"Você fica sem saber que justiça é essa, a lei é para todos ou pras grandes empresas não tem lei?": as narrativas ribeirinhas sobre a administração do "Caso Samarco" e a gestão do desastre em Tumiritinga - MG e em Galileia - MG

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Luciana Tasse
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/32918
http://dx.doi.org/10.22409/PPGSD.2022.d.13060582793
Resumo: O tratamento jurídico dispensado ao crime/desastre da Samarco se estrutura a partir de duas Ações Civis Públicas principais e de quatro TACs, firmados com o propósito de reparação das pessoas e dos territórios atingidos. Além dos acordos e das peças processuais relativas ao caso, também há uma série de documentos e de relatórios que registram o desastre institucionalmente. Mas o que as pessoas atingidas contam a respeito do desastre e da gestão da reparação socioeconômica adotada? O que chega até elas, e como a gestão da reparação afeta os quotidianos nos territórios? Os modos locais de viver e de contar o desastre e a reparação, oferecem elementos que os documentos oficiais não mostram. O recorte territorial deste trabalho compreende as cidades ribeirinhas de Tumiritinga e de Galileia, localizadas no médio rio Doce, região leste de Minas Gerais. O objetivo é avaliar o modelo adotado para o tratamento do desastre tecnológico da Samarco/Vale/BHP Billiton, a partir da análise documental, mas, sobretudo, a partir dos modos locais de narrar a reparação socioeconômica capitaneada pela Fundação Renova, instituída pelas mineradoras. As pessoas se sentem ofendidas em sua dignidade pelo tratamento oferecido pela Fundação e, igualmente, pelo descaso do sistema de Justiça com a reparação. Em Tumiritinga e em Galileia, as pessoas relataram que rio Doce não é só recurso hídrico. Por isso, não é possível reparar elementos materiais, muito menos os simbólicos, sem (re)conhecer os significados que as relações guardam no concreto dos territórios para os sujeitos envolvidos.
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Mas o que as pessoas atingidas contam a respeito do desastre e da gestão da reparação socioeconômica adotada? O que chega até elas, e como a gestão da reparação afeta os quotidianos nos territórios? Os modos locais de viver e de contar o desastre e a reparação, oferecem elementos que os documentos oficiais não mostram. O recorte territorial deste trabalho compreende as cidades ribeirinhas de Tumiritinga e de Galileia, localizadas no médio rio Doce, região leste de Minas Gerais. O objetivo é avaliar o modelo adotado para o tratamento do desastre tecnológico da Samarco/Vale/BHP Billiton, a partir da análise documental, mas, sobretudo, a partir dos modos locais de narrar a reparação socioeconômica capitaneada pela Fundação Renova, instituída pelas mineradoras. As pessoas se sentem ofendidas em sua dignidade pelo tratamento oferecido pela Fundação e, igualmente, pelo descaso do sistema de Justiça com a reparação. Em Tumiritinga e em Galileia, as pessoas relataram que rio Doce não é só recurso hídrico. Por isso, não é possível reparar elementos materiais, muito menos os simbólicos, sem (re)conhecer os significados que as relações guardam no concreto dos territórios para os sujeitos envolvidos.The legal approach given to the Samarco crime/disaster in river Doce basin is structured around two main Public Civil Actions and four TACs, signed for the purpose of reparation for the people and territories affected. Besides the agreements and the procedural documents related to the case, there is also a series of documents and reports that institutionally register the disaster. But what do the people affected tell about the disaster and the management of the socio-economic reparation adopted? What reaches them, and how does the management of the reparation affect everyday life in the territories? Local ways of living and of telling about the disaster and the reparation offer elements that the official documents do not show. The territorial scope of this work comprises the riverside towns of Tumiritinga and Galileia, located in the middle Doce River, eastern region of Minas Gerais. The objective, then, is to evaluate the model adopted for the treatment of the Samarco/Vale/BHP Billiton technological disaster, based on the analysis of documents and local ways of narrating and living the socioeconomic reparation led by the Renova Foundation, established by the mining companies. People feel offended in their dignity by the treatment offered by the Foundation, but also by the neglect of the Justice system. In Tumiritinga and in Galileia, people reported that the river is not only a water resource. It is not possible to repair material elements, much less symbolic ones, without knowing the meanings that things in their relationships have or had in the concrete territories for the subjects involved.306 p.Alvim, Joaquim Leonel de Rezendehttp://lattes.cnpq.br/5393518300996319Negri, Sergio Marcos Carvalho de Ávilahttp://lattes.cnpq.br/3282764176353256Baptista, Bárbara Lupettihttp://lattes.cnpq.br/6684240224402695Milanez, Brunohttp://lattes.cnpq.br/7310974372819290Pinto, Raquel Giffonihttp://lattes.cnpq.br/8798162232506263Souza, Tatiana Ribeiro dehttp://lattes.cnpq.br/9119907176821043http://lattes.cnpq.br/8829222762714213Ferreira, Luciana Tasse2024-06-04T23:20:40Z2024-06-04T23:20:40Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfFERREIRA, Luciana Tasse. 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Ferreira, Luciana Tasse
Caso Samarco
Administração de desastres
Médio rio Doce
Crime ambiental
Desastre
Barragem de rejeitos
Administração de risco
Reparação do dano
População ribeirinha
Rio Doce (MG e ES)
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Galileia (MG)
Samarco Mineração
Fundação Renova
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Samarco case
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