Estudo de toxicidade cardíaca em pacientes em uso de rituximabe e trastuzumabe.
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/27615 http://dx.doi.org/10.22409/PPG-CAPS.2021.d.02823768793 |
Resumo: | A evolução do tratamento oncológico resultou no desenvolvimento de novas terapias relacionadas com alvos moleculares específicos como os anticorpos monoclonais. No entanto, os efeitos adversos cardiovasculares da terapia antitumoral podem limitar a continuidade do tratamento e reduzir a sobrevida do paciente. Entre os efeitos adversos, a cardiotoxicidade como a insuficiência cardíaca é responsável por alta morbimortalidade, podendo surgir durante ou após o fim do tratamento. O objetivo deste estudo foi identificar a toxicidade cardíaca em pacientes oncohematológicos em uso dos anticorpos monoclonais rituximabe e trastuzumabe. Foi realizado um estudo transversal e descritivo, com base na análise de prontuários, de todos os pacientes oncohematológicos que receberam tratamento com rituximabe para o Linfoma não-Hodgkin e trastuzumabe para o tratamento do Câncer de mama HER2 positivo, durante o período de 2013 à 2018 no Hospital Universitário Antônio Pedro. Foram identificadas as reações cardiovasculares infusionais e tardias, sendo aplicado o Algoritmo de Naranjo e a classificação das reações quanto à gravidade. Foram investigados os fatores de risco e sua associação com a cardiotoxicidade, utilizando Odds ratio (OR) como medida de associação para um nivel de significância de 95 %. De 2018 a 2020, além da análise de prontuários, as informações foram complementadas por entrevistas com alguns pacientes selecionados pelos fatores de risco e pela identificação de sinais e sintomas sugestivos de insuficiência cardíaca. Para a análise dos dados, utilizou-se um Formulário de Avaliação de Cardiotoxicidade. Para o rituximabe, em relação ao perfil dos pacientes, observou-se os principais fatores de risco:hipertensão arterial (47,9%), diabetes mellitus (22,9%), tabagismo (31,3%) e uso prévio de antraciclinas (87,5%). Foram analisados 48 pacientes, sendo identificadas reações cardiovasculares em 18 deles (37,5%). As reações foram principalmente infusionais e precoces. A insuficiência cardíaca (IC) foi observada em 4 pacientes, sendo que apenas em 1 deles a IC pôde ser atribuída ao uso do rituximabe. Nenhum dos fatores de risco analisados se mostrou significativo na identificação de RAM com o uso de rituximabe. As principais medidas de monitoramento foram o uso de protocolos sem doxorrubicina e o controle das doses cumulativas. Para o trastuzumabe, em relação ao perfil dos pacientes, observou-se os principais fatores de risco: hipertensão arterial (52,7%), diabetes mellitus (21,8%), tabagismo (32,7%), obesidade (29,1%), uso prévio de antraciclinas (47,3%) e radioterapia (56,4%) e as reações cardiovasculares ocorreram em 50,9 % das pacientes, sendo principalmente tardias. Em função do número reduzido de pacientes, não foi possível avaliar a associação estatística entre os fatores de risco e a ocorrência das RAM. Para o trastuzumabe, a principal medida de monitoramento das RAM cardíacas foi o acompanhamento pelo ecocardiograma. Os especialistas do hospital foram convidados a participar de um questionário online sobre as principais barreiras encontradas para o monitoramento dos pacientes oncohematológicos sendo a ausência de protocolos internos (60%) identificada como a principal barreira, seguida da dificuldade de comunicação entre os setores (40%). Ao final do estudo, foram sugeridos dois protocolos de monitoramento dos medicamentos oncohematológicos com potencial cardiotóxico para os setores do hospital. A realização das entrevistas ocorreu com quatro pacientes. O primeiro caso clínico envolveu cardiotoxicidade associada ao uso do protocolo contendo rituximabe e doxorrubicina em paciente com linfoma não -Hodgkin. O segundo caso envolveu cardiotoxicidade em dois momentos distintos: associada ao uso de doxorrubicina e em seguida associada ao uso de trastuzumabe em paciente com câncer de mama. No terceiro caso, a paciente apresentou síndrome metabólica após o tratamento do câncer de mama. O quarto caso envolveu cardiotoxicidade em paciente com câncer de mama gestacional. Através deste estudo foi possível identificar o desenvolvimento de insuficiência cardíaca com uso do medicamento trastuzumabe e principalmente reações adversas cardiovasculares infusionais ao rituximabe. Espera-se que mais estudos sobre toxicidade cardíaca sejam conduzidos em outras instituições de saúde para permitir maior comparabilidade entre populações distintas de pacientes. Ainda existem poucos estudos na literatura que avaliam e identificam toxicidade cardíaca associada aos anticorpos monoclonais, destacando a importância deste estudo para a vigilância de pós-comercialização e o conhecimento do perfil de toxicidade dos fármacos. Quanto às barreiras para o monitoramento dos pacientes a dificuldade de comunicação entre os setores e a ausência de protocolos clínicos refletem a fragmentação do cuidado na saúde e a dificuldade em se estabelecer protocolos de monitoramento principalmente para uma área nova como a cardio-oncologia. A etapa final desta tese, envolveu a elaboração de uma sugestão de protocolo clínico de monitoramento de RAM cardiovasculares para os medicamentos analisados, representando uma contribuição para complementar a discussão da cardiotoxicidade promovida no hospital. Espera-se que o protocolo, uma vez avaliado pelos setores envolvidos, possa ser implantado na unidade. Observou-se sensibilização dentro do hospital sobre o tema da cardiotoxicidade dos medicamentos oncohematológicos e espera-se que o estudo possa incentivar mais pesquisas envolvendo a farmacoepidemiologia e a cardio-oncologia. |
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Estudo de toxicidade cardíaca em pacientes em uso de rituximabe e trastuzumabe.Anticorpos MonoclonaisCardiotoxicidadeFarmacoepidemiologiaReações Adversas a MedicamentosAnticorpos MonoclonaisCardiotoxicidadeFarmacoepidemiologiaReações Adversas a MedicamentosProdução intelectualAntibodies MonoclonalCardiotoxicityPharmacoepidemiologyAdverse Drug ReactionsA evolução do tratamento oncológico resultou no desenvolvimento de novas terapias relacionadas com alvos moleculares específicos como os anticorpos monoclonais. No entanto, os efeitos adversos cardiovasculares da terapia antitumoral podem limitar a continuidade do tratamento e reduzir a sobrevida do paciente. Entre os efeitos adversos, a cardiotoxicidade como a insuficiência cardíaca é responsável por alta morbimortalidade, podendo surgir durante ou após o fim do tratamento. O objetivo deste estudo foi identificar a toxicidade cardíaca em pacientes oncohematológicos em uso dos anticorpos monoclonais rituximabe e trastuzumabe. Foi realizado um estudo transversal e descritivo, com base na análise de prontuários, de todos os pacientes oncohematológicos que receberam tratamento com rituximabe para o Linfoma não-Hodgkin e trastuzumabe para o tratamento do Câncer de mama HER2 positivo, durante o período de 2013 à 2018 no Hospital Universitário Antônio Pedro. Foram identificadas as reações cardiovasculares infusionais e tardias, sendo aplicado o Algoritmo de Naranjo e a classificação das reações quanto à gravidade. Foram investigados os fatores de risco e sua associação com a cardiotoxicidade, utilizando Odds ratio (OR) como medida de associação para um nivel de significância de 95 %. De 2018 a 2020, além da análise de prontuários, as informações foram complementadas por entrevistas com alguns pacientes selecionados pelos fatores de risco e pela identificação de sinais e sintomas sugestivos de insuficiência cardíaca. Para a análise dos dados, utilizou-se um Formulário de Avaliação de Cardiotoxicidade. Para o rituximabe, em relação ao perfil dos pacientes, observou-se os principais fatores de risco:hipertensão arterial (47,9%), diabetes mellitus (22,9%), tabagismo (31,3%) e uso prévio de antraciclinas (87,5%). Foram analisados 48 pacientes, sendo identificadas reações cardiovasculares em 18 deles (37,5%). As reações foram principalmente infusionais e precoces. A insuficiência cardíaca (IC) foi observada em 4 pacientes, sendo que apenas em 1 deles a IC pôde ser atribuída ao uso do rituximabe. Nenhum dos fatores de risco analisados se mostrou significativo na identificação de RAM com o uso de rituximabe. As principais medidas de monitoramento foram o uso de protocolos sem doxorrubicina e o controle das doses cumulativas. Para o trastuzumabe, em relação ao perfil dos pacientes, observou-se os principais fatores de risco: hipertensão arterial (52,7%), diabetes mellitus (21,8%), tabagismo (32,7%), obesidade (29,1%), uso prévio de antraciclinas (47,3%) e radioterapia (56,4%) e as reações cardiovasculares ocorreram em 50,9 % das pacientes, sendo principalmente tardias. Em função do número reduzido de pacientes, não foi possível avaliar a associação estatística entre os fatores de risco e a ocorrência das RAM. Para o trastuzumabe, a principal medida de monitoramento das RAM cardíacas foi o acompanhamento pelo ecocardiograma. Os especialistas do hospital foram convidados a participar de um questionário online sobre as principais barreiras encontradas para o monitoramento dos pacientes oncohematológicos sendo a ausência de protocolos internos (60%) identificada como a principal barreira, seguida da dificuldade de comunicação entre os setores (40%). Ao final do estudo, foram sugeridos dois protocolos de monitoramento dos medicamentos oncohematológicos com potencial cardiotóxico para os setores do hospital. A realização das entrevistas ocorreu com quatro pacientes. O primeiro caso clínico envolveu cardiotoxicidade associada ao uso do protocolo contendo rituximabe e doxorrubicina em paciente com linfoma não -Hodgkin. O segundo caso envolveu cardiotoxicidade em dois momentos distintos: associada ao uso de doxorrubicina e em seguida associada ao uso de trastuzumabe em paciente com câncer de mama. No terceiro caso, a paciente apresentou síndrome metabólica após o tratamento do câncer de mama. O quarto caso envolveu cardiotoxicidade em paciente com câncer de mama gestacional. Através deste estudo foi possível identificar o desenvolvimento de insuficiência cardíaca com uso do medicamento trastuzumabe e principalmente reações adversas cardiovasculares infusionais ao rituximabe. Espera-se que mais estudos sobre toxicidade cardíaca sejam conduzidos em outras instituições de saúde para permitir maior comparabilidade entre populações distintas de pacientes. Ainda existem poucos estudos na literatura que avaliam e identificam toxicidade cardíaca associada aos anticorpos monoclonais, destacando a importância deste estudo para a vigilância de pós-comercialização e o conhecimento do perfil de toxicidade dos fármacos. Quanto às barreiras para o monitoramento dos pacientes a dificuldade de comunicação entre os setores e a ausência de protocolos clínicos refletem a fragmentação do cuidado na saúde e a dificuldade em se estabelecer protocolos de monitoramento principalmente para uma área nova como a cardio-oncologia. A etapa final desta tese, envolveu a elaboração de uma sugestão de protocolo clínico de monitoramento de RAM cardiovasculares para os medicamentos analisados, representando uma contribuição para complementar a discussão da cardiotoxicidade promovida no hospital. Espera-se que o protocolo, uma vez avaliado pelos setores envolvidos, possa ser implantado na unidade. Observou-se sensibilização dentro do hospital sobre o tema da cardiotoxicidade dos medicamentos oncohematológicos e espera-se que o estudo possa incentivar mais pesquisas envolvendo a farmacoepidemiologia e a cardio-oncologia.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorFundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de JaneiroThe evolution of cancer treatment has resulted in the development of new therapies related to specific molecular targets such as monoclonals. However, the adverse cardiovascular effects of antitumor therapy can limit treatment continuity and reduce patient survival. Among the adverse effects, cardiotoxicity such as heart failure is responsible for high morbidity and mortality, which may appear during or after the end of treatment. The aim of the study was to identify cardiac toxicity in oncohematological patients using the monoclonal rituximab and trastuzumab. A cross-sectional descriptive study was carried out, based on the analysis of medical records, of all oncohematological patients who received treatment with rituximab for Non-Hodgkin's Lymphoma and trastuzumab for the treatment of HER2 positive breast cancer, during the period from 2013 to 2018 no Antônio Pedro University Hospital. They were identified as infusional and late cardiovascular reactions, and the Naranjo Algorithm and a classification of reactions according to severity were evaluated. Risk factors and their association with cardiotoxicity were investigated, using Odds ratio (OR) as a measure of association for a significance level of 95%. From 2018 to 2020, in addition to analyzing medical records, the information was complemented by interviews with some patients selected by risk factors and by identifying signs and symptoms suggestive of heart failure. For data analysis, a Cardiotoxicity Assessment Form was used. For rituximab, in relation to the profile of patients, the main risk factors were observed: arterial hypertension (47.9%), diabetes mellitus (22.9%), smoking (31.3%) and previous use of anthracyclines (87.5%). Forty-eight patients were analyzed, and cardiovascular reactions were identified in 18 of them (37.5%). Reactions were mainly infusional and early. Heart failure (HF) was observed in four patients, and only one of them could HF be attributed to the use of rituximab. None of the risk factors analyzed proved to be significant in identifying ADR with the use of rituximab. The main monitoring measures were the use of protocols without doxorubicin and the control of cumulative doses. For trastuzumab, in relation to the profile of patients, the main risk factors were observed: hypertension (52.7%), diabetes mellitus (21.8%), smoking (32.7%), obesity (29, 1%), previous use of anthracyclines (47,3%) and radiotherapy (56.4%) and cardiovascular reactions occurred in 50.9% of patients, being