Infecções de corrente sanguínea causadas por citrobacter, enterobacter, serratia, providencia e morganella em pacientes com neoplasia

• Autor(a) principal: Ferreira, Tiago da Cunha
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28453
• topic: Infecção de corrente sanguínea; Beta-lactamase; AmpC; Neoplasia; Neoplasia; Infecção; Circulação sanguínea; Beta-lactamases; Bloodstream Infection; Beta-lactamase; AmpC; Neoplasia

Introdução. As infecções de corrente sanguínea (ICSs) causadas por enterobacterales do grupo CESPM (Citrobacter spp., Enterobacter spp., Serratia spp., Providencia spp. e Morganella spp.) possuem opções terapêuticas limitadas. Os pacientes oncológicos compreendem população particularmente vulnerável às ICSs. Dados sobre as ICSs causadas pelo grupo CESPM são escassos na literatura. Objetivos. Descrever a mortalidade das ICSs por enterobacterales do grupo CESPM e analisar os potenciais fatores determinantes para o óbito em 7 e 30 dias, em pacientes com neoplasia. Materiais e métodos. Estudo de coorte de pacientes com 18 anos ou mais com neoplasia e ICS por enterobacterales do grupo CESPM assistidos no Hospital do Câncer I do Instituto Nacional do Câncer de setembro de 2012 a dezembro de 2017. A avaliação das variáveis potencialmente associadas ao óbito foi feita por análise multivariada por regressão logística. Resultados. Foram incluídos 107 episódios de ICS ocorridos em 103 pacientes. O gênero masculino predominou (n: 69, 67,0%) e a mediana de idade foi de 63 anos (IIQ: 54-70). A maioria dos pacientes apresentou tumor de abdome/pelve (n: 40, 38,8%). A aquisição das ICSs ocorreu principalmente no ambiente hospitalar (n: 75, 70,1%). As ICSs secundárias foram as mais frequentes (n: 58, 54,2%), sendo a maioria (n: 21, 19,6%) dos casos com origem no trato gastrointestinal. As ICSs primárias compreenderam 45,8% dos casos (n: 49), com predominância daquelas associadas aos cateteres vasculares (27,2%). As mortalidades em 7 e 30 dias foram de 9,3% e 21,5%, respectivamente. A espécie do grupo CESPM mais isolada foi Enterobacter spp. (n: 49, 45,4%), seguida de Serratia spp. (n: 34, 31,5%), Morganella spp. (n: 16, 14,9%), Citrobacter spp. (n: 7, 6,5%) e Providencia spp. (n: 2, 1,8%). Dez (9,3%) ICSs foram causadas por germes do grupo CESPM multirresistentes (MDR). Estas foram associadas de maneira independente ao óbito em 7 dias (OR=21,62 IC 95%:1,81-258,51 P=0,01). A monoterapia com piperacilina-tazobactam apresentou tendência de associação para o óbito em 7 (OR=10,46 IC 95%: 0,97-112,91 P=0,05) e 30 dias (OR=2,73 IC 95%:0,96-7,70 P=0,05). Conclusão. As ICSs por enterobacterales do grupo CESPM apresentaram mortalidade elevada portadores de neoplasia. Pela primeira vez as ICSs por enterobacterales do grupo CESPM MDR foram associadas de maneira independente ao óbito em 7 dias. Houve uma tendência de associação da monoterapia com piperacilina-tazobactam e o óbito.