Efeito da suplementação com L-carnitina na cardiotoxicidade induzida por antraciclinas em pacientes com diagnóstico de linfoma
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/26404 |
Resumo: | Introdução: A incidência de neoplasias vem aumentando em todo o mundo e no Brasil. É um grande desafio aos profissionais da saúde desde seu diagnóstico, até as complicações que advém do seu tratamento, requerendo uma abordagem integrada e multidisciplinar. Dentre as várias manifestações de neoplasias hematológicas temos os Linfomas, um tipo que atinge os linfócitos e podem ser divididos classicamente em dois subtipos: Linfomas do tipo Hodgkin e Não Hodgkin. O tratamento dos Linfomas utiliza protocolos que incluem quimioterápicos da classe das antraciclinas, que apresentam como principal efeito colateral a cardiotoxicidade. Dentre os processos propostos para explicar esse efeito, a hipótese mais aceita envolve a peroxidação lipídica e o estresse oxidativo nos cardiomiócitos. Segundo a I Diretriz de Cardio-Oncologia, é importante identificar precocemente a lesão cardíaca induzida por quimioterápicos e para isso os biomarcadores específicos de função cardíaca como a troponina I e o pro-peptídeo natriurético do tipo B podem ser utilizados. Além disso, o interesse por agentes cardioprotetores é crescente. A L-carnitina desempenha algumas funções importantes: (1) geração de energia a partir dos ácidos graxos de cadeia longa, pois é cofator das enzimas que os transferem através das membranas mitocondriais para serem oxidados; (2) carreador na remoção de produtos tóxicos do metabolismo mitocondrial e (3) antioxidante, minimizando o estresse oxidativo nos cardiomiócitos. Sua homeostase é mantida através de ingestão dietética, síntese endógena, transporte para os tecidos e excreção renal. Assim, pode-se supor que a L-carnitina possa ser utilizada para remover produtos tóxicos do metabolismo das antraciclinas, o que reduziria sua disponibilidade para atuar na produção de energia do tecido cardíaco. Hipótese Científica: A suplementação com L-carnitina em indivíduos com diagnóstico de Linfoma minimiza a cardiotoxicidade induzida pelo tratamento com antraciclinas. Objetivo geral: Avaliar o efeito da suplementação com L-carnitina nas concentrações plasmáticas de L-carnitina, troponina I, pro-peptídeo natriurético do tipo B, e no parâmetro ecocardiográfico fração de ejeção do ventrículo esquerdo, em pacientes com diagnóstico de linfomas sob tratamento com antraciclinas. Objetivos específicos: (1) Identificar a ingestão de alimentos fonte de L-carnitina. (2) Avaliar a variação do comportamento das concentrações plasmáticas de L-carnitina durante todo o período de acompanhamento. (3) Identificar sintomas associados ao uso do suplemento. (4) Avaliar as concentrações plasmáticas dos biomarcadores de lesão cardíaca nos pacientes dos grupos suplementado e placebo durante todo o período de acompanhamento. (5) Verificar o efeito da suplementação com L-carnitina no parâmetro ecocardiográfico de FEVE. Material e Métodos: Foram selecionados 33 participantes, oriundos do Hospital Universitário Antônio Pedro e do Hospital Federal da Lagoa, de ambos os gêneros, ≥ 18 anos e ≤ 60 anos, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que apresentaram diagnóstico de Linfoma, que contiveram as antraciclinas em seu protocolo de tratamento quimioterápico, que apresentaram fração de ejeção do ventrículo esquerdo ≥ 50% e que eram isentos de qualquer tratamento quimioterápico prévio. Posteriormente à confirmação dos critérios para inclusão nos grupos, os participantes foram randomizados em dois grupos: grupo A e 8 grupo B. O grupo suplementado recebeu solução aquosa oral com L-carnitina (50mg/kg/dia), diariamente durante 180 dias, além do protocolo clínico padrão para Linfoma, o grupo placebo recebeu solução aquosa oral pelo mesmo período. Os participantes foram submetidos a coletas de sangue para quantificação das concentrações plasmáticas de L-carnitina, troponina I e pro-peptídeo natriurético do tipo B. As coletas de sangue ocorreram antes do início da quimioterapia e nas consultas que precederam as sessões de quimioterapia subsequentes. Para identificar a presença ou não de alimentos fonte de L-carnitina, junto com as coletas de sangue, foi aplicado questionário de frequência alimentar adaptado. Os resultados foram analisados através dos programas estatísticos PASW® versão 18.0 e Excel®. Resultados: Dos