Patrimônio cultural na contemporaneidade: Volume 1 - Ensino

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pessoa, José
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Sampaio, Andréa da Rosa, Carsalade, Flavio de Lemos
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28891
Resumo: A proposta de discutir a preservação do patrimônio cultural na contemporaneidade nasceu da iniciativa da Universidade Federal Fluminense (UFF-Niterói/RJ) em consórcio com a Rede Internacional PHI (Patrimônio Histórico + Cultural Iberoamericano) e o Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS Brasil). Os imensos desafios da conservação do patrimônio cultural, frente às demandas socioculturais e econômicas da cidade contemporânea, merecem ser objeto de debate, bem como a difusão do estado da arte sobre o ensino e a prática da conservação do patrimônio cultural no Brasil. Para a publicação do debate, optou-se por organizar o conteúdo em dois volumes, separando as discussões sobre o ensino daquelas sobre a prática. Para o presente livro, convidamos pesquisadores e professores de diferentes regiões do país que estão envolvidos com o tema da intervenção no patrimônio arquitetônico de valor cultural para discutir o seu ensino nos cursos de Arquitetura e Urbanismo. O livro é estruturado em dois grandes temas absolutamente interligados: o ensino de patrimônio e os conteúdos mínimos do ensino de patrimônio na graduação. Estes temas permitem ao leitor um panorama da história e das dificuldades na inserção destas disciplinas nos currículos de arquitetura e urbanismo, seja na graduação como também na pós-graduação, notando-se que o ensino da temática patrimonial passa a ser obrigatório a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais, aprovadas em 1994: antes disto o tema era tratado de forma indireta nas disciplinas de história da arquitetura, além de disciplinas optativas, a critério dos cursos. Mariana Vaz e Rosina Trevisan buscam historiar a trajetória da implantação da disciplina de patrimônio nos cursos de graduação e pós-graduação no Brasil, os antecedentes e a origem do termo “técnicas retrospectivas”, o qual seria consagrado na legislação federal de 1994 como conteúdo do núcleo de conhecimentos profissionais obrigatórios relacionados a conservação, restauração e reconstrução arquitetônica. Monique Lessa e Natália Miranda discutem os desafios da relação entre teoria e projeto no campo do ensino patrimonial, destacando o papel da teoria na abordagem projetual na preexistência de valor cultural. O texto questiona quais seriam os conhecimentos essenciais para um projeto de intervenção na preexistência. Romeu Duarte apresenta a experiência cearense, notadamente a trajetória do ensino do patrimônio na Universidade do Ceará, e o papel fundamental do arquiteto e professor Liberal de Castro e de seu interesse pelo patrimônio e estudos da história da arquitetura da região. Nos comentários aos textos, Beatriz Kühl aborda a necessidade de se enfrentar a multidisciplinaridade do tema nos cursos de graduação e de este ser trabalhado transversalmente nas estruturas departamentais de arquitetura e urbanismo, buscando superar a cultura da especialização. Como pontua a autora, não é a teoria que resolveria os problemas, mas, sim, os profissionais envolvidos com a preservação, de preferência alicerçados na construção teórica. Para isso é necessário o reconhecimento de que os princípios da restauração arquitetônica são uma construção social e cultural, em permanente estado de reavaliação crítica. Em relação aos conteúdos mínimos do ensino de patrimônio, temos a apresentação e reflexão sobre os conteúdos ligados à preservação do patrimônio cultural, em três distintas universidades (UFBA, UFF e Mackenzie). Naia Alban apresenta uma análise da questão do ensino de patrimônio a partir da abordagem de três escalas distintas. A escala mais próxima é a experiência da Universidade Federal da Bahia, UFBA, que se tornou uma referência nacional na formação de pós-graduação em patrimônio cultural, mas que, em contraste, apresenta, em paralelo, uma atuação tímida no curso de graduação. Na segunda escala, Naia apresenta a discussão nacional sobre o tema no CAU BR. E, finalmente, na última escala, a autora nos mostra um panorama da discussão internacional na Rede PHI. Ana Carmen Jara Casco, a partir da experiência na Universidade Federal Fluminense, aborda o potencial formativo para o arquiteto e urbanista do ensino de teoria e projeto relacionado a intervenção