mainly late. Due to the small number of patients, it was not possible to assess the statistical association between risk factors and the occurrence of ADRs. For trastuzumab, the main measure for monitoring cardiac ADRs was follow-up by echocardiography. Hospital specialists were invited to participate in an online questionnaire on the main barriers encountered for monitoring oncohematological patients, with the absence of internal protocols (60%) being identified as the main barrier, followed by the difficulty of communication between sectors (40% ). At the end of the study, two monitoring protocols for oncohematological drugs with cardiotoxic potential were suggested for hospital sectors. The interviews took place with four patients. The first clinical case involved cardiotoxicity associated with the use of a protocol containing rituximab and doxorubicin in a patient with non-Hodgkin's lymphoma. The second case involved cardiotoxicity at two different times: associated with the use of doxorubicin and then associated with the use of trastuzumab in a patient with breast cancer. In the third case, the patient had metabolic syndrome after breast cancer treatment. The fourth case involved cardiotoxicity in a patient with gestational breast cancer. Through this study, it was possible to identify the development of heart failure with the use of the drug trastuzumab and especially cardiovascular adverse reactions infusions with rituximab. It is expected that more studies on cardiac toxicity will be conducted in other health institutions to allow greater comparability between different patient populations. There are still few studies in the literature that assess and identify cardiac toxicity associated with monoclonal antibodies, highlighting the importance of this study for post-marketing surveillance and knowledge of the toxicity profile of drugs. As for the barriers to monitoring patients, the difficulty of communication between sectors and the absence of clinical protocols reflect the fragmentation of health care and the difficulty in establishing monitoring protocols, especially for a new area such as cardio-oncology. The final step of this thesis involved the elaboration of a suggestion for a clinical protocol for monitoring cardiovascular ADRs for the drugs analyzed, representing a contribution to complement the discussion of cardiotoxicity promoted in the hospital. It is expected that the protocol, once evaluated by the sectors involved, can be implemented in the unit. There was awareness within the hospital on the topic of cardiotoxicity of oncohematological drugs and it is hoped that the study can encourage more research involving pharmacoepidemiology and cardio-oncology.136 p.Castilho, Selma Rodrigues dehttp://lattes.cnpq.br/2212869015707673Martins, Wolney de Andradehttp://lattes.cnpq.br/9665898411299816Lima, Tácio de Mendonçahttp://lattes.cnpq.br/9912333357187452Baldoni, André de Oliveirahttp://lattes.cnpq.br/3824281910310349Bueno, Denisehttp://lattes.cnpq.br/2413108146059860Carvalho, Marselle Nobre dehttp://lattes.cnpq.br/5286983101163085http://lattes.cnpq.br/9602337127223339Valente, Patricia Marques Soares2023-01-19T11:09:45Z2023-01-19T11:09:45Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfVALENTE, Patricia Marques Soares. Estudo de toxicidade cardíaca em pacientes em uso de rituximabe e trastuzumabe. 2021. 136 f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas a Produtos para a Saúde) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas a Produtos para a Saúde, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2021.http://app.uff.br/riuff/handle/1/27615http://dx.doi.org/10.22409/PPG-CAPS.2021.d.02823768793CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-01-19T11:09:49Zoai:app.uff.br:1/27615Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:46:14.243663Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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A evolução do tratamento oncológico resultou no desenvolvimento de novas terapias relacionadas com alvos moleculares específicos como os anticorpos monoclonais. No entanto, os efeitos adversos cardiovasculares da terapia antitumoral podem limitar a continuidade do tratamento e reduzir a sobrevida do paciente. Entre os efeitos adversos, a cardiotoxicidade como a insuficiência cardíaca é responsável por alta morbimortalidade, podendo surgir durante ou após o fim do tratamento. O objetivo deste estudo foi identificar a toxicidade cardíaca em pacientes oncohematológicos em uso dos anticorpos monoclonais rituximabe e trastuzumabe. Foi realizado um estudo transversal e descritivo, com base na análise de prontuários, de todos os pacientes oncohematológicos que receberam tratamento com rituximabe para o Linfoma não-Hodgkin e