Incontinência dupla: prevalência, fatores associados e impacto sobre a qualidade de vida em mulheres atendidas em serviço de referência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/8030 |
Resumo: | Introdução: As disfunções do assoalho pélvico (DAP), entre elas as incontinências urinária e anal, são muito prevalentes entre as mulheres, e representam importante problema de saúde pública. Estes defeitos têm importante impacto na qualidade de vida (QV) dos acometidos, que pode ser avaliado por instrumentos como o Índice de Incontinência Anal (IIA), o questionário Fecal Incontinence Quality of Life (FIQL) e o Kings’s Health Questionnaire (KHQ). Objetivos: Analisar a frequência da incontinência dupla (ID) em mulheres adultas atendidas em serviço universitário de Niterói (RJ), avaliando o impacto sobre a qualidade de vida e os fatores sociodemográficos, clínicos e obstétricos a ela associados. Métodos: Trata-se de estudo transversal, realizado no ambulatório de Uroginecologia do Hospital Universitário Antônio Pedro. As variáveis sociodemográficas e clínicas estudadas foram idade, escolaridade, número de gestações, tipos de partos, comorbidades, história de cirurgias ginecológicas, índice de massa corpórea e estadiamento do prolapso genital de acordo com o sistema POP-Q. O índice de incontinência anal foi utilizado para avaliar a gravidade da perda anal, enquanto as versões brasileiras dos questionários KHQ e FIQL foram utilizados para avaliar o impacto sobre a QV. Considerou-se como ID a associação das incontinências urinárias e fecal. Inicialmente, realizou-se análise descritiva utilizando medidas de posição e variabilidade para as variáveis qualitativas e tabelas de frequências absolutas e relativas para as variáveis quantitativas. A associação entre as variáveis e os tipos de disfunção (incontinência urinária e dupla) e com a pior percepção geral de saúde foi determinada pelos testes de Mann-Whitney, Qui-quadrado e Fisher. Resultados: A amostra do estudo foi composta por 228 mulheres com média de idade de 61,36 anos, com predominância de sobrepeso e múltiplas comorbidades. A prevalência de incontinência anal foi de 31,6%, e a de dupla, de 14,5%. O IMC, o número de comorbidades e a presença de prolapso de parede vaginal anterior mostraram associação estatisticamente significante com pior percepção geral de saúde, mas não a incontinência dupla. Já a presença de duas ou mais comorbidades e de prolapso de parede vaginal posterior em estádio II ou superior mostrou associação estatisticamente significante com a presença de incontinência dupla. Como o número de variáveis com associação estatisticamente significativa foi pequeno, não foi realizada a análise multivariada. Entre as mulheres com incontinência fecal, houve impacto negativo sobre todos os domínios do FIQL, com escores mais baixos para constrangimento e comportamento. Conclusão: A prevalência de incontinência dupla foi diferente das taxas encontradas em outros estudos semelhantes provavelmente por diferenças populacionais e metodológicas. A incontinência anal foi classificada como leve na maior parte dos casos. A maioria das mulheres (86,8%) apresentava percepção ruim de sua saúde, e a incontinência dupla não estava associada a tal percepção. Os fatores associados à presença de ID foram o prolapso de parede vaginal posterior em estádio maior ou igual a 2 e múltiplas comorbidades. De acordo com o FIQL, os menores escores de QV foram observados para os domínios comportamento e constrangimento |
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Incontinência dupla: prevalência, fatores associados e impacto sobre a qualidade de vida em mulheres atendidas em serviço de referênciaDistúrbios do assoalho PélvicoIncontinência fecalIncontinência urináriaQualidade de vidaSaúde da mulherIncontinência urináriaIncontinência fecalQualidade de vidaPrevalênciaSaúde da mulherPelvic floor disordersFecal incontinencePrevalenceQuality of lifeWomenIntrodução: As disfunções do assoalho pélvico (DAP), entre elas as incontinências urinária e anal, são muito prevalentes entre as mulheres, e representam importante problema de saúde pública. Estes defeitos têm importante impacto na qualidade de vida (QV) dos acometidos, que pode ser avaliado por instrumentos como o Índice de Incontinência Anal (IIA), o questionário Fecal Incontinence Quality of Life (FIQL) e o Kings’s Health Questionnaire (KHQ). Objetivos: Analisar a frequência da incontinência dupla (ID) em mulheres adultas atendidas em serviço universitário de Niterói (RJ), avaliando o impacto sobre a qualidade de vida e os fatores sociodemográficos, clínicos e obstétricos a ela associados. Métodos: Trata-se de estudo transversal, realizado no ambulatório de Uroginecologia do Hospital Universitário Antônio Pedro. As variáveis sociodemográficas