Radioterapia pediátrica: experiência clínica e humanização
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/33839 |
Resumo: | Introdução: O tratamento do câncer infantil é multidisciplinar, e assim como a quimioterapia e a cirurgia, a radioterapia faz parte dessa abordagem, mas costuma ser um procedimento crítico em crianças, que costumam se movimentar. A necessidade de permanecerem sem acompanhante e imóveis no aparelho de radioterapia, que funciona a uma baixa temperatura, aliados ao receio da natureza desse tratamento, fazem com que o uso de anestesia seja comum. Para que a criança pudesse se sentir mais confortável e confiante com a dinâmica dessa terapia, foram introduzidas medidas de humanização na rotina da radioterapia. Procurou-se estabelecer com esse estudo, o perfil das crianças que se submeteram a esse tratamento e definir se a introdução da humanização trouxe benefícios ao fluxo de atendimento, reduzindo a necessidade de anestesia e o tempo diário de tratamento. Foram também levantados os aspectos clínicos relacionados aos tumores da infância, as modalidades de tratamentos realizados, e estabelecidos o tempo para o diagnóstico e o tempo para início de tratamento a partir do laudo histopatológico, nos diferentes tumores. Método: Foi desenvolvido um estudo observacional e retrospectivo de pacientes pediátricos do Instituto Nacional de Câncer, com idade até 18 anos incompletos, tratados com radioterapia, entre 2014 e 2017. As variáveis foram divididas em sociodemográficas, clínicas, período entre sintomas e diagnóstico, diagnóstico e terapia, tratamentos realizados, utilização de anestesia e reações à radioterapia. As variáveis contínuas foram testadas para normalidade para estabelecer a utilização de testes paramétricos ou não (teste t ou Mann–Whitney U; ANOVA ou teste Kruskal-Wallis), enquanto as categóricas utilizaram o teste de Fisher para definir a relação entre elas. Foi utilizada regressão logística binária utilizando como variáveis dependentes aquelas crianças que utilizaram medidas de humanização (1) ou não (0) e tempo para início de tratamento. O Modelo Linear Generalizado (GzLM) foi utilizado para verificar a associação do processo de humanização com a utilização de anestesia e o método de Equações de Estimativas Generalizadas(GEE) foi usado para avaliar o tempo de tratamento diário. Resultado: Foram avaliados 407 prontuários de crianças no período. A mediana da idade ao diagnóstico foi de 93 meses ou 7,7 anos (média:101,81 meses, IC95%:96,01-107,61, DP:59,51) e na radioterapia foi de 110 meses ou 9,1 anos (média:114,78 meses, IC95%:108,89-120,68, DP:60,52) e o tempo médio entre o diagnóstico e a radioterapia foi de 12,65 meses, com um predomínio do sexo masculino (n=237; 58,2%) e da raça parda (n=203; 49,9%). As neoplasias cerebrais foram as mais encontradas (n=135; 33,2%), e entre elas, o Meduloblastoma o tumor mais visto (n=34/135; 25,2%). O tempo médio entre o início de sintomas e o diagnóstico histopatológico foi de 125,66 dias (IC95%:100,89-150,44, DP:242,34) e entre o diagnóstico e o tratamento foi de 25,04 dias (IC95%:9,76-40,33, DP:156,67). Metade dos tratamentos realizados foi trimodal. A anestesia para a radioterapia foi necessária em 28,5% das crianças, e somente a idade no momento do tratamento foi associada ao seu uso. Não houve associação entre o uso de anestesia e a utilização das medidas de humanização e não houve diferença significativa entre as médias dos tempos de tratamento diário antes (0:17:18) e após (0:17:58) o processo de humanização, (p=0,787). Conclusão: Apesar do evidente benefício no bem estar da criança e de sua família, não foi possível constatar uma redução na utilização de anestesia após a humanização do serviço, assim como na redução do tempo diário do tratamento. Futuros trabalhos qualitativos deverão ser realizados afim de dimensionar os ganhos emocionais com a humanização. |
