Paleoparasitologia da echinostomíase no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/6266 |
Resumo: | Dentre as zoonoses, as de origem alimentar têm ganhado destaque principalmente as transmitidas por ingestão de peixes e crustáceos. No Brasil estas infecções estão ligadas principalmente a mudanças recentes no padrão alimentar dos brasileiros. Contudo, achados em material arqueológico no Brasil do período do pré-contato mostram que algumas destas parasitoses já estavam em nosso continente. Ovos de Echinostoma sp., parasito que pode ser transmitido a humanos pela ingestão de peixe ou moluscos cru ou mal cozido, foram identificados por microscopia em coprólito de múmia humana do pré-contato, encontrada em Minas Gerais, porém, a morfologia dos ovos não permitiu confirmar a espécie, suspeitandose de Echinostoma luisreyi. Também foram encontrados ovos possivelmente da família Echinostomatidae em coprólitos de felinos provenientes do estado de Pernambuco. Os objetivos deste estudo foram: recuperar DNA antigo de Echinostoma das amostras arqueológicas e realizar sua caracterização molecular através dos alvos ITS1 (Internal Transcribed Spacer 1) e COX1 (citocromo c oxidase) de ~ 123-126pb, e avaliar através de coprólitos experimentais se a metodologia tradicionalmente empregada para análise paleoparasitológica de coprólitos (uso de solução reidratante por 72hs seguida de sedimentação espontânea por 24hs) interfere no desempenho de técnicas de diagnóstico molecular. Este foi o primeiro diagnóstico paleoparasitológico molecular para este trematódeo no mundo e foi possível a caracterização molecular da espécie parasitária recuperada da múmia humana. Embora, o alvo ITS1 não tenha esclarecido qual a espécie de Echinostoma, para o alvo COX1 a sequência mostrou 100% de similaridade com E. paraensei. Quanto aos coprólitos experimentais verificou-se que aqueles que não passaram pelo processo de reidratação e sedimentação espontânea apresentaram melhor rendimento na técnica molecular quando comparado aos que passaram por este procedimento. Pela análise molecular conclui-se que a espécie encontrada no coprólito da múmia foi mais similar a E. paraensei. Sendo assim embora muitas espécies do gênero tenham origem na Ásia, como o material data do pré-contato possivelmente trata-se de uma espécie autóctone. Adicionalmente não recomendamos o uso da solução de fosfato trissódico, pois além da maior perda do DNA o tempo maior na realização desta técnica também expõe as amostras a contaminates modernos. |
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Paleoparasitologia da echinostomíase no BrasilEchinostomíaseDNA antigoCoprólitosDiagnóstico molecularEchinostomaZoonosesEchinostomiasisAncient DNACoprolitesMolecular diagnosisDentre as zoonoses, as de origem alimentar têm ganhado destaque principalmente as transmitidas por ingestão de peixes e crustáceos. No Brasil estas infecções estão ligadas principalmente a mudanças recentes no padrão alimentar dos brasileiros. Contudo, achados em material arqueológico no Brasil do período do pré-contato mostram que algumas destas parasitoses já estavam em nosso continente. Ovos de Echinostoma sp., parasito que pode ser transmitido a humanos pela ingestão de peixe ou moluscos cru ou mal cozido, foram identificados por microscopia em coprólito de múmia humana do pré-contato, encontrada em Minas Gerais, porém, a morfologia dos ovos não permitiu confirmar a espécie, suspeitandose de Echinostoma luisreyi. Também foram encontrados ovos possivelmente da família Echinostomatidae em coprólitos de felinos provenientes do estado de Pernambuco. Os objetivos deste estudo foram: recuperar DNA antigo de Echinostoma das amostras arqueológicas e realizar sua caracterização molecular através dos alvos ITS1 (Internal Transcribed Spacer 1) e COX1 (citocromo c oxidase) de ~ 123-126pb, e avaliar através de coprólitos experimentais se a metodologia tradicionalmente empregada para análise paleoparasitológica de coprólitos (uso de solução reidratante por 72hs seguida de sedimentação espontânea por 24hs) interfere no desempenho de técnicas de diagnóstico molecular. Este foi o primeiro diagnóstico paleoparasitológico molecular para este trematódeo no mundo e foi possível a caracterização molecular da espécie parasitária recuperada da múmia humana. Embora, o alvo ITS1 não tenha esclarecido qual a espécie de Echinostoma, para o alvo COX1 a sequência mostrou 100% de similaridade com E. paraensei. Quanto aos coprólitos experimentais verificou-se que aqueles que não passaram pelo processo de reidratação e sedimentação espontânea apresentaram melhor rendimento na técnica molecular quando comparado aos que passaram por este procedimento. Pela análise molecular conclui-se que a espécie encontrada no coprólito da múmia foi mais similar a E. paraensei. Sendo assim embora muitas espécies do gênero tenham origem na Ásia, como o material data do pré-contato possivelmente trata-se de uma espécie autóctone. Adicionalmente não recomendamos o uso da solução de fosfato trissódico, pois além da maior perda do DNA o tempo maior na realização desta técnica também expõe as amostras a contaminates modernos.Among the parasitic zoonoses, foodborne have gained prominence mainly transmitted by eating fish and shellfish. In Brazil these infections are mainly linked to recent changes in dietary patterns of Brazilians. However, findings in archaeological material in Brazil's pre-contact period show that some of these parasites were already in our continent. Eggs of Echinostoma sp., a parasite that can be transmitted to humans by eating raw or undercooked fish, were identified by microscopy in coprolites of human mummy of pre-contact, found in Minas Gerais, however, the morphology of eggs did not confirm the species, there was suspicion of Echinostoma luisreyi. Also eggs possibly from the Echinostomatidae family were found in coprolites of cats from the state of Pernambuco. The objectives of this study were to recover ancient Echinostoma DNA of archaeological samples and perform molecular characterization through targets ITS1 region (Internal Transcribed Spacer 1) and COX1 (cytochrome c oxidase 1) of ~123-126bp, and evaluating through experimental coprolites to methodology traditionally used to paleparasitological analysis of coprolites (use of rehydration solution for 72h followed by spontaneous sedimentation for 24 hours) interferes with the performance of molecular diagnostic techniques. This was the first paleoparasitological molecular diagnostic for this trematode and it was possible to characterize by means of molecular biology parasite species recovered from human mummy. Although the ITS1 target did not clarify what species of Echinostoma sp, the COX1 target sequence showed 100% similarity to E. paraensei. As for the experimental coprolites found that those who had not been submit to rehydration and spontaneous sedimentation process showed better performance in the molecular technique when compared to those who underwent this procedure. Molecular analysis concluded that the species found in mummy coprolites was similar to E. paraensei. Although many species of the genus originates in Asia, as the date of the pre-contact materials possibly it is an autochthonous species . In addition we do not recommend the use of trisodium phosphate solution because besides the largest DNA loss and the longer period at time to perform this technique also exposes the samples to modern contaminantsUniversidade Federal FluminenseNiteróiSouza, Daniela LelesSudré, Adriana PittellaMattos, Danuza Pinheiro Bastos Garcia deMaldonado Junior, ArnaldoAraújo, Adauto José GonçalvesFreire, Andressa dos Santos2018-04-16T17:43:39Z2018-04-16T17:43:39Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/6266Aluno de MestradoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 BrazilopenAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-07-13T03:08:28Zoai:app.uff.br:1/6266Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:04:58.241424Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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