trinta e três (33) pacientes, dez (10) foram excluídos ao longo do estudo. Dos vinte e três (23) restantes, após a randomização, doze (12) foram alocados no grupo A (placebo) e onze (11) no grupo B (suplementado). Pode-se afirmar que 100% dos participantes mantiveram a ingestão de alimentos fonte de L-carnitina. Ao avaliar as concentrações de L-carnitina, notou-se que o grupo B apresentou concentrações maiores que o grupo A em todos os momentos de avaliação, apresentando diferença significativamente estatística apenas nos ciclos 4 (p=0,019) e 6 (p=0,006). Não foram relatados, no prontuário do participante, sintomas ou queixas associadas ao uso do suplemento. Em relação aos biomarcadores de lesão cardíaca (proBNP e troponina I), não foram identificadas diferenças significativamente estatística em nenhum momento de avaliação. Com relação ao parâmetro ecocardiográfico de FEVE, a comparação entre os grupos não evidenciou diferença significativamente estatística, porém foi observada uma redução média dos valores de FEVE de 9,6% no grupo A e 4,3% no grupo B. Percebeu-se também que 40% dos indivíduos pertencentes ao grupo A, sofreram cardiotoxicidade, de acordo com a definição estabelecida pela I Diretriz de Cardio-Oncologia, enquanto que no grupo B, apenas 18,2% sofreram este efeito. Conclusão: A suplementação com L-carnitina na dose de 50mg/kg/dia, durante 180 dias, não foi capaz de amenizar os efeitos de cardiotoxicidade causados por antraciclinas no parâmetro ecocardiográfico de FEVE |
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Efeito da suplementação com L-carnitina na cardiotoxicidade induzida por antraciclinas em pacientes com diagnóstico de linfomaL-carnitinaAntraciclinaCardiotoxicidadeCarnitinaQuimioterapiaCardiotoxicidadeL-carnitineAnthracyclineCardiotoxicityIntrodução: A incidência de neoplasias vem aumentando em todo o mundo e no Brasil. É um grande desafio aos profissionais da saúde desde seu diagnóstico, até as complicações que advém do seu tratamento, requerendo uma abordagem integrada e multidisciplinar. Dentre as várias manifestações de neoplasias hematológicas temos os Linfomas, um tipo que atinge os linfócitos e podem ser divididos classicamente em dois subtipos: Linfomas do tipo Hodgkin e Não Hodgkin. O tratamento dos Linfomas utiliza protocolos que incluem quimioterápicos da classe das antraciclinas, que apresentam como principal efeito colateral a cardiotoxicidade. Dentre os processos propostos para explicar esse efeito, a hipótese mais aceita envolve a peroxidação lipídica e o estresse oxidativo nos cardiomiócitos. Segundo a I Diretriz de Cardio-Oncologia, é importante identificar precocemente a lesão cardíaca induzida por quimioterápicos e para isso os biomarcadores específicos de função cardíaca como a troponina I e o pro-peptídeo natriurético do tipo B podem ser utilizados. Além disso, o interesse por agentes cardioprotetores é crescente. A L-carnitina desempenha algumas funções importantes: (1) geração de energia a partir dos ácidos graxos de cadeia longa, pois é cofator das enzimas que os transferem através das membranas mitocondriais para serem oxidados; (2) carreador na remoção de produtos tóxicos do metabolismo mitocondrial e (3) antioxidante, minimizando o estresse oxidativo nos cardiomiócitos. Sua homeostase é mantida através de ingestão dietética, síntese endógena, transporte para os tecidos e excreção renal. Assim, pode-se supor que a L-carnitina possa ser utilizada para remover produtos tóxicos do metabolismo das antraciclinas, o que reduziria sua disponibilidade para atuar na produção de energia do tecido cardíaco. Hipótese Científica: A suplementação com L-carnitina em indivíduos com diagnóstico de Linfoma minimiza a cardiotoxicidade induzida pelo tratamento com antraciclinas. Objetivo geral: Avaliar o efeito da suplementação com L-carnitina nas concentrações plasmáticas de L-carnitina, troponina I, pro-peptídeo natriurético do tipo B, e no parâmetro ecocardiográfico fração de ejeção do ventrículo esquerdo, em pacientes com diagnóstico de linfomas sob tratamento com antraciclinas. Objetivos específicos: (1) Identificar a ingestão de alimentos fonte de L-carnitina. (2) Avaliar a variação do comportamento das concentrações plasmáticas de L-carnitina durante todo o período de acompanhamento. (3) Identificar sintomas associados ao uso do suplemento. (4) Avaliar as concentrações plasmáticas dos biomarcadores de lesão cardíaca nos