O canto da sereia: a influência pós-moderna na historiografia fluminense do antigo regime nos trópicos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/14931 |
Resumo: | Dissertação de Mestrado, em Historiografia (cujas principais fontes são bibliográficas), que procurou traçar nexos causais entre o contexto das décadas de 80 e 90 do século XX e a produção historiográfica, entendida em conjunto, de importantes historiadores domiciliados no Estado do Rio de Janeiro: João Fragoso, Manolo Florentino, Maria de Fátima Gouvêa e Maria Fernanda Bicalho (especializados, principalmente, em Brasil colônia), cuja formação acadêmica e início de suas carreiras se deram exatamente neste contexto. Estes historiadores foram concebidos como formando o grupo historiográfico (não se tratando de uma escola historiográfica) denominado por este trabalho como O antigo regime nos trópicos (ART) em alusão ao título de famoso livro organizado por três deles (Fragoso, Gouvêa e Bicalho). Este contexto citado foi entendido como de predominância da pós-modernidade entre alguns ambientes intelectuais, sobretudo do Ocidente. Ainda que estes historiadores não se definam como sendo pós-modernos, e de fato, conforme se defende nesta dissertação, não são historiadores pós -modernos, advoga-se aqui que suas teorias receberam influências de tendências e posturas típicas da pós-modernidade, presentes muitas vezes, por exemplo, no que ficou conhecido, dentre outras coisas, como a história das mentalidades ou a história cultural influenciada por uma antropologia de cunho mais culturalista etc. Em busca de se realizar tais objetivos, foram analisadas as características tanto do contexto pós-moderno quanto das teorias pós-modernas mais importantes (como o radical descrédito para com as perspectivas dadas pelas metateorias etc.), tendo como apoio autores marxistas que já aprofundaram importantes discussões sobre o tema (principalmente David Harvey, Fredric Jameson, Ciro Flamarion Cardoso, Eric Hobsbawm e Perry Anderson). Igualmente, boa parte dos trabalhos dos quatro autores citados como compondo o ART foi cuidadosamente pesquisada, o que proporcionou a identificação das relações entre esta produção e as influências pós-modernas. Um ponto importante da dissertação é o entendimento de que esta relação de influência foi dialética; isto é, que não se trata de um simples determinismo entre estrutura (os contextos em questão) e superestrutura (a produção do ART) específicas. Existiram motivações, tal como define Bourdieu, externas (estruturais) e internas (as subjetividades individuais) na produção simbólica dos historiadores que neste trabalho são objetos de estudo. Deve-se acrescentar que no que diz respeito às influências externas dos citados contextos, Josep Fontana e sua teoria da história, para se historicizar uma produção historiográfica, serviram de importante apoio. É necessário também esclarecer que não se trata da reprodução de um rol de tudo que os historiadores do ART produziram; o estudo historiográfico-bibliográfico foi qualitativo e não quantitativo. O principal critério para utilização qualitativa desta produção foi priorizar seus estudos econômicos, pois se entende que o grosso das críticas realizadas pelo ART foi direcionado às análises econômicas estruturais da sociedade colonial brasileira, sobretudo nos trabalhos publicados por Caio Prado Jr., Celso Furtado, Antônio Fernando Novais, Jacob Gorender e Ciro Flamarion Cardoso; trabalhos de grande influência marxista, tendência intelectual mais atacada pela pós-modernidade. Em função deste critério, estabeleceu-se que os estudos de João Fragoso teriam uma atenção especial devido ao fato deste historiador, em relação aos demais componentes do grupo, ter se dedicado com maior intensidade aos estudos econômicos coloniais |
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