no existente de valor patrimonial. O exercício de restauro, no curso de graduação em arquitetura e urbanismo, poderia ser traduzido como um “projetar sobre o existente”. Isso significa um trabalho de reconhecimento do existente por meio de sucessivas aproximações que permitem aos estudantes julgar, atribuir valor, classificar. Cecília Rodrigues dos Santos afirma que a legitimação do que é considerado patrimônio cultural é necessariamente produto de um processo seletivo maior, pois, como ela afirma, é preciso nem tudo destruir, e nem tudo conservar. Propõe também, no seu texto, a necessidade de distinguirmos entre projeto de intervenção e projeto de restauração, pensando o primeiro em termos de formação em nível de graduação e o segundo, relacionado com as especializações da pós-graduação. Carlos Eduardo Nunes-Ferreira reflete sobre como o ensino de arquitetura pode oferecer respostas para a construção de uma nova agenda para a arquitetura e o urbanismo do século XXI, quando o papel do patrimônio ganha uma nova importância, agregando o valor de cultura ao valor ambiental da sustentabilidade. Os comentários de Juliana Cardoso Nery e Natália Miranda Vieira-de-Araújo dialogam com os textos precedentes, em especial com a discussão da centralidade do projeto no ensino de preservação do patrimônio para arquitetos e urbanistas. O conjunto de textos que compõem este livro procura, assim, apresentar uma reflexão brasileira ao debate internacional sobre ensino de patrimônio cultural como contribuição ao intercâmbio de ideias desenvolvido internacionalmente pela Rede PHI. O projeto PHI (Patrimônio Histórico Iberoamericano) nasceu pela iniciativa de um grupo de oito universidades das Américas, da Espanha e de Portugal que se reuniram em Belo Horizonte, em 2012. A ideia era criar uma rede de redes, ou seja, cada país teria sua própria rede de universidades, que se articulariam entre si e internacionalmente, em torno da produção estudantil sobre temas de patrimônio cultural. Imaginava-se que a disponibilização dos trabalhos desses estudantes em um site específico poderia, a um só tempo, despertar debates acadêmicos sobre o ensino de patrimônio e oferecer ao público em geral e às autoridades, de modo particular, um banco de possibilidades de intervenção em patrimônios existentes nos diversos países. Com o tempo foram se agregando outros países americanos e europeus, unidos pela presença das línguas espanhola e portuguesa. Além destes, incluem-se países com outros idiomas predominantes, como os Estados Unidos da América e a Itália. Espera-se ainda, no futuro, a adesão de países do continente africano. Em cada país, por sua vez, também se agregaram outras universidades e a ação interna dessas redes é definida pelas suas especificidades locais. Hoje, a rede conta com aproximadamente 70 universidades associadas em 18 países, entre Américas e Europa. Com o passar do tempo, o objetivo inicial de publicizar trabalhos estudantis foi também se ampliando, e os temas de debate e trocas de conhecimento também foram se alargando. Para isso, contribuíram os encontros anuais (onde se apresenta o estado da arte do campo patrimonial em cada país) e as oficinas de formação estudantil que foram sendo propostas em diferentes edições e em diversos países. A Rede PHI é, hoje, uma das mais longevas e extensas no mundo acadêmico ligado ao campo da arquitetura e urbanismo. No Brasil, a rede foi inicialmente proposta pela Escola de Arquitetura da UFMG, uma de suas fundadoras, que assumiu o papel de coordenação nacional, função hoje ocupada pela Faculdade de Arquitetura da UFBA, e congrega 18 universidades: Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal da Bahia, Universidade Estadual de Campinas, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal Fluminense, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Sergipe Universidade do Vale do Rio dos Sinos e Universidade Federal do Rio de Janeiro. O marco inicial da rede brasileira foi o seminário realizado em Salvador, em agosto de 2015, quando oito universidades presentes fundaram a rede brasileira. A princípio, a proposta foi de que a rede tivesse um crescimento lento, de maneira a consolidá-la como instituição, agregando, pouco a pouco, outras universidades que tivessem tradição em pesquisa e ensino de patrimônio cultural, o que efetivamente foi realizado nos anos subsequentes. Ao longo de sua trajetória, a Rede PHI Brasil realizou outros seminários, o já citado de 2015 e também em 2019 e 2021, todos eles voltados para a temática do ensino de patrimônio. Essa sequência permitiu o amadurecimento de certos debates que foram fundamentais para o Seminário de 2021, realizado virtualmente, a partir da UFF, e que teve o apoio financeiro da FAPERJ. A proposta deste livro é fruto da trajetória de debates dos seminários da Rede PHI, e apresenta ao leitor, por diferentes pontos de vista, um panorama das questões relativas ao ensino de patrimônio cultural nos cursos de arquitetura e urbanismo, sobre as quais a rede brasileira do Patrimônio Histórico Iberoamericano tem se debruçado nesses últimos sete anos
