindo uma história explicada em termos de espaço. Identificou-se, assim, os momentos do processo de subsunção na atividade pesqueira, e as conexões com as demais atividades produtivas na formação espacial. O método de tratamento dos dados foi o materialismo histórico dialético, e a pesquisa tratou principalmente de dados secundários, oriundos de pesquisa bibliográfica. Utilizou-se dados primários apenas para as temporalidades contemporâneas. Concluiu-se que: a) a pesca pode ser considerada a atividade de base da formação espacial amazônica, por ser a atividade de controle de reprodução da força de trabalho, até o momento da disseminação da subsunção real, onde o controle do produto do trabalho está substituído pelo controle do processo do trabalho, não apenas em uma atividade industrial específica, mas no todo do circuito econômico ao qual obedecem todas as formas produtivas; b) só há sentido em se falar de formação espacial amazônica própria até o momento em que o Estado nacional brasileiro estabelece um único regime de controle do trabalho; c) as elites locais logram se reproduzir como massa ou fração do capital hegemônico através da mediação do Estado; d) os contraespaços institucionalizados como territórios oficiais terminam por ser base da reprodução da subsunção formal; e) apesar da reprodução da subsunção formal, com o assalariamento por formas indiretas, há uma progressiva eliminação da figura do atravessador individual pela grande empresa como intermediadora, o que indica que o espaço geográfico como um todo foi convertido em capital acumulado (trabalho cristalizado) tornando o homem (anteriormente subjetividade não objetivada), em mero ente e não mais no sujeito das ações, determinadas seja pela grande empresa, seja pela normatização estatal. |
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Subsunção do trabalho ao capital na atividade pesqueira paraense: elites locais e contraespaçosSubsunçãoCapitalTrabalhoPescaAmazôniaContraespaçosTrabalhoCapitalAtividade pesqueiraAmazôniaSubsumptionCapitalWorkFishingAmazonCounter-spacesEste trabalho analisa o processo de subsunção do trabalho ao capital na atividade pesqueira, objetivando, primeiramente, identificar e sintetizar o papel das elites locais (proprietárias dos meios de produção) e da força de trabalho subsumida (os pescadores) na produção do espaço amazônico. A partir desses papeis, elaborou-se uma narrativa histórica a partir do regime de trabalho identificado, produzindo uma história explicada em termos de espaço. Identificou-se, assim, os momentos do processo de subsunção na atividade pesqueira, e as conexões com as demais atividades produtivas na formação espacial. O método de tratamento dos dados foi o materialismo histórico dialético, e a pesquisa tratou principalmente de dados secundários, oriundos de pesquisa bibliográfica. Utilizou-se dados primários apenas para as temporalidades contemporâneas. Concluiu-se que: a) a pesca pode ser considerada a atividade de base da formação espacial amazônica, por ser a atividade de controle de reprodução da força de trabalho, até o momento da disseminação da subsunção real, onde o controle do produto do trabalho está substituído pelo controle do processo do trabalho, não apenas em uma atividade industrial específica, mas no todo do circuito econômico ao qual obedecem todas as formas produtivas; b) só há sentido em se falar de formação espacial amazônica própria até o momento em que o Estado nacional brasileiro estabelece um único regime de controle do trabalho; c) as elites locais logram se reproduzir como massa ou fração do capital hegemônico através da mediação do Estado; d) os contraespaços institucionalizados como territórios oficiais terminam por ser base da reprodução da subsunção formal; e) apesar da reprodução da subsunção formal, com o assalariamento por formas indiretas, há uma progressiva eliminação da figura do atravessador individual pela grande empresa como intermediadora, o que indica que o espaço geográfico como um todo foi convertido em capital acumulado (trabalho cristalizado) tornando o homem (anteriormente subjetividade não objetivada), em mero ente e não mais no sujeito das ações, determinadas seja pela grande empresa, seja pela normatização estatal.This work analyzes the process of subsumption of labor to capital in fishing activity, aiming, first, to identify and summarize the role of local elites (owners of the means of production) and subsumed workforce (anglers) in the production of the Amazonian space. From these roles, it drew up a historical narrative from the identified work regime, producing a story explained in terms of space. It was identified, thus the times of the subsumption process in fishing activity, and connections with other productive activities in space formation. The data processing method was dialectical historical materialism, and the research has dealt mainly secondary data derived from literature research. Primary data was used only to contemporary temporality. The conclusions are: a) fishing can be considered the basis activity in the Amazon spatial formation, being the control activity of workforce reproduction, until the moment of the spread of real subsumption, where control of the work product is replaced by the control of the labor process, not just in a specific industrial activity, but on the whole the economic circuit to which obey all productive ways; b) there is only sense in talking about own Amazon spatial formation until the moment that the Brazilian national state establishes a single system of labor control; c) local elites manage to reproduce themselves as mass or fraction of the hegemonic capital through state mediation; d) the counter-spaces institutionalized as official territory became support for the formal subsumption reproduction; e) despite playing the formal subsumption production, with the wage by indirect ways, there is a progressive elimination of the figure of the individual middleman by big business as intermediary, fact that indicates that the geographical space as a whole was converted into accumulated capital (congealed labor) making man (not previously objectified subjectivity) in being mere and not the subject of the shares, determined either by big business, whether by state regulation.325 f.Costa, Rogério Haesbaert daBinsztok, JacobAntunes, Charlles da FrançaSoares, Daniel Araújo Sombra2024-02-08T14:15:35Z2024-02-08T14:15:35Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSOARES, Daniel Araújo Sombra. Subsunção do trabalho ao capital na atividade pesqueira paraense: elites locais e contraespaços: elites locais e contraespaços. 2016. 325 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2016.http://app.uff.br/riuff/handle/1/32246CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2024-02-08T14:15:39Zoai:app.uff.br:1/32246Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:51:51.317669Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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