A trama das redes socioterritoriais no espaço sisaleiro da Bahia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho Neto, Agripino Souza
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33819
Resumo: O Espaço Sisaleiro da Bahia apresenta um conjunto de características fisiográficas, políticas e socioeconômicas análogas àquelas que tradicionalmente foram atribuídas ao semiárido nordestino: adversidades naturais, um repertório de práticas que compõem o conservadorismo político e uma insatisfatória presença de indicadores sociais negativos. Esses traços foram apropriados e alimentaram a produção de uma expressiva e generalizante representação do Nordeste brasileiro, associando-o, geralmente, à seca, a fome, a miséria, ao êxodo rural e a ineficiência dos órgãos governamentais. Integrou esse universo representacional a percepção da produção de conformismo e passividade social, desdobrando-se na posição de dependência e submissão das massas populares interioranas aos favores das lideranças políticas e ao assistencialismo e proteção social do Estado. No entanto, nas últimas quatro décadas, esse recorte espacial vem experimentando um processo de mobilização e organização da sociedade civil, empreendendo uma luta pela garantia de maior participação política e construindo alternativas de sobrevivência e reprodução social, confrontando assim, com a interpretação de passividade e conformismo atribuída às populações rurais do semiárido. Esse processo se caracteriza pela criação e densificação de sindicatos de trabalhadores rurais, de cooperativas de agricultores e de associações comunitárias rurais, formando complexas e diversificadas estratégias-rede de cooperação que se articulam nas escalas local, regional, nacional e global, cujo comportamento informa a construção de políticas de escala e o acionamento da territorialidade como uma poderosa estratégia espacial para viabilizar a organização política e produtiva. Para interpretação desse fenômeno a partir de uma perspectiva geográfica, isto é, buscando capturar a espacialidade dessas modalidades de ações coletivas, articulamos as categorias rede, território e escala, convocadas como ferramentas explicativas para compreender o processo de formação e a natureza das redes de organizações sociais no Território do Sisal e, também, para investigar os conteúdos e os significados de suas estratégias socioespaciais.
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Integrou esse universo representacional a percepção da produção de conformismo e passividade social, desdobrando-se na posição de dependência e submissão das massas populares interioranas aos favores das lideranças políticas e ao assistencialismo e proteção social do Estado. No entanto, nas últimas quatro décadas, esse recorte espacial vem experimentando um processo de mobilização e organização da sociedade civil, empreendendo uma luta pela garantia de maior participação política e construindo alternativas de sobrevivência e reprodução social, confrontando assim, com a interpretação de passividade e conformismo atribuída às populações rurais do semiárido. Esse processo se caracteriza pela criação e densificação de sindicatos de trabalhadores rurais, de cooperativas de agricultores e de associações comunitárias rurais, formando complexas e diversificadas estratégias-rede de cooperação que se articulam nas escalas local, regional, nacional e global, cujo comportamento informa a construção de políticas de escala e o acionamento da territorialidade como uma poderosa estratégia espacial para viabilizar a organização política e produtiva. Para interpretação desse fenômeno a partir de uma perspectiva geográfica, isto é, buscando capturar a espacialidade dessas modalidades de ações coletivas, articulamos as categorias rede, território e escala, convocadas como ferramentas explicativas para compreender o processo de formação e a natureza das redes de organizações sociais no Território do Sisal e, também, para investigar os conteúdos e os significados de suas estratégias socioespaciais.Space Sisaleiro of Bahia presents a set of physiographic characteristics, socioeconomic and political analogous to those that have traditionally been attributed to northeast semiarid: natural adversities, a repertoire of practices that compose the political conservatism and an unsatisfactory presence of negative social indicators. These traits were appropriate and the production of a significant and generalized representation of Brazilian Northeast, usually associating it to drought, hunger, misery, the rural exodus and the inefficiency of government agencies. Integrated to this representational the production perception that universe representational production of conformism and passivity social unfolded in position of dependence and submission of the masses inland to the favors of the political leaders and to the welfare state and social protection. However, over the past four decades, this spatial area has been experimenting a process of mobilization and organization of civil society, waging a struggle for ensuring greater political participation and building alternatives of survival and social reproduction, comparing well with the interpretation of passivity and conformism assigned to rural semiarid. This process is characterized by the creation and densification of rural workers' unions, cooperatives of farmers and rural community associations, forming complex and diverse strategies-network of cooperation that articulate themselves in the local, national, and global scales, whose behavior informs the construction of scale and operating policies of territoriality as a powerful spacial strategy to enable the organization and productive politics. For interpretation of this phenomenon from a geographical perspective, that is, seeking to capture the spatiality of these modalities of collective actions, we articulate the categories network, territory and scale, convened as explanatory tools to understand the process of formation and the nature of the networks of social organizations in the Sisal Territory and also to investigate the contents and meanings of their socio-spatial strategies.426 p.Costa, Rogério Haesbaert daMoreira, RuyCruz, Valter do CarmoSantos, Renato Emerson Nascimento dosGermani, Guiomar InezCoelho Neto, Agripino Souza2024-07-31T14:45:39Z2024-07-31T14:45:39Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfCOELHO NETO, Agripino Souza. A trama das redes socioterritoriais no espaço sisaleiro da Bahia. 2013. 426 f. 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