Visões das mulheres militantes na luta armada: repressão, imprensa e (auto)biografias (Brasil 1968/1971)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Insuela, Julia Biachi Reis
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28690
Resumo: A dissertação pretende discutir a memória da luta armada no Brasil, focando-se principalmente na experiência das mulheres militantes do período. O objeto de investigação é a trajetória política de uma geração de mulheres que se envolveu com o projeto de luta armada das esquerdas revolucionárias, no período de 1968 a 1971. Para tal, utilizamos de um exemplo: a militante Iara Iavelberg. Por expressar vários elementos, ela é considerada um arquétipo, sendo o centro do estudo. Na dissertação, a presença de Iara é constante e ao mesmo tempo invisível, pois as problemáticas que marcaram sua trajetória, de uma forma ou de outra, estão presentes nas trajetórias das demais mulheres aqui tratadas. Debruçando-me, então, sobre o estudo paralelo das percepções das mulheres na luta armada – e da Iara, em particular - em três níveis – nas organizações, nos órgãos de repressão e informação e na grande imprensa – é possível notar muitas aproximações (nem sempre perceptíveis de imediato), para além das evidentes diferenças, as quais dizem respeito às representações das mulheres na sociedade da época e suas mudanças e continuidades nas décadas seguintes.Sob essas referências, o intuito da dissertação foi pesquisar as memórias (re)construídas, principalmente sobre as militantes das esquerdas revolucionárias, no que diz respeito ao período do regime civil-militar e nas décadas posteriores. A finalidade, mais especificamente, era notar a ocorrência ou não de um apagamento nestas memórias do senso comum existente entre a grande imprensa e os órgãos de repressão e informação- principalmente em relação ao vocabulário e à sua opinião – e conseguintemente com a sociedade. Tal atitude acabaria por não atentar que o olhar sobre as mulheres militantes seria o mesmo e estaria tão presente na repressão como na grande imprensa e, por fim, na sociedade. Ao mesmo tempo, trata-se de uma abordagem que pretende dar conta das construções da memória das mulheres na luta armada, elaboradas e reelaboradas, no sentido de responder mais a questões do presente e menos visando à compreensão do passado. Nesse sentido, nosso recorte cronológico tanto diz respeito ao período da luta armada – entre os anos de 1968 e 1971, por representar de forma mais expressiva a entrada da mulher no mundo político engajado e por ser considerado o período de maior radicalização da luta contra o regime ditatorial e da luta armada – como a ocasião das 8 publicações das memórias dos militantes das esquerdas revolucionárias em diversas épocas: as obras memorialísticas lançadas nos anos 80, 90 e do início do século XXI, com o intuito de investigar as formulações da memória acerca a inserção da mulher na luta armada. Ao trabalhar com as “várias camadas” de época, buscou-se encontrar as reconstruções do passado em função do presente. Quanto à problemática, estaria aí a distância entre Memória e História.
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spelling Visões das mulheres militantes na luta armada: repressão, imprensa e (auto)biografias (Brasil 1968/1971)Ditadura militarMovimento de mulheres no BrasilIavelberg, Iara, 1944-1971A dissertação pretende discutir a memória da luta armada no Brasil, focando-se principalmente na experiência das mulheres militantes do período. O objeto de investigação é a trajetória política de uma geração de mulheres que se envolveu com o projeto de luta armada das esquerdas revolucionárias, no período de 1968 a 1971. Para tal, utilizamos de um exemplo: a militante Iara Iavelberg. Por expressar vários elementos, ela é considerada um arquétipo, sendo o centro do estudo. Na dissertação, a presença de Iara é constante e ao mesmo tempo invisível, pois as problemáticas que marcaram sua trajetória, de uma forma ou de outra, estão presentes nas trajetórias das demais mulheres aqui tratadas. Debruçando-me, então, sobre o estudo paralelo das percepções das mulheres na luta armada – e da Iara, em particular - em três níveis – nas organizações, nos órgãos de repressão e informação e na grande imprensa – é possível notar muitas aproximações (nem sempre perceptíveis de imediato), para além das evidentes diferenças, as quais dizem respeito às representações das mulheres na sociedade da época e suas mudanças e continuidades nas décadas seguintes.Sob essas referências, o intuito da dissertação foi pesquisar as memórias (re)construídas, principalmente sobre as militantes das esquerdas revolucionárias, no que diz respeito ao período do regime civil-militar e nas décadas posteriores. A finalidade, mais especificamente, era notar a ocorrência ou não de um apagamento nestas memórias do senso comum existente entre a grande imprensa e os órgãos de repressão e