Variações da termoclina na Bacia de Campos modulada por variação orbitais durante os últimos 50.000 anos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/24225 |
Resumo: | Os estudos oceanográficos vêm sendo amplamente empregados para um maior entendimento das mudanças climáticas da Terra, entretanto no Oceano Atlântico grande parte desses estudos se concentram no hemisfério norte. Ainda existem poucos estudos no Atlântico Sul, principalmente no que diz respeito às variações da camada da termoclina. O presente trabalho teve o objetivo de reconstruir a paleoceanografia da Bacia de Campos nos últimos 50.00 anos, relacionando às variações da camada da termoclina, utilizando como ferramenta assembleias de foraminíferos planctônicos. Para isso foi utilizado o testemunho M125-29 coletado no talude continental da Bacia de Campos. Com o resultado obtido através dos dados de abundância relativa da assembleia foi realizada uma ordenação das espécies, onde duas fases distintas foram identificadas. A primeira fase corresponde ao intervalo entre 50 e 43,4 ka anterior ao presente (AP), na qual a abundância relativa reflete um ambiente marinho mais frio e produtivo, devido a camada da termoclina mais rasa. A segunda fase corresponde ao intervalo de 43,4 ka até o presente, onde as espécies de águas frias e espécies indicadoras de produtividade tem uma queda de abundância, com um aumento das espécies de águas quentes, caracterizando um ambiente mais quente e oligotrófico. Para a reconstrução do posicionamento da termoclina nos últimos 50.000 anos na Bacia de Campos, foi criado o índice IGt+Gs/Gg = Globorotalia truncatulinoides + Globorotalia scitula/(Globorotalia truncatulinoides + Globorotalia scitula + Globigerinita glutinata). O índice criado corroborou as características ambientais observadas na primeira fase. Em contrapartida o índice indicou condições oligotróficas com uma coluna d’água fortemente estratificada, porém com condições mais produtivas ocorrendo entre 14 e 6 ka AP. As interpretações paleoambientais e paleoceanográficas dos dados mostraram que na primeira fase a termoclina mais rasa foi decorrente das condições mais frias do oceano, onde águas da Frente Polar Antártica estavam mais avançadas em direção ao norte nesse período de tempo, além da resposta a alta obliquidade da Terra. A variação da termoclina presente na segunda fase é explicada pela ocorrência dessa alta obliquidade, também nesse período, que resultou em um aumento da insolação em altas latitudes, ocasionando em um derretimento das calotas de gelo que gerou uma injeção de águas frias no Oceano Atlântico Sul, causando a subida da camada da termoclina na Bacia de Campos. |
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Variações da termoclina na Bacia de Campos modulada por variação orbitais durante os últimos 50.000 anosTermoclinaPaleoceanografiaGlacialBacia de CamposForaminíferos planctônicosPaleoceanografiaTermoclinaForaminífero planctônicoBacia de Campos (RJ e ES)ThermoclinePaleoceanographyGlacialCampos BasinPlanktonic ForaminiferaOs estudos oceanográficos vêm sendo amplamente empregados para um maior entendimento das mudanças climáticas da Terra, entretanto no Oceano Atlântico grande parte desses estudos se concentram no hemisfério norte. Ainda existem poucos estudos no Atlântico Sul, principalmente no que diz respeito às variações da camada da termoclina. O presente trabalho teve o objetivo de reconstruir a paleoceanografia da Bacia de Campos nos últimos 50.00 anos, relacionando às variações da camada da termoclina, utilizando como ferramenta assembleias de foraminíferos planctônicos. Para isso foi utilizado o testemunho M125-29 coletado no talude continental da Bacia de Campos. Com o resultado obtido através dos dados de abundância relativa da assembleia foi realizada uma ordenação das espécies, onde duas fases distintas foram identificadas. A primeira fase corresponde ao intervalo entre 50 e 43,4 ka anterior ao presente (AP), na qual a abundância relativa reflete um ambiente marinho mais frio e produtivo, devido a camada da termoclina mais rasa. A segunda fase corresponde ao intervalo de 43,4 ka até o presente, onde as espécies de águas frias e espécies indicadoras de produtividade tem uma queda de abundância, com um aumento das espécies de águas quentes, caracterizando um ambiente mais quente e oligotrófico. Para a reconstrução do posicionamento da termoclina nos últimos 50.000 anos na Bacia de Campos, foi criado o índice IGt+Gs/Gg = Globorotalia truncatulinoides + Globorotalia scitula/(Globorotalia truncatulinoides + Globorotalia scitula + Globigerinita glutinata). O índice criado corroborou as características ambientais observadas na primeira fase. Em contrapartida o índice indicou condições oligotróficas com uma coluna d’água fortemente estratificada, porém com condições mais produtivas ocorrendo entre 14 e 6 ka AP. As interpretações paleoambientais e paleoceanográficas dos dados mostraram que na primeira fase a termoclina mais rasa foi decorrente das condições mais frias do oceano, onde águas da Frente Polar Antártica estavam mais avançadas em direção ao norte nesse período de tempo, além da resposta a alta obliquidade da Terra. A variação da termoclina presente na segunda fase é explicada pela ocorrência dessa alta obliquidade, também nesse período, que resultou em um aumento da insolação em altas latitudes, ocasionando em um derretimento das calotas de gelo que gerou uma injeção de águas frias no Oceano Atlântico Sul, causando a subida da camada da termoclina na Bacia de Campos.CAPESOceanographic studies had been widely used to have a better understanding about climate changes of Earth, however at the Atlantic