O discurso jornalístico sobre a reforma do Ensino Médio: condições de produção, memória e efeito de evidência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matheus, Mario Luiz Bezerra Feitoza
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14574
Resumo: O propósito da presente pesquisa foi analisar como o discurso midiático sobre a Reforma do Ensino Médio, proposta pelo Ministério da Educação – MEC, em 2016, estabelece regularidades e efeitos de evidência para o ensino, enquanto capacitação para o trabalho e adequação dos sujeitos às novas demandas do modo de produção capitalista. O corpus analisado compreende o conjunto de textos noticiosos (artigos, reportagens, entrevistas e pronunciamentos do governo) produzidos e/ou divulgados pelo Portal G1 e a rede de coletivos Jornalistas Livres após a edição da Medida Provisória 746, em setembro de 2016, até a data marcada para o julgamento de inconstitucionalidade da MP no Supremo Tribunal Federal – STF, em 20 de agosto de 2018. Para pensar os efeitos de sentidos construídos pela imprensa sobre a reforma durante o período, mobilizamos noções desenvolvidas pela Análise de Discurso de linha francesa, fundada por Michel Pêcheux, e relacionamos os discursos sobre a reforma às condições sócio-históricas, nas quais ela foi proposta e aprovada, à memória discursiva, à interpelação ideológica que constitui os sujeitos e à heterogeneidade do dizer. Por meio desses postulados teóricos, as análises empreendidas ao longo da pesquisa sobre o discurso jornalístico indicaram que os efeitos de sentido produzidos pela imprensa tradicional colocam em circulação efeitos de evidência sobre a educação sob uma perspectiva ideológica neoliberal, regulariza uma memória em torno de uma concepção utilitarista para a educação básica e desconsidera aspectos sócio-históricos que dão forma ao ensino público no Brasil. Ademais, observou-se ainda que o discurso da imprensa alternativa, representada pela rede Jornalistas Livres, é marcado pelo embate entre formações discursivas antagônicas, uma FD progressista, que concebe a educação sob a perspectiva da transformação social, e outra FD neoliberal, que entende a educação como preparação do sujeito para o mercado de trabalho
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