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Para o presente livro, convidamos pesquisadores e professores de diferentes regiões do país que estão envolvidos com o tema da intervenção no patrimônio arquitetônico de valor cultural para discutir o seu ensino nos cursos de Arquitetura e Urbanismo. O livro é estruturado em dois grandes temas absolutamente interligados: o ensino de patrimônio e os conteúdos mínimos do ensino de patrimônio na graduação. Estes temas permitem ao leitor um panorama da história e das dificuldades na inserção destas disciplinas nos currículos de arquitetura e urbanismo, seja na graduação como também na pós-graduação, notando-se que o ensino da temática patrimonial passa a ser obrigatório a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais, aprovadas em 1994: antes disto o tema era tratado de forma indireta nas disciplinas de história da arquitetura, além de disciplinas optativas, a critério dos cursos. Mariana Vaz e Rosina Trevisan buscam historiar a trajetória da implantação da disciplina de patrimônio nos cursos de graduação e pós-graduação no Brasil, os antecedentes e a origem do termo “técnicas retrospectivas”, o qual seria consagrado na legislação federal de 1994 como conteúdo do núcleo de conhecimentos profissionais obrigatórios relacionados a conservação, restauração e reconstrução arquitetônica. Monique Lessa e Natália Miranda discutem os desafios da relação entre teoria e projeto no campo do ensino patrimonial, destacando o papel da teoria na abordagem projetual na preexistência de valor cultural. O texto questiona quais seriam os conhecimentos essenciais para um projeto de intervenção na preexistência. Romeu Duarte apresenta a experiência cearense, notadamente a trajetória do ensino do patrimônio na Universidade do Ceará, e o papel fundamental do arquiteto e professor Liberal de Castro e de seu interesse pelo patrimônio e estudos da história da arquitetura da região. 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Cecília Rodrigues dos Santos afirma que a legitimação do que é considerado patrimônio cultural é necessariamente produto de um processo seletivo maior, pois, como ela afirma, é preciso nem tudo destruir, e nem tudo conservar. Propõe também, no seu texto, a necessidade de distinguirmos entre projeto de intervenção e projeto de restauração, pensando o primeiro em termos de formação em nível de graduação e o segundo, relacionado com as especializações da pós-graduação. Carlos Eduardo Nunes-Ferreira reflete sobre como o ensino de arquitetura pode oferecer respostas para a construção de uma nova agenda para a arquitetura e o urbanismo do século XXI, quando o papel do patrimônio ganha uma nova importância, agregando o valor de cultura ao valor ambiental da sustentabilidade. Os comentários de Juliana Cardoso Nery e Natália Miranda Vieira-de-Araújo dialogam com os textos precedentes, em especial com a discussão da centralidade do projeto no ensino de preservação do patrimônio para arquitetos e urbanistas. O conjunto de textos que compõem este livro procura, assim, apresentar uma reflexão brasileira ao debate internacional sobre ensino de patrimônio cultural como contribuição ao intercâmbio de ideias desenvolvido internacionalmente pela Rede PHI. O projeto PHI (Patrimônio Histórico Iberoamericano) nasceu pela iniciativa de um grupo de oito universidades das Américas, da Espanha e de Portugal que se reuniram em Belo Horizonte, em 2012. A ideia era criar uma rede de redes, ou seja, cada país teria sua própria rede de universidades, que se articulariam entre si e internacionalmente, em torno da produção estudantil sobre temas de patrimônio cultural. 