pacientes dos grupos suplementado e placebo durante todo o período de acompanhamento. (5) Verificar o efeito da suplementação com L-carnitina no parâmetro ecocardiográfico de FEVE. Material e Métodos: Foram selecionados 33 participantes, oriundos do Hospital Universitário Antônio Pedro e do Hospital Federal da Lagoa, de ambos os gêneros, ≥ 18 anos e ≤ 60 anos, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que apresentaram diagnóstico de Linfoma, que contiveram as antraciclinas em seu protocolo de tratamento quimioterápico, que apresentaram fração de ejeção do ventrículo esquerdo ≥ 50% e que eram isentos de qualquer tratamento quimioterápico prévio. Posteriormente à confirmação dos critérios para inclusão nos grupos, os participantes foram randomizados em dois grupos: grupo A e 8 grupo B. O grupo suplementado recebeu solução aquosa oral com L-carnitina (50mg/kg/dia), diariamente durante 180 dias, além do protocolo clínico padrão para Linfoma, o grupo placebo recebeu solução aquosa oral pelo mesmo período. Os participantes foram submetidos a coletas de sangue para quantificação das concentrações plasmáticas de L-carnitina, troponina I e pro-peptídeo natriurético do tipo B. As coletas de sangue ocorreram antes do início da quimioterapia e nas consultas que precederam as sessões de quimioterapia subsequentes. Para identificar a presença ou não de alimentos fonte de L-carnitina, junto com as coletas de sangue, foi aplicado questionário de frequência alimentar adaptado. Os resultados foram analisados através dos programas estatísticos PASW® versão 18.0 e Excel®. Resultados: Dos trinta e três (33) pacientes, dez (10) foram excluídos ao longo do estudo. Dos vinte e três (23) restantes, após a randomização, doze (12) foram alocados no grupo A (placebo) e onze (11) no grupo B (suplementado). Pode-se afirmar que 100% dos participantes mantiveram a ingestão de alimentos fonte de L-carnitina. Ao avaliar as concentrações de L-carnitina, notou-se que o grupo B apresentou concentrações maiores que o grupo A em todos os momentos de avaliação, apresentando diferença significativamente estatística apenas nos ciclos 4 (p=0,019) e 6 (p=0,006). Não foram relatados, no prontuário do participante, sintomas ou queixas associadas ao uso do suplemento. Em relação aos biomarcadores de lesão cardíaca (proBNP e troponina I), não foram identificadas diferenças significativamente estatística em nenhum momento de avaliação. Com relação ao parâmetro ecocardiográfico de FEVE, a comparação entre os grupos não evidenciou diferença significativamente estatística, porém foi observada uma redução média dos valores de FEVE de 9,6% no grupo A e 4,3% no grupo B. Percebeu-se também que 40% dos indivíduos pertencentes ao grupo A, sofreram cardiotoxicidade, de acordo com a definição estabelecida pela I Diretriz de Cardio-Oncologia, enquanto que no grupo B, apenas 18,2% sofreram este efeito. Conclusão: A suplementação com L-carnitina na dose de 50mg/kg/dia, durante 180 dias, não foi capaz de amenizar os efeitos de cardiotoxicidade causados por antraciclinas no parâmetro ecocardiográfico de FEVEIntroduction: The incidence of neoplasias is increasing in Brazil and worldwide. The neoplasias are a major challenge to healthcare professionals from their diagnosis to the complications that arises from their treatment, requiring an integrated and multidisciplinary approach. Among the various manifestations of hematological neoplasias there is a lymphoma, a type of cancer that affects the lymphocytes and can be divided into two subtypes: Hodgkin’s and non-Hodgkin's types of lymphoma. The treatment of lymphomas includes chemotherapeutic protocols that use the class of anthracyclines, which represents as the major side effect the cardiotoxicity. In between the proposed processes to explain this effect, the most accepted hypothesis involves the lipid peroxidation and the oxidative stress in the cardiomyocytes. According to the first Guideline for Cardio-Oncology, it is important to identify prematurely the cardiac damage induced by chemotherapy and for this the specific biomarkers of cardiac function such as troponin I and N-terminal pro-brain natriuretic peptide may be used. Moreover, the cardioprotective agents search is increasing. The L-carnitine performs some important functions: (1) generation of energy from long-chain fatty acids because it is a cofactor of the enzymes that transfer across the mitochondrial membrane to