e clínicas estudadas foram idade, escolaridade, número de gestações, tipos de partos, comorbidades, história de cirurgias ginecológicas, índice de massa corpórea e estadiamento do prolapso genital de acordo com o sistema POP-Q. O índice de incontinência anal foi utilizado para avaliar a gravidade da perda anal, enquanto as versões brasileiras dos questionários KHQ e FIQL foram utilizados para avaliar o impacto sobre a QV. Considerou-se como ID a associação das incontinências urinárias e fecal. Inicialmente, realizou-se análise descritiva utilizando medidas de posição e variabilidade para as variáveis qualitativas e tabelas de frequências absolutas e relativas para as variáveis quantitativas. A associação entre as variáveis e os tipos de disfunção (incontinência urinária e dupla) e com a pior percepção geral de saúde foi determinada pelos testes de Mann-Whitney, Qui-quadrado e Fisher. Resultados: A amostra do estudo foi composta por 228 mulheres com média de idade de 61,36 anos, com predominância de sobrepeso e múltiplas comorbidades. A prevalência de incontinência anal foi de 31,6%, e a de dupla, de 14,5%. O IMC, o número de comorbidades e a presença de prolapso de parede vaginal anterior mostraram associação estatisticamente significante com pior percepção geral de saúde, mas não a incontinência dupla. Já a presença de duas ou mais comorbidades e de prolapso de parede vaginal posterior em estádio II ou superior mostrou associação estatisticamente significante com a presença de incontinência dupla. Como o número de variáveis com associação estatisticamente significativa foi pequeno, não foi realizada a análise multivariada. Entre as mulheres com incontinência fecal, houve impacto negativo sobre todos os domínios do FIQL, com escores mais baixos para constrangimento e comportamento. Conclusão: A prevalência de incontinência dupla foi diferente das taxas encontradas em outros estudos semelhantes provavelmente por diferenças populacionais e metodológicas. A incontinência anal foi classificada como leve na maior parte dos casos. A maioria das mulheres (86,8%) apresentava percepção ruim de sua saúde, e a incontinência dupla não estava associada a tal percepção. Os fatores associados à presença de ID foram o prolapso de parede vaginal posterior em estádio maior ou igual a 2 e múltiplas comorbidades. De acordo com o FIQL, os menores escores de QV foram observados para os domínios comportamento e constrangimentoIntroduction: Pelvic floor dysfunctions (PAD), including urinary and anal incontinence, are very prevalent among women and represent an important public health problem, but their occurrences remain underreported and under investigated in the general population. These defects have a great impact on the quality of life of those affected. To analyze this impact, instruments such as the classification based on the Incontinence Index (IIA), which evaluates its severity, the Fecal Incontinence Quality of Life (FQL) and the KHQ (Kings' Health Questionnaire) are used. Objectives: To analyze the frequency of anal incontinence (AI) in adult women treated at the Urogynecology outpatient clinic of a hospital in Niterói-RJ (Hospital Universitário Antônio Pedro), evaluating the impact on the quality of life and sociodemographic, clinical and obstetric factors associated. Methods: This cross-sectional study was carried out in the outpatient database, where not only the information was recorded, but also the answers to the questionnaires for assessing the impact of AI on quality of life. The sociodemographic and clinical variables studied were age, schooling, number of pregnancies, number and types of deliveries, comorbidities, history of surgery for prolapse, and body mass index. The QoL was evaluated through two validated Portuguese questionnaires: The King's Health Questionnaire (KHQ), which evaluates the general health and impact of urinary incontinence and the FIQL (Fecal Incontinence Quality of Life), with five domains about lifestyle, behavior, depression / selfperception and embarrassment. Initially, descriptive analysis was performed using position and variability measures for the qualitative variables and absolute and relative frequency tables for the quantitative variables. The association between variables and types of dysfunction (urinary and double incontinence) was determined by the Mann-Whitney test, whereas the association between variables and general health perception was used the binary logistic model, considering both the crude analysis adjusted. As the number of variables with statistically significant association was small, multivariate analysis could not be performed. Statistical analyzes were performed using SPSS software (Statistical Package for Social Science) for Windows, version 20.0 Results: The study sample