informação- principalmente em relação ao vocabulário e à sua opinião – e conseguintemente com a sociedade. Tal atitude acabaria por não atentar que o olhar sobre as mulheres militantes seria o mesmo e estaria tão presente na repressão como na grande imprensa e, por fim, na sociedade. Ao mesmo tempo, trata-se de uma abordagem que pretende dar conta das construções da memória das mulheres na luta armada, elaboradas e reelaboradas, no sentido de responder mais a questões do presente e menos visando à compreensão do passado. Nesse sentido, nosso recorte cronológico tanto diz respeito ao período da luta armada – entre os anos de 1968 e 1971, por representar de forma mais expressiva a entrada da mulher no mundo político engajado e por ser considerado o período de maior radicalização da luta contra o regime ditatorial e da luta armada – como a ocasião das 8 publicações das memórias dos militantes das esquerdas revolucionárias em diversas épocas: as obras memorialísticas lançadas nos anos 80, 90 e do início do século XXI, com o intuito de investigar as formulações da memória acerca a inserção da mulher na luta armada. Ao trabalhar com as “várias camadas” de época, buscou-se encontrar as reconstruções do passado em função do presente. Quanto à problemática, estaria aí a distância entre Memória e História.The dissertation intends to discuss the memory of armed struggle in Brazil, focusing primarily on the experience of the women militants of the period. The object of research is the political trajectory of a generation of women who became involved with the project of the armed struggle of the revolutionary left in the period 1968 to 1971. To this end, we use an example: the militant Iara Iavelberg. By expressing various elements, it is considered an archetypal, being the center of the study. In the dissertation, the presence of Iara is constant while invisible, because the problems that have marked its history, in one way or another, are present in the trajectories of the other women here. The parallel study of perceptions of women in the armed struggle, then, – and Iara, in particular on three levels – in organizations, organs of repression and information and mainstream press – we can see many approximations (not always noticeable immediately) in addition to the obvious differences, which relate to the representation of women in society and its changes and continuities in the following decades. Under these references, the aim of the dissertation has been researching the memories (re) constructed, mainly about the militants of the revolutionary left, in the period of civil-military regime and the posterior decades. The purpose, more specifically, it was noted the occurrence of an erase of these memories of common sense between the mainstream press and the organs of repression and informationespecially in relation to the vocabulary and their opinion – and also the society. Such attitude would not realize that the look about the women militants would be the same and would be so present in the repression as in mainstream press as in the society. At the same time, it is an approach that aims to study the constructions of the memory of women in the armed struggle, elaborate and overhauled in order to respond more to issues of the present and less to the understanding of the past. Then, our chronological cutting are both for the period of the armed struggle– between the years 1968 and 1971, because represent the more expressive entry of women in the engaged political world and because is considered the period of increased radicalization of the armed struggle and the fight against the dictatorial regime – as the occasion of publications of the memories of the militants of the revolutionary left in various epochs: 10 the books of memory released in the 1980s, 1990s and early 21st century, with the aim of investigating the formulations of the memory about the inclusion of women in the armed struggle. When working with "multiple layers" of the time, sought to find the reconstructions of the past in the function of the present. Would be, then, the distance between Memory and History219 p.Rollemberg, DeniseQuadrat, Samantha VizAraújo, Maria PaulaInsuela, Julia Biachi Reis2023-05-04T17:29:34Z2023-05-04T17:29:34Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfINSUELA, Julia Biachi Reis. Visões das mulheres militantes na luta armada: repressão, imprensa e (auto)biografias (Brasil 1968/1971). 2011. 219 f. Dissertação (Mestrado em História) - Programa de Pós-Graduação em História, Instituto de História, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2011.http://app.uff.br/riuff/handle/1/28690pt_BRporCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-05-04T17:29:38Zoai:app.uff.br:1/28690Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202023-05-04T17:29:38Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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