Idade, crescimento e mortalidade do pargo-rosa Pagrus pagrus (Linnaeus, 1758) no ecossistema da ressurgência de Cabo Frio
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/23880 |
Resumo: | A idade, o crescimento e a mortalidade do pargo-rosa (Pagrus pagrus) foram estudados a partir de exemplares obtidos nos desembarques comerciais da frota de espinhel e linhas-de-fundo em Cabo Frio (RJ) entre janeiro e dezembro de 2017, como parte do Projeto “Multipesca” (FUNBIO). Foram amostrados 784 espécimes, incluindo 362 fêmeas, 332 machos, 79 hermafroditas e 11 classificados como indeterminados. Fêmeas variaram entre 209 - 620mm e machos entre 219 - 560mm CT. Não foi observada diferença significativa entre os parâmetros da relação comprimento-peso para machos e fêmeas. A proporção sexual de fêmeas por machos foi de 1,09 (F:M) e embora as fêmeas tenham sido significativamente mais abundantes em quase todos os meses do ano, não houve padrão evidente. Fêmeas predominaram na maioria das classes de tamanho. Dentre os 713 pares de otólitos (sagittae) obtidos, 600 foram medidos, pesados e utilizados na análise das relações entre as dimensões dos otólitos e o tamanho do peixe. Os otólitos foram seccionados, observados sob luz refletida e fotografados. Dos 565 otólitos lidos, 46,08% foram classificados como legíveis bom ou ótimos e 10,85 % foram ilegíveis. O grau de legibilidade dos otólitos correlacionou-se de forma mais evidente com a idade do que com seu comprimento total do peixe. Foram observadas idades entre 2 e 12 anos em fêmeas e entre 2 e 9 anos em machos. Os valores médios do Coeficiente de Variação e Erro Médio Percentual indicaram pouca variabilidade no número de anéis entre as três leituras realizadas. As correlações entre as dimensões dos otólitos de machos e fêmeas foram significativas (p<0,05) e o raio do otólito foi linearmente correlacionado com o comprimento total do peixe (machos: r=0,79; fêmeas: r=0,88). A validação a partir do incremento marginal mensal e da análise do tipo de borda indicou a formação de anéis anuais durante a primavera-verão. Os parâmetros estimados a partir do modelo de von Bertalanffy foram: Fêmeas: L(t) = 470,3.[1-e-0,268(t-(-0,04))]; machos: L(t) = 409,3.[1-e-0,379(t-(-0,04))] e todos os exemplares: L(t)= 428,1.[1-e-0,356(t-(-0,10))]. O índice de performance de crescimento calculado para ambos os sexos e todos os espécimes foi de 4,8. Foram estimados valores de mortalidade, sendo a total (Z) entre 0,70 e 0,84 ano-1, natural (M) entre 0,43 e 0,55 ano-1, por pesca (F) entre 0,27 e 0,37 ano-1. A taxa de explotação (E) variou entre 0,34 e 0,44. Os dados obtidos no presente estudo através da leitura de otólitos seccionados geraram informações detalhadas a respeito da situação do estoque do pargo-rosa na região de Cabo Frio (RJ) que poderão subsidiar políticas de conservação da espécie. |
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Idade, crescimento e mortalidade do pargo-rosa Pagrus pagrus (Linnaeus, 1758) no ecossistema da ressurgência de Cabo FrioOtólitoSparidaeDinâmica de populaçõesManejoGeociênciasCabo Frio (RJ)OtolithSparidaePopulation dynamicsManagementA idade, o crescimento e a mortalidade do pargo-rosa (Pagrus pagrus) foram estudados a partir de exemplares obtidos nos desembarques comerciais da frota de espinhel e linhas-de-fundo em Cabo Frio (RJ) entre janeiro e dezembro de 2017, como parte do Projeto “Multipesca” (FUNBIO). Foram amostrados 784 espécimes, incluindo 362 fêmeas, 332 machos, 79 hermafroditas e 11 classificados como indeterminados. Fêmeas variaram entre 209 - 620mm e machos entre 219 - 560mm CT. Não foi observada diferença significativa entre os parâmetros da relação comprimento-peso para machos e fêmeas. A proporção sexual de fêmeas por machos foi de 1,09 (F:M) e embora as fêmeas tenham sido significativamente mais abundantes em quase todos os meses do ano, não houve padrão evidente. Fêmeas predominaram na maioria das classes de tamanho. Dentre os 713 pares de otólitos (sagittae) obtidos, 600 foram medidos, pesados e utilizados na análise das relações entre as dimensões dos otólitos e o tamanho do peixe. Os otólitos foram seccionados, observados sob luz refletida e fotografados. Dos 565 otólitos lidos, 46,08% foram classificados como legíveis bom ou ótimos e 10,85 % foram ilegíveis. O grau de legibilidade dos otólitos correlacionou-se de forma mais evidente com a idade do que com seu comprimento total do peixe. Foram observadas idades entre 2 e 12 anos em fêmeas e entre 2 e 9 anos em machos. Os valores médios do Coeficiente de Variação e Erro Médio Percentual indicaram pouca variabilidade no número de anéis entre as três leituras realizadas. As correlações entre as dimensões dos otólitos de machos e fêmeas foram significativas (p<0,05) e o raio do otólito foi linearmente correlacionado com o comprimento total do peixe (machos: r=0,79; fêmeas: r=0,88). A validação a partir do incremento marginal mensal e da análise do tipo de borda indicou a formação de anéis anuais durante a primavera-verão. Os parâmetros estimados a partir do modelo de von Bertalanffy foram: Fêmeas: L(t) = 470,3.[1-e-0,268(t-(-0,04))]; machos: L(t) = 409,3.[1-e-0,379(t-(-0,04))] e todos os exemplares: L(t)= 428,1.