Inscrições da racialidade no pensamento geográfico (1880 – 1930)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/33789 |
Resumo: | O objetivo dessa investigação é analisar as inscrições da racialidade na história do pensamento geográfico. Em outros termos, analisar como a questão étnico-racial foi abordada e operacionalizada a partir de uma perspectiva geográfica. Para isso estabeleço como horizonte temporal as décadas que vão de 1880 a 1930, período que envolve o fim institucional da escravidão, a formação da primeira República e da formação da “Geografia moderna” no Brasil. Demarco como campo de exame a produção de alguns dos pensadores à época, cujas discussões atravessaram e articularam, direta ou indiretamente, a questão étnico-racial e o discurso geográfico. Com isso busco lançar luz sobre outras dimensões da “Geografia moderna”, principalmente sobre sua verve colonial, e, consequentemente, apresento algumas leituras que possibilitem uma visão mais complexa do pensamento geográfico no presente. Ainda, busco tensionar o próprio campo da disciplina no que se refere à presença das relações étnico-raciais. Algo que se pode perceber ao longo dessa pesquisa é, primeiramente, que a formação da Geografia moderna-colonial trouxe em seu amago leituras racializadas incorporadas as discussões de meio. A metodologia de análise que envolvia o processo de diferenciação e comparação foi marcada também pela hierarquização – de povos e meios. Segundo, como explícito no séc. XIX e início do séc. XX, as categorias raça e meio estavam conectadas entre si e se retroalimentavam, tanto no plano teórico quanto no empírico. Isso demonstra, para o período em questão, a necessidade de analisar ambas conjuntamente, pois, a abordagem de uma ou outra em separado acarreta o risco de uma leitura limitada e parcial de seus usos e efeitos teóricos e práticos na sociedade. Por fim, tomando por base a produção geográfica do limiar do século XX, explícita ou implicitamente, geógrafos e geógrafas abordaram e enfrentaram o tema relações étnico-raciais por décadas, até a virada crítica nos anos de 1980. |
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Inscrições da racialidade no pensamento geográfico (1880 – 1930)Pensamento geográficoQuestão étnico-raciaisRaçaMeioNaçãoRaçaGeografia humanaGeographical thoughtEthnic-racial issueRaceEnvironmentNationO objetivo dessa investigação é analisar as inscrições da racialidade na história do pensamento geográfico. Em outros termos, analisar como a questão étnico-racial foi abordada e operacionalizada a partir de uma perspectiva geográfica. Para isso estabeleço como horizonte temporal as décadas que vão de 1880 a 1930, período que envolve o fim institucional da escravidão, a formação da primeira República e da formação da “Geografia moderna” no Brasil. Demarco como campo de exame a produção de alguns dos pensadores à época, cujas discussões atravessaram e articularam, direta ou indiretamente, a questão étnico-racial e o discurso geográfico. Com isso busco lançar luz sobre outras dimensões da “Geografia moderna”, principalmente sobre sua verve colonial, e, consequentemente, apresento algumas leituras que possibilitem uma visão mais complexa do pensamento geográfico no presente. Ainda, busco tensionar o próprio campo da disciplina no que se refere à presença das relações étnico-raciais. Algo que se pode perceber ao longo dessa pesquisa é, primeiramente, que a formação da Geografia moderna-colonial trouxe em seu amago leituras racializadas incorporadas as discussões de meio. A metodologia de análise que envolvia o processo de diferenciação e comparação foi marcada também pela hierarquização – de povos e meios. Segundo, como explícito no séc. XIX e início do séc. XX, as categorias raça e meio estavam conectadas entre si e se retroalimentavam, tanto no plano teórico quanto no empírico. Isso demonstra, para o período em questão, a necessidade de analisar ambas conjuntamente, pois, a abordagem de uma ou outra em separado acarreta o risco de uma leitura limitada e parcial de seus usos e efeitos teóricos e práticos na sociedade. Por fim, tomando por base a produção geográfica do limiar do século XX, explícita ou implicitamente, geógrafos e geógrafas abordaram e enfrentaram o tema relações étnico-raciais por décadas, até a virada crítica nos anos de 1980.The purpose of this research is to analyze the inscriptions of raciality in the history of geographical thought. In other words, how the ethnic-racial approach was addressed and operated in a geographical perspective. In order to do so, we define as time-horizon the decades ranging from 1880 to 1930, this period involving the institutional end of slavery, the formation of the First Republic and the formation of "Modern Geography" in Brazil. We define as field of analysis the production of specific authors from this moment whose discussions have treated and articulated, directly or indirectly, the ethnic-racial issue and the geographical discourse. The goal here is evidencing other dimensions of "Modern Geography", especially its colonial approach, and thus present some readings that allow a more complex view of geographical thought nowadays. I also try to stress within the discipline field the presence of discussions about ethnic-racial relations. Something that can be seen throughout this research is, first, that the formation of the modern-colonial Geography brought in its corpus connected racial and environmental readings. The analytical methodology involving the differentiation and comparison process was also defined by the hierarchization – of peoples and environments. Second, as explicit in the turning to the 20th century, the race and environment categories were theoretically and empirically connected. It demonstrates, for the period in question, the need to analyze both together, because the approach of either separately entails the risk of a limited and partial reading of their uses and theoretical effects in the society. Finally, we can affirm that, basing in geographical production from the threshold of the twentieth century, geographers continued addressing the theme ethnic-racial relations for decades until a "critical turning" in the 1980s.230 p.Porto-Gonçalves, Carlos WalterMoreira, RuyOliveira, Márcio Piñon deRatts, AlexSantos, Renato Emerson Nascimento dosCirqueira, Diogo Marçal2024-07-30T18:48:32Z2024-07-30T18:48:32Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfCIRQUEIRA, Diogo Marçal. Inscrições da racialidade no pensamento geográfico (1880 – 1930). 230 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2015.https://app.uff.br/riuff/handle/1/33789CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2024-07-30T18:48:36Zoai:app.uff.br:1/33789Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-07-30T18:48:36Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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