consisted of 228 women with a mean age of 61.36 years, with predominance of overweight and associated comorbidities. The prevalence of double incontinence was 14.5% and 31.4% were diagnosed with fecal incontinence, classified mainly as mild. BMI, number of comorbidities and presence of anterior vaginal wall prolapse showed a statistically significant association with worse overall health perception (scores ≥ 50), but there was no difference between women with isolated UI and those with incontinence double. Regarding the type of dysfunction, the presence of two or more comorbidities and posterior vaginal wall prolapse at stage ≥2 showed a statistically significant association with the presence of double incontinence. Conclusion: The various types of pelvic floor dysfunction analyzed had negative impacts on women's QOL, especially in the constraint domain, either by KHQ or FIQL. Most of the women presented poor compatible health perceptionFaria, Carlos AugustoBravo, Renato de SouzaRibeiro, José Genilson AlvesAndrade, Filipe Moreira deFonseca, Sandra CostaRibeiro, Daniel Carvalho2018-12-13T13:42:23Z2018-12-13T13:42:23Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/8030openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-09-15T20:32:52Zoai:app.uff.br:1/8030Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:12:07.952797Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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Introdução: As disfunções do assoalho pélvico (DAP), entre elas as incontinências urinária e anal, são muito prevalentes entre as mulheres, e representam importante problema de saúde pública. Estes defeitos têm importante impacto na qualidade de vida (QV) dos acometidos, que pode ser avaliado por instrumentos como o Índice de Incontinência Anal (IIA), o questionário Fecal Incontinence Quality of Life (FIQL) e o Kings’s Health Questionnaire (KHQ). Objetivos: Analisar a frequência da incontinência dupla (ID) em mulheres adultas atendidas em serviço universitário de Niterói (RJ), avaliando o impacto sobre a qualidade de vida e os fatores sociodemográficos, clínicos e obstétricos a ela associados. Métodos: Trata-se de estudo transversal, realizado no ambulatório de Uroginecologia do Hospital Universitário Antônio Pedro. As variáveis sociodemográficas e clínicas estudadas foram idade, escolaridade, número de gestações, tipos de partos, comorbidades, história de cirurgias ginecológicas, índice de massa corpórea e estadiamento do prolapso genital de acordo com o sistema POP-Q. O índice de incontinência anal foi utilizado para avaliar a gravidade da perda anal, enquanto as versões brasileiras dos questionários KHQ e FIQL foram utilizados para avaliar o impacto sobre a QV. Considerou-se como ID a associação das incontinências urinárias e fecal. Inicialmente, realizou-se análise descritiva utilizando medidas de posição e variabilidade para as variáveis qualitativas e tabelas de frequências absolutas e relativas para as variáveis quantitativas. A associação entre as variáveis e os tipos de disfunção (incontinência urinária e dupla) e com a pior percepção geral de saúde foi determinada pelos testes de Mann-Whitney, Qui-quadrado e Fisher. Resultados: A amostra do estudo foi composta por 228 mulheres com média de idade de 61,36 anos, com predominância de sobrepeso e múltiplas comorbidades. A prevalência de incontinência anal foi de 31,6%, e a de dupla, de 14,5%. O IMC, o número de comorbidades e a presença de prolapso de parede vaginal anterior mostraram associação estatisticamente significante com pior percepção geral de saúde, mas não a incontinência dupla. Já a presença de duas ou mais comorbidades e de prolapso de parede vaginal posterior em estádio II ou superior mostrou associação estatisticamente significante com a presença de incontinência dupla. Como o número de variáveis com associação estatisticamente significativa foi pequeno, não foi realizada a análise multivariada. Entre as mulheres com incontinência fecal, houve impacto negativo sobre todos os domínios do FIQL, com escores mais baixos para constrangimento e comportamento. Conclusão: A prevalência de incontinência dupla foi diferente das taxas encontradas em outros estudos semelhantes provavelmente por diferenças populacionais e metodológicas. A incontinência anal foi classificada como leve na maior parte dos casos. A maioria das mulheres (86,8%) apresentava percepção ruim de sua saúde, e a incontinência dupla não estava associada a tal percepção. Os fatores associados à presença de ID foram o prolapso de parede vaginal posterior em estádio maior ou igual a 2 e múltiplas comorbidades. De acordo com o FIQL, os menores escores de QV foram observados para os domínios comportamento e constrangimento |
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