be oxidized; (2) carrier in the removal of the toxic products of the mitochondrial metabolism and (3) antioxidant, reducing oxidative stress on cardiomyocytes. The L-carnitine homeostasis is maintained through the dietary ingestion, endogenous synthesis, transport to the tissues and renal excretion. So that, one can assume that L-carnitine can be used to remove toxic products of the metabolism of the anthracyclines, which would reduce their willingness to act in the production of energy in cardiac tissue. Scientific hypothesis: The supplementation with L-carnitine in individuals with lymphoma minimizes the cardiotoxicity induced by treatment with anthracycline. General Objective: Evaluating the effect of the supplementation with L-carnitine in plasmatic concentrations of L-carnitine, troponin I, N-terminal pro-brain natriuretic peptide and echocardiographic parameters of the left ventricle in ejection fraction (LVEF) in patients with lymphomas in treatment with anthracyclines. Specific objectives:(1) To identify the source intake of L-carnitine food. (2) To evaluate the behavior of the plasma concentrations of L-carnitine throughout the monitoring period. (3) To identify symptoms associated with supplement use. (4) To evaluate the plasma concentrations of biomarkers of cardiac injury in patients in the supplemented and placebo groups during the follow-up period. (5) Check the effect of supplementation with L-carnitine in the echocardiographic parameter LVEF.Material and Methods: We selected 33 participants, coming from the Hospital Antonio Pedro University and the Federal Hospital da Lagoa, of both genders, ≥ 18 and ≤ 60 years, by signing the Informed Consent and Informed that were diagnosed with lymphoma, which contained the anthracyclines in their chemotherapy protocol, which showed ejection fraction of the left ventricle ≥ 50% and were exempt from any prior chemotherapy. After the confirmation of the criteria for inclusion in groups, participants are randomized into two groups: group A and group B. The supplemented group received oral aqueous solution with L-carnitine (50 mg / kg / day) daily for 180 days, in addition to standard 10 clinical protocol for lymphoma, the placebo group received oral aqueous solution for the same period. Participants underwent blood samples to quantify the plasma concentrations of L-carnitine, troponin I and proBNP blood sampling was before the start of chemotherapy and consultations which preceded the subsequent chemotherapy. To identify the presence or absence of food sources of L-carnitine, along with blood samples, it was applied adapted food frequency questionnaire. The results were analyzed by statistical program PASW® versão 18.0 and Excel®. Results: Thirty-three were selected (33) patients, ten (10) were excluded during the study. Of the twenty-three (23) remaining after randomization, twelve (12) were allocated to group A (placebo) and eleven (11) in group B (supplemented). It can be said that 100% of participants maintained the intake source of L-carnitine food. When evaluating L-carnitine concentrations, it was noted that the group B showed higher concentrations than group A at all time points, with statistically significant differences only in cycles 4 (p = 0.019) and 6 (p = 0.006). Were not reported, the participant's medical records, symptoms and complaints associated with the use of the supplement. Regarding biomarkers of cardiac injury (proBNP and troponin I) were not significantly statistical differences identified in no time evaluation. Regarding echocardiographic parameter LVEF, the comparison between the groups showed no statistically significant differences, but we observed a mean decrease in LVEF values of 9.6% in group A and 4.3% in group B. It is also notice that 40% of individuals belonging to the group A, suffered cardiotoxicity, according to the definition established by the I Guideline of Cardio-Oncology, while in group B, only 18.2% had this effect. Conclusion: Supplementation with L-carnitine at a dose of 50mg/kg/day for 180 days, is not able to mitigate the effects of cardiotoxicity caused by anthracyclines in echocardiographic parameter LVEF94 f.Boaventura, Gilson Teleshttp://lattes.cnpq.br/3173803026594951Cruz, Wanise Maria de Souzahttp://lattes.cnpq.br/9034382561022401http://lattes.cnpq.br/7074275128917156Reis, Taiane Leal dos Santos2022-10-06T14:54:14Z2022-10-06T14:54:14Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfREIS, Taiane Leal dos Santos. Efeito da suplementação com L-carnitina na cardiotoxicidade induzida por antraciclinas em pacientes com diagnóstico de linfoma. 