trastuzumabe para o tratamento do Câncer de mama HER2 positivo, durante o período de 2013 à 2018 no Hospital Universitário Antônio Pedro. Foram identificadas as reações cardiovasculares infusionais e tardias, sendo aplicado o Algoritmo de Naranjo e a classificação das reações quanto à gravidade. Foram investigados os fatores de risco e sua associação com a cardiotoxicidade, utilizando Odds ratio (OR) como medida de associação para um nivel de significância de 95 %. De 2018 a 2020, além da análise de prontuários, as informações foram complementadas por entrevistas com alguns pacientes selecionados pelos fatores de risco e pela identificação de sinais e sintomas sugestivos de insuficiência cardíaca. Para a análise dos dados, utilizou-se um Formulário de Avaliação de Cardiotoxicidade. Para o rituximabe, em relação ao perfil dos pacientes, observou-se os principais fatores de risco:hipertensão arterial (47,9%), diabetes mellitus (22,9%), tabagismo (31,3%) e uso prévio de antraciclinas (87,5%). Foram analisados 48 pacientes, sendo identificadas reações cardiovasculares em 18 deles (37,5%). As reações foram principalmente infusionais e precoces. A insuficiência cardíaca (IC) foi observada em 4 pacientes, sendo que apenas em 1 deles a IC pôde ser atribuída ao uso do rituximabe. Nenhum dos fatores de risco analisados se mostrou significativo na identificação de RAM com o uso de rituximabe. As principais medidas de monitoramento foram o uso de protocolos sem doxorrubicina e o controle das doses cumulativas. Para o trastuzumabe, em relação ao perfil dos pacientes, observou-se os principais fatores de risco: hipertensão arterial (52,7%), diabetes mellitus (21,8%), tabagismo (32,7%), obesidade (29,1%), uso prévio de antraciclinas (47,3%) e radioterapia (56,4%) e as reações cardiovasculares ocorreram em 50,9 % das pacientes, sendo principalmente tardias. Em função do número reduzido de pacientes, não foi possível avaliar a associação estatística entre os fatores de risco e a ocorrência das RAM. Para o trastuzumabe, a principal medida de monitoramento das RAM cardíacas foi o acompanhamento pelo ecocardiograma. Os especialistas do hospital foram convidados a participar de um questionário online sobre as principais barreiras encontradas para o monitoramento dos pacientes oncohematológicos sendo a ausência de protocolos internos (60%) identificada como a principal barreira, seguida da dificuldade de comunicação entre os setores (40%). Ao final do estudo, foram sugeridos dois protocolos de monitoramento dos medicamentos oncohematológicos com potencial cardiotóxico para os setores do hospital. A realização das entrevistas ocorreu com quatro pacientes. O primeiro caso clínico envolveu cardiotoxicidade associada ao uso do protocolo contendo rituximabe e doxorrubicina em paciente com linfoma não -Hodgkin. O segundo caso envolveu cardiotoxicidade em dois momentos distintos: associada ao uso de doxorrubicina e em seguida associada ao uso de trastuzumabe em paciente com câncer de mama. No terceiro caso, a paciente apresentou síndrome metabólica após o tratamento do câncer de mama. O quarto caso envolveu cardiotoxicidade em paciente com câncer de mama gestacional. Através deste estudo foi possível identificar o desenvolvimento de insuficiência cardíaca com uso do medicamento trastuzumabe e principalmente reações adversas cardiovasculares infusionais ao rituximabe. Espera-se que mais estudos sobre toxicidade cardíaca sejam conduzidos em outras instituições de saúde para permitir maior comparabilidade entre populações distintas de pacientes. Ainda existem poucos estudos na literatura que avaliam e identificam toxicidade cardíaca associada aos anticorpos monoclonais, destacando a importância deste estudo para a vigilância de pós-comercialização e o conhecimento do perfil de toxicidade dos fármacos. Quanto às barreiras para o monitoramento dos pacientes a dificuldade de comunicação entre os setores e a ausência de protocolos clínicos refletem a fragmentação do cuidado na saúde e a dificuldade em se estabelecer protocolos de monitoramento principalmente para uma área nova como a cardio-oncologia. A etapa final desta tese, envolveu a elaboração de uma sugestão de protocolo clínico de monitoramento de RAM cardiovasculares para os medicamentos analisados, representando uma contribuição para complementar a discussão da cardiotoxicidade promovida no hospital. Espera-se que o protocolo, uma vez avaliado pelos setores envolvidos, possa ser implantado na unidade. Observou-se sensibilização dentro do hospital sobre o tema da cardiotoxicidade dos medicamentos oncohematológicos e espera-se que o estudo possa incentivar mais pesquisas envolvendo a farmacoepidemiologia e a cardio-oncologia. |
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