A construção da segregação (ou como o documento inscreve quem é (a)normal)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sanches Neto, Asy Pepe
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10870
Resumo: Enfoca a formação de determinada figura - ou sujeito, em vista da adesão aos enunciados sobre o indivíduo da modernidade - enquanto abjeta e preterida em detrimento à formação de um sujeito padrão. Tal análise foi feita sob a ótica da documentação. Utilizaram-se as noções de regime e de dispositivos de poder em Michel Foucault. Como objeto empírico selecionaram os prontuários médicos do ano de inauguração do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, 1953, localizado em Charitas, Niterói, RJ. Este relato de pesquisa buscou a ampliação do discurso sobre a documentação médica e seus usos na formação de um imaginário sobre o sujeito moderno padrão, típico burguês. Para tanto o caminho teórico-metodológico foi: o lugar do corpo na fala, algumas ideias sobre a forma de organização da sociedade e, como a escrita do outro sob a ótica do discurso médico cria discursos e verdades sobre determinados sujeitos. Contextualiza-se a Ciência da Informação como nosso lugar de fala: ou, mais precisamente, a documentação e esboça a ideia da (a)normalidade dentro de uma lógica/ ou discurso estruturalista. Os resultados empíricos tratam da exposição da documentação médica daquela instituição e, esperava- se que o próprio distanciamento histórico pudesse expor a materialidade discursiva sobre determinada práticas com base no artigo de Michel Foucault "a vida dos homens infames". Nossas conclusões se espraiam para dois sentidos, o primeiro deles refere-se à percepção de que a ideia de informatividade, que geralmente é a utilizada na formulação de importância do discurso da documentação médica, não é o suficiente para compreendê-la enquanto um fenômeno social e, assim, constituído em vista que a documentação encontrada possui muito mais silêncios do que falas. A segunda é que o Hospital Psiquiátrico de Jurujuba é uma instituição pouco estudada e que, assim, uma parte significativa de mecanismos de segregação ficaram totalmente veladas e silenciadas.
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