2016. 94 f. 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Assim, pode-se supor que a L-carnitina possa ser utilizada para remover produtos tóxicos do metabolismo das antraciclinas, o que reduziria sua disponibilidade para atuar na produção de energia do tecido cardíaco. Hipótese Científica: A suplementação com L-carnitina em indivíduos com diagnóstico de Linfoma minimiza a cardiotoxicidade induzida pelo tratamento com antraciclinas. Objetivo geral: Avaliar o efeito da suplementação com L-carnitina nas concentrações plasmáticas de L-carnitina, troponina I, pro-peptídeo natriurético do tipo B, e no parâmetro ecocardiográfico fração de ejeção do ventrículo esquerdo, em pacientes com diagnóstico de linfomas sob tratamento com antraciclinas. Objetivos específicos: (1) Identificar a ingestão de alimentos fonte de L-carnitina. (2) Avaliar a variação do comportamento das concentrações plasmáticas de L-carnitina durante todo o período de acompanhamento. (3) Identificar sintomas associados ao uso do suplemento. (4) Avaliar as concentrações plasmáticas dos biomarcadores de lesão cardíaca nos pacientes dos grupos suplementado e placebo durante todo o período de acompanhamento. (5) Verificar o efeito da suplementação com L-carnitina no parâmetro ecocardiográfico de FEVE. Material e Métodos: Foram selecionados 33 participantes, oriundos do Hospital Universitário Antônio Pedro e do Hospital Federal da Lagoa, de ambos os gêneros, ≥ 18 anos e ≤ 60 anos, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que apresentaram diagnóstico de Linfoma, que contiveram as antraciclinas em seu protocolo de tratamento quimioterápico, que apresentaram fração de ejeção do ventrículo esquerdo ≥ 50% e que eram isentos de qualquer tratamento quimioterápico prévio. Posteriormente à confirmação dos critérios para inclusão nos grupos, os participantes foram randomizados em dois grupos: grupo A e 8 grupo B. O grupo suplementado recebeu solução aquosa oral com L-carnitina (50mg/kg/dia), diariamente durante 180 dias, além do protocolo clínico padrão para Linfoma, o grupo placebo recebeu solução aquosa oral pelo mesmo período. Os participantes foram submetidos a coletas de sangue para quantificação das concentrações plasmáticas de L-carnitina, troponina I e pro-peptídeo natriurético do tipo B. As coletas de sangue ocorreram antes do início da quimioterapia e nas consultas que precederam as sessões de quimioterapia subsequentes. Para identificar a presença ou não de alimentos fonte de L-carnitina, junto com as coletas de sangue, foi aplicado questionário de frequência alimentar adaptado. Os resultados foram analisados através dos programas estatísticos PASW® versão 18.0 e Excel®. Resultados: Dos trinta e três (33) pacientes, dez (10) foram excluídos ao longo do estudo. Dos vinte e três (23) restantes, após a randomização, doze (12) foram alocados no grupo A (placebo) e onze (11) no grupo B (suplementado). Pode-se afirmar que 100% dos participantes mantiveram a ingestão de alimentos fonte de L-carnitina. Ao avaliar as concentrações de L-carnitina, notou-se que o grupo B apresentou concentrações maiores que o grupo A em todos os momentos de avaliação, apresentando diferença significativamente estatística apenas nos ciclos 4 (p=0,019) e 6 (p=0,006). Não foram relatados, no prontuário do participante, sintomas ou queixas associadas ao uso do suplemento. Em relação aos biomarcadores de lesão cardíaca (proBNP e troponina I), não foram identificadas diferenças significativamente estatística em nenhum momento de avaliação. Com relação ao parâmetro ecocardiográfico de FEVE, a comparação entre os grupos não evidenciou diferença significativamente estatística, porém foi observada uma redução média dos valores de FEVE de 9,6% no grupo A e 4,3% no grupo B. Percebeu-se também que 40% dos indivíduos pertencentes ao grupo A, sofreram cardiotoxicidade, de acordo com a definição estabelecida pela I Diretriz de Cardio-Oncologia, enquanto que no grupo B, apenas 18,2% sofreram este efeito. Conclusão: A suplementação com L-carnitina na dose de 50mg/kg/dia, durante 180 dias, não foi capaz de amenizar os efeitos de cardiotoxicidade causados por antraciclinas no parâmetro ecocardiográfico de FEVE |
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