[1-e-0,356(t-(-0,10))]. O índice de performance de crescimento calculado para ambos os sexos e todos os espécimes foi de 4,8. Foram estimados valores de mortalidade, sendo a total (Z) entre 0,70 e 0,84 ano-1, natural (M) entre 0,43 e 0,55 ano-1, por pesca (F) entre 0,27 e 0,37 ano-1. A taxa de explotação (E) variou entre 0,34 e 0,44. Os dados obtidos no presente estudo através da leitura de otólitos seccionados geraram informações detalhadas a respeito da situação do estoque do pargo-rosa na região de Cabo Frio (RJ) que poderão subsidiar políticas de conservação da espécie.A total of 764 red porgy (Pagrus pagrus) landed from the longline and bottom hand-line commercial fishery at Cabo Frio (RJ) were sampled between January and December 2017 as part of the "Multipesca” project (FUNBIO) to assess their age, growth and mortality. Samples included 362 females, 332 males, 79 hermaphrodites and 11 classified as indeterminate. Females and males ranged, respectively, between 209 - 620mm and 219 - 560mm TL. The length-weight relationships of females and males did not differ statistically. Sex ratio for females per males was 1.09 (F:M) and although females were more abundant throughout the year, there was no evident pattern. Females were predominant in most size classes. Among the 713 pairs of otoliths (sagittae) obtained, 600 were measured and weighted and the relationships between otolith dimensions and fish length were analyzed. Otoliths were sectioned, viewed using reflected light and photographed. From the 565 otoliths read, 46.08% were classified as legible good or optimal and 10.85% were illegible. The degree of readability more clearly related to age than to fish length. Observed ages ranged between 2 and 12 years in females and 2 and 9 years in males. The average percent error and the coefficient of variation indicated low variability in ring number in the three independent readings. Otolith radius was found to be linearly related to fish length and significant correlations was detected between otolith dimensions and fish length either in males or females. Validation using monthly marginal increment and the analysis of edge type indicated annual rings forming in spring-summer. The parameters estimated from the von Bertalanffy model were: Females: Lt = 470.3 [1-e -0.268(t-(-0.04))]; males: Lt = 409.3. [1-e -0.379(t- (-0.04))] and all specimens: Lt = 428.1 [1-e -0.356(t -0,1))]. The growth performance index calculated for both sexes and all specimens was 4.8. The total mortality (Z) estimated was between 0.70 and 0.84 year-1 , the natural mortality (M) between 0.43 and 0.55 year 1 , mortality by fishery (F) between 0.27 and 0.37 year-1 . The exploitation rate (E) ranged between 0.34 and 0.44. The data obtained in the present study through the reading of sectioned otoliths generated detailed information about the situation of the red porgy stock in the region of Cabo Frio (RJ), which may subsidize the species conservation policies.72f.NiteróiCosta, Paulo Alberto Silva daCosta, Marcus Rodrigues daTubino, Rafael de AlmeidaVieira, Juliana Monteiro da Silva2021-12-09T22:25:04Z2021-12-09T22:25:04Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfVIEIRA, Juliana Monteiro da Silva. Idade, crescimento e mortalidade do pargo-rosa Pagrus pagrus (Linnaeus, 1758) no ecossistema da ressurgência de Cabo Frio. Dissertação (Mestrado em Dinâmica dos Oceanos e da Terra)-Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018. Orientador: Paulo Alberto Silva da Costa.https://app.uff.br/riuff/handle/1/23880Aluno de Mestradohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-12-09T22:25:04Zoai:app.uff.br:1/23880Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:12:59.528462Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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A idade, o crescimento e a mortalidade do pargo-rosa (Pagrus pagrus) foram estudados a partir de exemplares obtidos nos desembarques comerciais da frota de espinhel e linhas-de-fundo em Cabo Frio (RJ) entre janeiro e dezembro de 2017, como parte do Projeto “Multipesca” (FUNBIO). Foram amostrados 784 espécimes, incluindo 362 fêmeas, 332 machos, 79 hermafroditas e 11 classificados como indeterminados. Fêmeas variaram entre 209 - 620mm e machos entre 219 - 560mm CT. Não foi observada diferença significativa entre os parâmetros da relação comprimento-peso para machos e fêmeas. A proporção sexual de fêmeas por machos foi de 1,09 (F:M) e embora as fêmeas tenham sido significativamente mais abundantes em quase todos os meses do ano, não houve padrão evidente. Fêmeas predominaram na maioria das classes de tamanho. Dentre os 713 pares de otólitos (sagittae) obtidos, 600 foram medidos, pesados e utilizados na análise das relações entre as dimensões dos otólitos e o tamanho do peixe. Os otólitos foram seccionados, observados sob luz refletida e fotografados. Dos 565 otólitos lidos, 46,08% foram classificados como legíveis bom ou ótimos e 10,85 % foram ilegíveis. O grau de legibilidade dos otólitos correlacionou-se de forma mais evidente com a idade do que com seu comprimento total do peixe. Foram observadas idades entre 2 e 12 anos em fêmeas e entre 2 e 9 anos em machos. Os valores médios do Coeficiente de Variação e Erro Médio Percentual indicaram pouca variabilidade no número de anéis entre as três leituras realizadas. As correlações entre as dimensões dos otólitos de machos e fêmeas foram significativas (p<0,05) e o raio do otólito foi linearmente correlacionado com o comprimento total do peixe (machos: r=0,79; fêmeas: r=0,88). A validação a partir do incremento marginal mensal e da análise do tipo de borda indicou a formação de anéis anuais durante a primavera-verão. