Liberdades negras nas paragens do sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/22011 |
Resumo: | Esta pesquisa dedica-se a estudar os padrões de alforria e a inserção social de libertos em Porto Alegre, Rio Grande de São Pedro, nas três primeiras décadas do século XIX. Os escravos, na região pesquisada, estavam presentes em praticamente todas as atividades produtivas. Nesse contexto, a prática da maumissão difundiu-se e ensejou a formação de um importante contingente populacional de libertos. As possibilidades de conquista da alforria eram distintas para os escravos africanos e os nascidos no Brasil. Os primeiros alforriavam-se, sobretudo, através da compra de sua liberdade, possibilitada pela formação de pecúlio, quer individualmente, quer com o auxílio de parentes, amigos e aliados. Os nascidos no Brasil dominavam amplamente as alforrias que não envolviam contrapartida monetária. Verificou-se que essa predominância assentava-se na relação, regulada pela política de domínio paternalista, de maior proximidade entre esses cativos e seus senhores. Entretanto, essa proximidade não significava a ausência de conflitos e tensões , que estavam sempre presentes. Observou-se que as atividades econômicas dos libertos vinculavam-se, sobretudo, ao trabalho na roça, sendo os mais bem sucedidos estabelecidos como lavradores, podendo até tornarem-se pequenos proprietários de escravos. Alguns, através de ofícios e ocupações especializadas também conquistaram certa ascensão econômica. Entretanto, a maioria dos libertos mantinha-se ocupada em atividades semelhantes às dos cativos. As experiências dos ex-escravos eram variadas e sua liberdade sofria restrições. Conviviam com a discriminação racial, expressa na classificação por cores da população livre. Por outro lado, as turbulências políticas e sociais das Guerras Cisplatinas (1811-1828) permitiram que pretos e pardos livres se tornassem soldados de primeira e segunda linha |
id |
UFF-2_b47159fd0690296f0de5aa4f5a8693a8 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:app.uff.br:1/22011 |
network_acronym_str |
UFF-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
repository_id_str |
2120 |
spelling |
Liberdades negras nas paragens do sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835AlforriaSéculo XIXEscravo liberto - aspecto históricoPorto Alegre (RS)Esta pesquisa dedica-se a estudar os padrões de alforria e a inserção social de libertos em Porto Alegre, Rio Grande de São Pedro, nas três primeiras décadas do século XIX. Os escravos, na região pesquisada, estavam presentes em praticamente todas as atividades produtivas. Nesse contexto, a prática da maumissão difundiu-se e ensejou a formação de um importante contingente populacional de libertos. As possibilidades de conquista da alforria eram distintas para os escravos africanos e os nascidos no Brasil. Os primeiros alforriavam-se, sobretudo, através da compra de sua liberdade, possibilitada pela formação de pecúlio, quer individualmente, quer com o auxílio de parentes, amigos e aliados. Os nascidos no Brasil dominavam amplamente as alforrias que não envolviam contrapartida monetária. Verificou-se que essa predominância assentava-se na relação, regulada pela política de domínio paternalista, de maior proximidade entre esses cativos e seus senhores. Entretanto, essa proximidade não significava a ausência de conflitos e tensões , que estavam sempre presentes. Observou-se que as atividades econômicas dos libertos vinculavam-se, sobretudo, ao trabalho na roça, sendo os mais bem sucedidos estabelecidos como lavradores, podendo até tornarem-se pequenos proprietários de escravos. Alguns, através de ofícios e ocupações especializadas também conquistaram certa ascensão econômica. Entretanto, a maioria dos libertos mantinha-se ocupada em atividades semelhantes às dos cativos. As experiências dos ex-escravos eram variadas e sua liberdade sofria restrições. Conviviam com a discriminação racial, expressa na classificação por cores da população livre. Por outro lado, as turbulências políticas e sociais das Guerras Cisplatinas (1811-1828) permitiram que pretos e pardos livres se tornassem soldados de primeira e segunda linhaCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior195 f.NiteróiCastro, Hebe Maria da Costa Mattos Gomes deLara, Silvia HunoldFaria, Sheila Siqueira de CastroAbreu, MarthaGrinberg, KeilaAladrén, Gabriel2021-05-12T14:03:02Z2021-05-12T14:03:02Z2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfALADRÉN, Gabriel. Liberdades negras nas paragens do Sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835. 2008. 196 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2008.https://app.uff.br/riuff/handle/1/22011Aluno de Mestradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-08-08T16:22:01Zoai:app.uff.br:1/22011Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202022-08-08T16:22:01Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Liberdades negras nas paragens do sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835 |
title |
Liberdades negras nas paragens do sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835 |
spellingShingle |
Liberdades negras nas paragens do sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835 Aladrén, Gabriel Alforria Século XIX Escravo liberto - aspecto histórico Porto Alegre (RS) |
title_short |
Liberdades negras nas paragens do sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835 |
title_full |
Liberdades negras nas paragens do sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835 |
title_fullStr |
Liberdades negras nas paragens do sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835 |
title_full_unstemmed |
Liberdades negras nas paragens do sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835 |
title_sort |
Liberdades negras nas paragens do sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835 |
author |
Aladrén, Gabriel |
author_facet |
Aladrén, Gabriel |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Castro, Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Lara, Silvia Hunold Faria, Sheila Siqueira de Castro Abreu, Martha Grinberg, Keila |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Aladrén, Gabriel |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Alforria Século XIX Escravo liberto - aspecto histórico Porto Alegre (RS) |
topic |
Alforria Século XIX Escravo liberto - aspecto histórico Porto Alegre (RS) |
description |
Esta pesquisa dedica-se a estudar os padrões de alforria e a inserção social de libertos em Porto Alegre, Rio Grande de São Pedro, nas três primeiras décadas do século XIX. Os escravos, na região pesquisada, estavam presentes em praticamente todas as atividades produtivas. Nesse contexto, a prática da maumissão difundiu-se e ensejou a formação de um importante contingente populacional de libertos. As possibilidades de conquista da alforria eram distintas para os escravos africanos e os nascidos no Brasil. Os primeiros alforriavam-se, sobretudo, através da compra de sua liberdade, possibilitada pela formação de pecúlio, quer individualmente, quer com o auxílio de parentes, amigos e aliados. Os nascidos no Brasil dominavam amplamente as alforrias que não envolviam contrapartida monetária. Verificou-se que essa predominância assentava-se na relação, regulada pela política de domínio paternalista, de maior proximidade entre esses cativos e seus senhores. Entretanto, essa proximidade não significava a ausência de conflitos e tensões , que estavam sempre presentes. Observou-se que as atividades econômicas dos libertos vinculavam-se, sobretudo, ao trabalho na roça, sendo os mais bem sucedidos estabelecidos como lavradores, podendo até tornarem-se pequenos proprietários de escravos. Alguns, através de ofícios e ocupações especializadas também conquistaram certa ascensão econômica. Entretanto, a maioria dos libertos mantinha-se ocupada em atividades semelhantes às dos cativos. As experiências dos ex-escravos eram variadas e sua liberdade sofria restrições. Conviviam com a discriminação racial, expressa na classificação por cores da população livre. Por outro lado, as turbulências políticas e sociais das Guerras Cisplatinas (1811-1828) permitiram que pretos e pardos livres se tornassem soldados de primeira e segunda linha |
publishDate |
2008 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2008 2021-05-12T14:03:02Z 2021-05-12T14:03:02Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
ALADRÉN, Gabriel. Liberdades negras nas paragens do Sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835. 2008. 196 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2008. https://app.uff.br/riuff/handle/1/22011 Aluno de Mestrado |
identifier_str_mv |
ALADRÉN, Gabriel. Liberdades negras nas paragens do Sul: alforria e inserção social de libertos em Porto Alegre, 1800-1835. 2008. 196 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2008. Aluno de Mestrado |
url |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/22011 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ CC-BY-SA info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ CC-BY-SA |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Niterói |
publisher.none.fl_str_mv |
Niterói |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) instname:Universidade Federal Fluminense (UFF) instacron:UFF |
instname_str |
Universidade Federal Fluminense (UFF) |
instacron_str |
UFF |
institution |
UFF |
reponame_str |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
collection |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF) |
repository.mail.fl_str_mv |
riuff@id.uff.br |
_version_ |
1807838862767030272 |