Ocean large part of those studies focus on north hemisphere. There are still few studies at the south Atlantic, mainly in regards to the changes on the thermocline layer. The goal of the present study was reconstruct the paleoceanography of Campos Basin over the last 50.000 years, relating those changes to the variations on the thermocline layer, using ecologic proxies (assemblages) of planktonic foraminifera. For this was used the core M125-29 that was collected on the continental slop of Campos Basin. With the result obtained through the data of relative abundance of assemblage was fulfilled a species ordination, where two distinct stages were identify. The first stage corresponds to the interval between 50 to 43.4 ky before present (BP), in which the relative abundance reflects a marine environment colder and productive, due the shallower position of the thermocline layer. The second stage corresponds to the interval between 43.4 until the present, where the species of colder water e species that indicated productivity has the abundance lower, with an increase of the hotter water and oligotrophic species. To the reconstruction of the thermocline position over the last 50.000 years in the Campos Basin, was created the ratio RGt+Gs/Gg = Globorotalia truncatulinoides + Globorotalia scitula/(Globorotalia truncatulinoides + Globorotalia scitula + Globigerinita glutinata). The ratio created corroborated with de environmental characteristics observed on the first stage. On the other hand, the ratio indicated oligotrophic conditions with a water column highly stratified, however with conditions of higher productivity occurring between 14 to 6 ky BP. The paleoenvironmental and paleoceanographic interpretations of the data shown that the first stage the shallower thermocline layer was due the colder conditions of the ocean, where the Antarctic Polar Front waters were forward in to the north during this period of time, beyond the response to the high Earth obliquity. The thermocline variation present on the second stage are explained by the occurrence of the high obliquity, also in this period, that result in increase of insolation at high latitudes, causing an snow brake of ice caps witch generated an injection of colder waters in South Atlantic Ocean, provoking the rise of the thermocline layer in Campos Basin54NiteróiAlbuquerque, Ana Luiza SpadanoBelem, André LuisLaut, Lázaro Luiz MattosLessa, Douglas Villela de OliveiraMarroni, Noemi Resende2022-01-19T01:56:24Z2022-01-19T01:56:24Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfMARRONI, Noemi Resende. Variações da termoclina na Bacia de Campos modulada por variação orbitais durante os últimos 50.000 anos. 2019. 54f. Dissertação (Mestrado em Dinâmica dos Oceanos e da Terra) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.http://app.uff.br/riuff/handle/1/24225Aluno de Mestradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-01-19T01:56:28Zoai:app.uff.br:1/24225Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:50:34.455697Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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Os estudos oceanográficos vêm sendo amplamente empregados para um maior entendimento das mudanças climáticas da Terra, entretanto no Oceano Atlântico grande parte desses estudos se concentram no hemisfério norte. Ainda existem poucos estudos no Atlântico Sul, principalmente no que diz respeito às variações da camada da termoclina. O presente trabalho teve o objetivo de reconstruir a paleoceanografia da Bacia de Campos nos últimos 50.00 anos, relacionando às variações da camada da termoclina, utilizando como ferramenta assembleias de foraminíferos planctônicos. Para isso foi utilizado o testemunho M125-29 coletado no talude continental da Bacia de Campos. Com o resultado obtido através dos dados de abundância relativa da assembleia foi realizada uma ordenação das espécies, onde duas fases distintas foram identificadas. A primeira fase corresponde ao intervalo entre 50 e 43,4 ka anterior ao presente (AP), na qual a abundância relativa reflete um ambiente marinho mais frio e produtivo, devido a camada da termoclina mais rasa. A segunda fase corresponde ao intervalo de 43,4 ka até o presente, onde as espécies de águas frias e espécies indicadoras de produtividade tem uma queda de abundância, com um aumento das espécies de águas quentes, caracterizando um ambiente mais quente e oligotrófico. Para a reconstrução do posicionamento da termoclina nos últimos 50.000 anos na Bacia de Campos, foi criado o índice IGt+Gs/Gg = Globorotalia truncatulinoides + Globorotalia scitula/(Globorotalia truncatulinoides + Globorotalia scitula + Globigerinita glutinata). O índice criado corroborou as características ambientais observadas na primeira fase. Em contrapartida o índice indicou condições oligotróficas com uma coluna d’água fortemente estratificada, porém com condições mais produtivas ocorrendo entre 14 e 6 ka AP. As interpretações paleoambientais e paleoceanográficas dos dados mostraram que na primeira fase a termoclina mais rasa foi decorrente das condições mais frias do oceano, onde águas da Frente Polar Antártica estavam mais avançadas em direção ao norte nesse período de tempo, além da resposta a alta obliquidade da Terra. A variação da termoclina presente na segunda fase é explicada pela ocorrência dessa alta obliquidade, também nesse período, que resultou em um aumento da insolação em altas latitudes, ocasionando em um derretimento das calotas de gelo que gerou uma injeção de águas frias no Oceano Atlântico Sul, causando a subida da camada da termoclina na Bacia de Campos. |
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