A verdade dita é dura: “Histórias da verdade” do/no jornalismo e a ditadura militar no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/15830 |
Resumo: | A presente tese tem como objetivo analisar aquilo que definiremos como uma “história da verdade” do e no jornalismo, ao perceber como a chamada instituição “moderna” do jornalismo vem procurando inscrever-se ao longo do tempo como aquela que de fato atua de forma mais “verdadeira”, pois mais “profissional” e “confiável” do que as outras. Para tanto, vamos tomar como objeto de análise dois dos jornais que são reconhecidos como principais representantes da chamada “grande imprensa” brasileira, a Folha de S. Paulo e O Globo. Ao nosso ver, estes jornais legitimaram-se sob “modernas” bases empresarias a partir de conjunturas estritamente particulares a ponto de podermos atrelar a constituição de suas identidades a um acontecimento fundador que soa-nos muito caro neste processo: a ditadura militar no Brasil (1964-1985) em seus mais diversos modos de enunciações, rememorações e (re)apropriações discursivas. Cientes disso, percorreremos um “percurso do reconhecimento” para perceber como os jornais, enquanto portadores de um ideal “moderno” de instituição foram buscando, ao longo do tempo, cristalizar certas fatias de verdade que, atreladas direta ou indiretamente ao acontecimento, tornaram-se fundamentais para legitimar sua autoridade àquilo que estes jornais encaram como sendo a “verdade” tanto de suas práticas como da instituição a que pertencem. Autoridade, verdade e memória serão fatores constituintes de uma história que procura entender como estes jornais têm buscado, no constante diálogo com seu público, esferas de reconhecimento. Trataremos assim de uma verdade que se pretende ao problematizar, mais do que o quê de fato se constrói como verdadeiro, em como isso pretende se passar por legítimo e digno de ser reconhecido como tal. Finalizaremos este percurso ao analisar, mais detalhadamente, como muitos destes acontecimentos ressurgiram e se ressignificaram no contexto dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (2012-2014), momento em que, acreditamos, nossos jornais intentaram assumir um considerável protagonismo frente às “verdades” que revelavam, imputando às suas identidades uma série de características particulares. |
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A verdade dita é dura: “Histórias da verdade” do/no jornalismo e a ditadura militar no BrasilJornalismoVerdadeAutoridadeHistóriaMemóriaDitadura militarDitadura Militar, 1964-1979Jornalismo -- aspecto políticoAutoridadeJornalismo -- aspecto históricoBrasilJournalismTruthAuthorityHistoryMemoryMilitary dictatorshipA presente tese tem como objetivo analisar aquilo que definiremos como uma “história da verdade” do e no jornalismo, ao perceber como a chamada instituição “moderna” do jornalismo vem procurando inscrever-se ao longo do tempo como aquela que de fato atua de forma mais “verdadeira”, pois mais “profissional” e “confiável” do que as outras. Para tanto, vamos tomar como objeto de análise dois dos jornais que são reconhecidos como principais representantes da chamada “grande imprensa” brasileira, a Folha de S. Paulo e O Globo. Ao nosso ver, estes jornais legitimaram-se sob “modernas” bases empresarias a partir de conjunturas estritamente particulares a ponto de podermos atrelar a constituição de suas identidades a um acontecimento fundador que soa-nos muito caro neste processo: a ditadura militar no Brasil (1964-1985) em seus mais diversos modos de enunciações, rememorações e (re)apropriações discursivas. Cientes disso, percorreremos um “percurso do reconhecimento” para perceber como os jornais, enquanto portadores de um ideal “moderno” de instituição foram buscando, ao longo do tempo, cristalizar certas fatias de verdade que, atreladas direta ou indiretamente ao acontecimento, tornaram-se fundamentais para legitimar sua autoridade àquilo que estes jornais encaram como sendo a “verdade” tanto de suas práticas como da instituição a que pertencem. Autoridade, verdade e memória serão fatores constituintes de uma história que procura entender como estes jornais têm buscado, no constante diálogo com seu público, esferas de reconhecimento. Trataremos assim de uma verdade que se pretende ao problematizar, mais do que o quê de fato se constrói como verdadeiro, em como isso pretende se passar por legítimo e digno de ser reconhecido como tal. Finalizaremos este percurso ao analisar, mais detalhadamente, como muitos destes acontecimentos ressurgiram e se ressignificaram no contexto dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (2012-2014), momento em que, acreditamos, nossos jornais intentaram assumir um considerável protagonismo frente às “verdades” que revelavam, imputando às suas identidades uma série de características particulares.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThis dissertation aims to analyze what I will define as a “story of truth” from and in journalism, where I perceive how the so-called “modern” institution of journalism has sought to inscribe itself over time as more “truthful” as it portrays itself as more “professional” and “trustworthy” than other institutions. The objects of this analysis are two of the most recognized newspapers and the main representatives of the so-called “big press” in Brazil, Folha de S. Paulo and O Globo. These newspapers became legitimized under “modern” business bases from strictly particular conjunctures to the point where we could link the constitution of their identities to a founding event that is important in this process: the military dictatorship in Brazil (1964-1985) and its various forms of enunciation, remembrance and discursive (re)appropriation. With this in mind, I will go through a “course of recognition” to understand how these newspapers, as carriers of an ideal, “modern” institution, have sought over time to crystallize certain pieces of truth that are directly or indirectly linked to the military dictatorship, and are important in legitimizing their authority in regards to what these newspapers claim as the “truth”-both in practice and in regards to the institution to which they belong. I will deal with a truth that is intended, problematizing more than what is actually construed as true, and how it pretends to be legitimate and worthy of being recognized as such. I will conclude this process by analyzing, in more detail, how many of these events have resurfaced and given themselves new meaning in the context of the work of the National Truth Commission (2012-2014), at which time our newspapers have attempted to play a significant role in the face of “truth” that they revealed, attributing to their identities a set of particular characteristics.387f.Roxo, MarcoResende, FernandoRibeiro, Ana Paula GoulartMatheus, Leticia CantarelaAtencio, Rebeccahttp://lattes.cnpq.br/5025469064512821Dias, André Bonsanto2020-11-09T17:47:59Z2020-11-09T17:47:59Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfDIAS, André Bonsanto. A verdade dita é dura: “Histórias da verdade” do/no jornalismo e a ditadura militar no Brasil. 2018. 387 f. Tese (Doutorado em Comunicação). Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018.https://app.uff.br/riuff/handle/1/15830Aluno de Doutoradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-08-24T18:03:21Zoai:app.uff.br:1/15830Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:07:52.551221Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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