O Golpe de 1964 e o empresariamento da educação: um estudo a partir do movimento de intelectuais no Ministério da Educação e Cultura
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/16226 |
Resumo: | A presente tese tem como objeto de pesquisa o Ministério da Educação e Cultura, no período de 1948 a 1975, e traz a hipótese de que o empresariamento da educação, no Brasil, tem sua gênese no golpe empresarial-militar, de 1964. Esse processo de subsunção da educação ao capital, cujas origens são anteriores ao referido golpe, foi conquistado a partir de ações junto à sociedade civil e da ocupação de postos estratégicos na sociedade política, pelos intelectuais orgânicos de frações da burguesia brasileira. O Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), criado em 1961, se constituiu como o partido político dessa classe, de onde emergiu o seu projeto de educação, vinculado ao seu projeto de sociedade. Sendo esse processo dirigido pelo bloco multinacional e associado, ele reafirmou o lugar da educação na reprodução das relações de dependência, no quadro do Imperialismo, a partir da adaptação da Teoria do Capital Humano à realidade brasileira. Partindo do materialismo histórico dialético e dos aportes teóricos de Gramsci e Poulantzas, realizamos, na pesquisa, dois movimentos principais: a análise da composição do MEC, a partir do movimento de seus intelectuais na sociedade civil, e a análise do MEC na relação com outras agências estatais, a partir de sua ingerência nos debates e legislações educacionais. Assim, pudemos observar que o empresariamento da educação se materializou tanto na crescente ocupação dos cargos do MEC, quanto na subsunção desse ministério aos órgãos de planejamento econômico. No âmbito da sociedade civil, a hegemonia do projeto empresarial consolidou o léxico econômico no debate educacional |
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O Golpe de 1964 e o empresariamento da educação: um estudo a partir do movimento de intelectuais no Ministério da Educação e CulturaEmpresariamento da educaçãoDitadura empresarial-militarMinistério da Educação e CulturaIntelectuaisEstadoIntelectualDitadura Militar, 1964-1979Política educacionalEmpresariamento da educaçãoBusiness-military dictatorshipMinistry of Education and CultureIntellectualsA presente tese tem como objeto de pesquisa o Ministério da Educação e Cultura, no período de 1948 a 1975, e traz a hipótese de que o empresariamento da educação, no Brasil, tem sua gênese no golpe empresarial-militar, de 1964. Esse processo de subsunção da educação ao capital, cujas origens são anteriores ao referido golpe, foi conquistado a partir de ações junto à sociedade civil e da ocupação de postos estratégicos na sociedade política, pelos intelectuais orgânicos de frações da burguesia brasileira. O Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), criado em 1961, se constituiu como o partido político dessa classe, de onde emergiu o seu projeto de educação, vinculado ao seu projeto de sociedade. Sendo esse processo dirigido pelo bloco multinacional e associado, ele reafirmou o lugar da educação na reprodução das relações de dependência, no quadro do Imperialismo, a partir da adaptação da Teoria do Capital Humano à realidade brasileira. Partindo do materialismo histórico dialético e dos aportes teóricos de Gramsci e Poulantzas, realizamos, na pesquisa, dois movimentos principais: a análise da composição do MEC, a partir do movimento de seus intelectuais na sociedade civil, e a análise do MEC na relação com outras agências estatais, a partir de sua ingerência nos debates e legislações educacionais. Assim, pudemos observar que o empresariamento da educação se materializou tanto na crescente ocupação dos cargos do MEC, quanto na subsunção desse ministério aos órgãos de planejamento econômico. No âmbito da sociedade civil, a hegemonia do projeto empresarial consolidou o léxico econômico no debate educacionalCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThe present thesis has as object of study the Ministry of Education and Culture, in the period from 1948 to 1975, bringing as a central hypothesis the military-business coup, of 1964, as a landmark of the empresariamento da educação in Brazil. This process of subsuming education to capital, whose origins predate the coup, was achieved through actions with civil society and the occupation of strategic positions in political society, by organic intellectuals from fractions of the Brazilian bourgeoisie. The Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES), created in 1961, was constituted as the political party of that class, from where its education project emerged, linked to its project of society. As this process was directed by the multinational and associated bloc, he reaffirmed the place of education in the reproduction of dependency relations, within the framework of Imperialism, from the adaptation of the Human Capital Theory to the Brazilian reality. Through the historical-dialectical methodology and the theoretical contributions of Gramsci and Poulantzas, we carried out two main movements in the research: the analysis of the composition of the MEC, based on the movement of its intellectuals in civil society, and the analysis of the MEC in the relationship with other state agencies, based on their resonance in educational debates and legislation. Thus, we were able to observe that the entrepreneurship of education, under the mediation of the MEC, was due both to the growing occupation of their positions, and to the subsumption of this ministry to the economic planning bodies. In the scope of civil society, the hegemony of the business project consolidated the economic lexicon in the educational debate280 f.Silveira, Zuleide Simas daSchueler, Alessandra Frota Martinez deRodrigues, José dos SantosSouza, José dos SantosLemos, Renato Luis do Couto Neto eMotta, Vânia Cardoso daCampos, Renata Azevedo2020-12-08T15:12:39Z2020-12-08T15:12:39Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfCAMPOS, Renata Azevedo. O Golpe de 1964 e o empresariamento da educação: um estudo a partir do movimento de intelectuais no Ministério da Educação e Cultura. 2020. 280 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2020.https://app.uff.br/riuff/handle/1/16226http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-11-29T20:17:44Zoai:app.uff.br:1/16226Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:17:51.505241Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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