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Radioterapia pediátrica: experiência clínica e humanizaçãoCâncerCriançaAdolescenteHumanizaçãoRadioterapiaRadioterapiaNeoplasiasCriançaNeoplasia em criançaProdução intelectualHumanização da assistênciaAdolescenteCancerChildTeenagerHumanizationRadiotherapyIntrodução: O tratamento do câncer infantil é multidisciplinar, e assim como a quimioterapia e a cirurgia, a radioterapia faz parte dessa abordagem, mas costuma ser um procedimento crítico em crianças, que costumam se movimentar. A necessidade de permanecerem sem acompanhante e imóveis no aparelho de radioterapia, que funciona a uma baixa temperatura, aliados ao receio da natureza desse tratamento, fazem com que o uso de anestesia seja comum. Para que a criança pudesse se sentir mais confortável e confiante com a dinâmica dessa terapia, foram introduzidas medidas de humanização na rotina da radioterapia. Procurou-se estabelecer com esse estudo, o perfil das crianças que se submeteram a esse tratamento e definir se a introdução da humanização trouxe benefícios ao fluxo de atendimento, reduzindo a necessidade de anestesia e o tempo diário de tratamento. Foram também levantados os aspectos clínicos relacionados aos tumores da infância, as modalidades de tratamentos realizados, e estabelecidos o tempo para o diagnóstico e o tempo para início de tratamento a partir do laudo histopatológico, nos diferentes tumores. Método: Foi desenvolvido um estudo observacional e retrospectivo de pacientes pediátricos do Instituto Nacional de Câncer, com idade até 18 anos incompletos, tratados com radioterapia, entre 2014 e 2017. As variáveis foram divididas em sociodemográficas, clínicas, período entre sintomas e diagnóstico, diagnóstico e terapia, tratamentos realizados, utilização de anestesia e reações à radioterapia. As variáveis contínuas foram testadas para normalidade para estabelecer a utilização de testes paramétricos ou não (teste t ou Mann–Whitney U; ANOVA ou teste Kruskal-Wallis), enquanto as categóricas utilizaram o teste de Fisher para definir a relação entre elas. Foi utilizada regressão logística binária utilizando como variáveis dependentes aquelas crianças que utilizaram medidas de humanização (1) ou não (0) e tempo para início de tratamento. O Modelo Linear Generalizado (GzLM) foi utilizado para verificar a associação do processo de humanização com a utilização de anestesia e o método de Equações de Estimativas Generalizadas(GEE) foi usado para avaliar o tempo de tratamento diário. Resultado: Foram avaliados 407 prontuários de crianças no período. A mediana da idade ao diagnóstico foi de 93 meses ou 7,7 anos (média:101,81 meses, IC95%:96,01-107,61, DP:59,51) e na radioterapia foi de 110 meses ou 9,1 anos (média:114,78 meses, IC95%:108,89-120,68, DP:60,52) e o tempo médio entre o diagnóstico e a radioterapia foi de 12,65 meses, com um predomínio do sexo masculino (n=237; 58,2%) e da raça parda (n=203; 49,9%). As neoplasias cerebrais foram as mais encontradas (n=135; 33,2%), e entre elas, o Meduloblastoma o tumor mais visto (n=34/135; 25,2%). O tempo médio entre o início de sintomas e o diagnóstico histopatológico foi de 125,66 dias (IC95%:100,89-150,44, DP:242,34) e entre o diagnóstico e o tratamento foi de 25,04 dias (IC95%:9,76-40,33, DP:156,67). Metade dos tratamentos realizados foi trimodal. A anestesia para a radioterapia foi necessária em 28,5% das crianças, e somente a idade no momento do tratamento foi associada ao seu uso. Não houve associação entre o uso de anestesia e a utilização das medidas de humanização e não houve diferença significativa entre as médias dos tempos de tratamento diário antes (0:17:18) e após (0:17:58) o processo de humanização, (p=0,787). Conclusão: Apesar do evidente benefício no bem estar da criança e de sua família, não foi possível constatar uma redução na utilização de anestesia após a humanização do serviço, assim como na redução do tempo diário do tratamento. Futuros trabalhos qualitativos deverão ser realizados afim de dimensionar os ganhos emocionais com a humanização.Introduction: The treatment of childhood cancer is multidisciplinary, and like chemotherapy and surgery, radiation therapy is part of this approach, but it is usually a critical procedure in children, who tend to move around. The need to remain unaccompanied and immobile in the radiotherapy device, which works at a low temperature, coupled with fear of the nature of this treatment, make the use of anesthesia common. In order for the child to feel more comfortable and confident with the dynamics of this therapy, humanization measures were introduced in the radiotherapy routine. With this study, we tried to establish the profile of the children who underwent this treatment and to define whether the introduction of humanization brought benefits to the flow of care, reducing the need for anesthesia and the daily treatment time. The clinical aspects related to childhood tumors, the treatment modalities performed, and the time for diagnosis and the time to start treatment from the histopathological report in the different tumors were also raised. Abstract Method: An observational and retrospective study was carried out of pediatric patients at the National Cancer Institute, aged up to 18 years of age, with indication for radiotherapy, between 2014 and 2017. The variables were divided into sociodemographic, clinical, period between symptoms and diagnosis, diagnosis and therapy, treatments performed, use of anesthesia and reactions to radiotherapy. Continuous variables were tested for normality to establish the use of parametric or non-parametric tests (t-test or Mann – Whitney U; ANOVA or Kruskal-Wallis test), while categorical ones used Fisher's test to define the relationship between them. Binary logistic regression was used, using as dependent variables those children who used humanization measures (1) or not (0) and time to start treatment. The Generalized Linear Model (GzLM) was used to verify the association of the humanization process with the use of anesthesia and the Generalized Estimation Equations (GHG) method was used to evaluate the daily treatment time. Result: 407 records of children in the period were evaluated. The median age at diagnosis was 93 months or 7.7 years (mean:101.81 months, 95% CI:96.01-107.61, SD:59.51) and in radiotherapy it was 110 months or 9, 1 years (mean:114.78 months, 95% CI:108.89-120.68, SD:60.52) and the mean time between diagnosis and radiotherapy was 12.65 months, with a male predominance (n=237; 58.2%) and brown (n=203; 49.9%). Brain neoplasms were the most commonly found (n=135; 33.2%), and among them, Meduloblastoma was the most frequently seen tumor (n=34/135; 25.2%). The average time between the onset of symptoms and the histopathological diagnosis was 125.66 days (95% CI:100.89-150.44, SD:242.34) and between diagnosis and treatment was 25.04 days (95% CI:9.76-40.33, SD:156.67). Half of the treatments performed were trimodal. Anesthesia for radiotherapy was required in 28.5% of children, and only age at the time of treatment was associated with its use. There was no association between the use of anesthesia and the use of humanization measures and there was no significant difference between the average daily treatment times before (0:17:18) and after (0:17:58) the humanization process, (p=0.787). Conclusion: Despite the evident benefit in the well-being of the child and his family, it was not possible to verify a reduction in the use of anesthesia after the humanization of the service, as well as a reduction in the daily treatment time. Future qualitative work should be carried out in order to measure the emotional gains from humanization.113 f.Figueiredo Junior, Israelhttp://lattes.cnpq.br/6328987611357660Sias, Selma Maria de Azevedohttp://lattes.cnpq.br/6571323597413226Ferman, Sima Estherhttp://lattes.cnpq.br/1910835199872344Pinel, Maria Izabel Sathlerhttp://lattes.cnpq.br/2815604264757632http://lattes.cnpq.br/7324598109473116Magalhães, Denise Maria de Araújo2024-08-01T17:33:58Z2024-08-01T17:33:58Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfMAGALHÃES, Denise Maria de Araújo. Radioterapia pediátrica: experiência clínica e humanização. 2020. 113 f. 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