Aproveitamento de lodo de esgoto urbano como substrato para produção de mudas de cedro australiano (Toona ciliata)

• Autor(a) principal: Carvalho, Luciana Cristina do Carmo Silva
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27320
• topic: Biossólido; Calagem; Caleação; Salinidade; Orçamentação parcial; Lodo de esgoto urbano; Produção de muda; Cedro Australiano; Tecnologia Ambiental; Produção intelectual; Biosolids; Liming; Calcination; Salinity; Budgeting

Não obstante a reflexão social no que concerne à relevância do gerenciamento de resíduos sólidos ou ainda, a estreita preocupação que é conferida ao tratamento das águas residuais, a adoção de uma prática segura, adequada e sustentável à destinação do lodo de esgoto, subproduto proveniente dessa etapa do saneamento básico, é imprescindível e, por sua vez, está associada a benefícios que vão além da saúde pública e da preservação ambiental. O lodo, em virtude do processo de higienização o qual é submetido, pode configurar-se biossólido, e ser, portanto, de uso pertinente na agricultura ou silvicultura, frente ao fornecimento de matéria orgânica e de macro e micronutrientes aos vegetais. Contudo, ainda que estabelecida essa importância, estima-se que cerca de 50% do lodo de esgoto que é produzido é destinado a aterros no Brasil. Em vista disso, o presente estudo tem como objetivo avaliar o aproveitamento do lodo de esgoto urbano, gerado na ETE Ronaldo Gonçalves em Volta Redonda - RJ, como componente do substrato para desenvolvimento de mudas de cedro australiano (Toona ciliata). Para tanto, foram analisadas as características microbiológicas do resíduo atentando-se à sua nocividade pela presença de patógenos. A estabilização alcalina foi o tratamento considerado nessa pesquisa, em razão de sua praticidade técnica e operacional, bem como o baixo custo inerente do processo. A calagem demonstrou-se eficiente na redução dos agentes patogênicos, na proporção de 30% de cal hidratada por peso seco de lodo. Posteriormente, o biossólido - associado com vermiculita ou substrato comercial Basaplant® - compôs os substratos em diferentes proporções (25, 50, 75 e 100%), utilizados para a semeadura e desenvolvimento do cedro. Foram determinados ainda os teores de nutrientes disponíveis e totais dos tratamentos. E após a colheita, foram tomados os parâmetros de biomassa aérea e radicular, altura, diâmetro do colo, teor relativo de clorofila e de nutrientes do vegetal. O maior desenvolvimento das mudas foi observado no tratamento 100% Basaplant® , seguido dos tratamentos 25% vermiculita + 75% biossólido e 75% Basaplant® + 25% biossólido. O menor desenvolvimento das mudas cultivadas em maiores proporções de biossólido pode ser decorrente de fatores como o elevado pH e condutividade elétrica ou salinidade dos substratos, além dos teores e interação entre nutrientes, sobretudo, as concentrações de fósforo assimilável. Por conseguinte, através da técnica de orçamentos parciais, verificou-se a relação custo-benefício entre o emprego de vermiculita e substrato comercial com a tecnologia de uso do biossólido na produção de mudas. Foi evidenciado que, sob as condições dessa pesquisa, não é viável a modificação do modelo de cultivo em que se emprega 100% substrato comercial Basaplant® para o qual considera diferentes proporções de biossólido, vermiculita e Basaplant® . No entanto, os tratamentos 25% vermiculita + 75% biossólido e 75% Basaplant® + 25% biossólido foram recomendados enquanto bons modelos de cultivo, em vista dos ganhos financeiros, de produção e, sobretudo, dos benefícios ambientais pela destinação adequada do lodo de esgoto.