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No Brasil, a rede foi inicialmente proposta pela Escola de Arquitetura da UFMG, uma de suas fundadoras, que assumiu o papel de coordenação nacional, função hoje ocupada pela Faculdade de Arquitetura da UFBA, e congrega 18 universidades: Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal da Bahia, Universidade Estadual de Campinas, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal Fluminense, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Sergipe Universidade do Vale do Rio dos Sinos e Universidade Federal do Rio de Janeiro. 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Mariana Vaz e Rosina Trevisan buscam historiar a trajetória da implantação da disciplina de patrimônio nos cursos de graduação e pós-graduação no Brasil, os antecedentes e a origem do termo “técnicas retrospectivas”, o qual seria consagrado na legislação federal de 1994 como conteúdo do núcleo de conhecimentos profissionais obrigatórios relacionados a conservação, restauração e reconstrução arquitetônica. Monique Lessa e Natália Miranda discutem os desafios da relação entre teoria e projeto no campo do ensino patrimonial, destacando o papel da teoria na abordagem projetual na preexistência de valor cultural. O texto questiona quais seriam os conhecimentos essenciais para um projeto de intervenção na preexistência. Romeu Duarte apresenta a experiência cearense, notadamente a trajetória do ensino do patrimônio na Universidade do Ceará, e o papel fundamental do arquiteto e professor Liberal de Castro e de seu interesse pelo patrimônio e estudos da história da arquitetura da região. 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A escala mais próxima é a experiência da Universidade Federal da Bahia, UFBA, que se tornou uma referência nacional na formação de pós-graduação em patrimônio cultural, mas que, em contraste, apresenta, em paralelo, uma atuação tímida no curso de graduação. Na segunda escala, Naia apresenta a discussão nacional sobre o tema no CAU BR. E, finalmente, na última escala, a autora nos mostra um panorama da discussão internacional na Rede PHI. Ana Carmen Jara Casco, a partir da experiência na Universidade Federal Fluminense, aborda o potencial formativo para o arquiteto e urbanista do ensino de teoria e projeto relacionado a intervenção no existente de valor patrimonial. O exercício de restauro, no curso de graduação em arquitetura e urbanismo, poderia ser traduzido como um “projetar sobre o existente”. Isso significa um trabalho de reconhecimento do existente por meio de sucessivas aproximações que permitem aos estudantes julgar, atribuir valor, classificar. 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Os comentários de Juliana Cardoso Nery e Natália Miranda Vieira-de-Araújo dialogam com os textos precedentes, em especial com a discussão da centralidade do projeto no ensino de preservação do patrimônio para arquitetos e urbanistas. O conjunto de textos que compõem este livro procura, assim, apresentar uma reflexão brasileira ao debate internacional sobre ensino de patrimônio cultural como contribuição ao intercâmbio de ideias desenvolvido internacionalmente pela Rede PHI. O projeto PHI (Patrimônio Histórico Iberoamericano) nasceu pela iniciativa de um grupo de oito universidades das Américas, da Espanha e de Portugal que se reuniram em Belo Horizonte, em 2012. A ideia era criar uma rede de redes, ou seja, cada país teria sua própria rede de universidades, que se articulariam entre si e internacionalmente, em torno da produção estudantil sobre temas de patrimônio cultural. 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Com o passar do tempo, o objetivo inicial de publicizar trabalhos estudantis foi também se ampliando, e os temas de debate e trocas de conhecimento também foram se alargando. Para isso, contribuíram os encontros anuais (onde se apresenta o estado da arte do campo patrimonial em cada país) e as oficinas de formação estudantil que foram sendo propostas em diferentes edições e em diversos países. A Rede PHI é, hoje, uma das mais longevas e extensas no mundo acadêmico ligado ao campo da arquitetura e urbanismo. No Brasil, a rede foi inicialmente proposta pela Escola de Arquitetura da UFMG, uma de suas fundadoras, que assumiu o papel de coordenação nacional, função hoje ocupada pela Faculdade de Arquitetura da UFBA, e congrega 18 universidades: Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal da Bahia, Universidade Estadual de Campinas, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal Fluminense, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Sergipe Universidade do Vale do Rio dos Sinos e Universidade Federal do Rio de Janeiro. 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