Puericultura e autonomia das mães: uma relação possível

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vidal, Valéria Ubaldo Araujo
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9223
Resumo: Este estudo teve como objetivo principal interrogar as potencialidades da prática da Puericultura para a construção da autonomia das mães no cuidado com crianças menores de um ano. A partir do referencial teórico-conceitual que norteou a discussão, problematizou-se a Puericultura em suas duas dimensões: como prática controladora, normatizadora e impositiva e como instrumento de transformação a serviço da emancipação e construção da autonomia das mães. A investigação foi desenvolvida através de uma pesquisa qualitativa, com a realização de entrevistas semi-estruturadas com vinte mães de crianças menores de 1 ano de idade em acompanhamento de Puericultura em duas Policlínicas do município de Niterói-RJ. Também foram entrevistadas a assistente social e a fonoaudióloga que participam do Acolhimento Mãe-Bebê nestas Policlínicas. Os dados obtidos foram tratados pela análise de conteúdo e do material coletado nas entrevistas foram construídas as seguintes categorias temáticas: ser mãe; amamentação (alimentação do bebê e sentimentos sobre a amamentação); percepção da mãe sobre a saúde de seu filho; situações de insegurança das mães; contribuições da Puericultura; contribuições exteriores à Puericultura; críticas e expectativas em relação à Puericultura. Assim, a partir dos discursos das entrevistadas, algumas conclusões se destacaram: 1ª) A maioria das mães das crianças em acompanhamento de Puericultura nas duas Policlínicas relatou satisfação com o atendimento, tanto com as consultas quanto com o Acolhimento Mãe-Bebê. 2ª) O Acolhimento Mãe-Bebê mostrou-se um espaço privilegiado para facilitar a autonomia das mães. 3ª) Quando há uma boa relação com o médico, a consulta de Puericultura é bastante satisfatória e esclarecedora para as mães. 4ª) Grande parte dos problemas relatados nos serviços analisados está relacionada à gestão local. 5ª) O apoio de familiares, vizinhas e amigas também se mostrou importante na construção da autonomia das mães no cuidado com a criança. Tendo em vista que a autonomia será sempre relativa e produzida em permanente tensão e interação, algumas considerações finais podem ser delineadas. A autonomia desenvolve-se com a vivência de um processo gradativo, no qual as mães vão se tornando preparadas para o cuidado com a criança e tomando decisões de forma consciente. As estratégias humanizantes da Saúde Coletiva, ao favorecerem a relação que se estabelece no encontro de subjetividades do profissional de saúde com a dupla mãe-filho, possibilitam uma ressignificação da tradicional prática da Puericultura, contribuindo assim para a construção da autonomia das mães no cuidado com a criança
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Também foram entrevistadas a assistente social e a fonoaudióloga que participam do Acolhimento Mãe-Bebê nestas Policlínicas. Os dados obtidos foram tratados pela análise de conteúdo e do material coletado nas entrevistas foram construídas as seguintes categorias temáticas: ser mãe; amamentação (alimentação do bebê e sentimentos sobre a amamentação); percepção da mãe sobre a saúde de seu filho; situações de insegurança das mães; contribuições da Puericultura; contribuições exteriores à Puericultura; críticas e expectativas em relação à Puericultura. Assim, a partir dos discursos das entrevistadas, algumas conclusões se destacaram: 1ª) A maioria das mães das crianças em acompanhamento de Puericultura nas duas Policlínicas relatou satisfação com o atendimento, tanto com as consultas quanto com o Acolhimento Mãe-Bebê. 2ª) O Acolhimento Mãe-Bebê mostrou-se um espaço privilegiado para facilitar a autonomia das mães. 3ª) Quando há uma boa relação com o médico, a consulta de Puericultura é bastante satisfatória e esclarecedora para as mães. 4ª) Grande parte dos problemas relatados nos serviços analisados está relacionada à gestão local. 5ª) O apoio de familiares, vizinhas e amigas também se mostrou importante na construção da autonomia das mães no cuidado com a criança. Tendo em vista que a autonomia será sempre relativa e produzida em permanente tensão e interação, algumas considerações finais podem ser delineadas. A autonomia desenvolve-se com a vivência de um processo gradativo, no qual as mães vão se tornando preparadas para o cuidado com a criança e tomando decisões de forma consciente. As estratégias humanizantes da Saúde Coletiva, ao favorecerem a relação que se estabelece no encontro de subjetividades do profissional de saúde com a dupla mãe-filho, possibilitam uma ressignificação da tradicional prática da Puericultura, contribuindo assim para a construção da autonomia das mães no cuidado com a criançaThis study had as main objective to inquire the potentialities of the Puericulture practice for the construction of the mothers’ autonomy in less than one year children caring. Having as a starting point the theoretical-conceptual referential which guided the discussion, the Puericulture was considered in their two dimensions: as controlling practice, normative and authoritative, and as an instrument of transformation serving as emancipation and independence for the mothers. The inquiry was developed through a qualitative research, produced by semi-structured interviews with twenty mothers with babies of less than one-year old being followed by the Puericulture in two Polyclinics in Niterói-RJ County. The social worker and a speech therapist who participated in the Mother-Baby Sheltering in those Polyclinics were interviewed as well. The data collected were treated by the analysis of content and with the material collected during the interviews were built the following thematic categories: being a mother, breastfeeding (baby feeding and feelings towards breastfeeding); mother’s perception about the health of your child; mothers’ insecurity situations; contributions of Puericulture; contributions outside the Puericulture; expectations and critical comments towards Puericulture. Thus, from the interviewed discourses, some conclusions emerged such as: 1st) Most mothers with children being taken care of in Puericulture in the two Polyclinics reported to be satisfied with the solicitude, during the consultations as well as with the Mother-Baby Sheltering. 2nd) The Mother-Baby Sheltering has shown to be a privileged space to facilitate mothers’ autonomy. 3rd) When there is a good relationship with the doctor, the Puericulture consultation is quite satisfactory and clarifying for the mothers. 4th) Most part of the problems reported in the analyzed services is related to local management. 5th) Support of family, neighbors and friends have also shown to be quite important in the construction of mothers’ autonomy during the child care. In regard to the autonomy, it will always be relative and produced within permanent tension and interaction, therefore, some final considerations can be outlined. The autonomy is developed with an increment process of knowledge, in which mothers become more prepared to take care of children and make conscious decisions. The strategies humanizing of Collective Health, which favor the relationship established at the meeting of subjectivities of the health professional with the mother-son pair, enable a redefinition of the traditional practice of the Puericulture, thus contributing to the construction of mothers’ autonomy in the caring of the child116 f.NiteróiNogueira, Maria InêsMaksud, IviaClaro, Lenita Barreto LorenaCaetano, RosânglaFranco, Túlio Batistahttp://lattes.cnpq.br/629496135599973http://lattes.cnpq.br/3838580525897560http://lattes.cnpq.br/4910962111735003http://lattes.cnpq.br/5338114042740741http://lattes.cnpq.br/0916293495131706http://lattes.cnpq.br/0888484011330781Vidal, Valéria Ubaldo Araujo2019-04-17T11:01:20Z2019-04-17T11:01:20Z2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfVIDAL, Valéria Ubaldo Araujo. Puericultura e autonomia das mães: uma relação possível. 2011. 116 f. 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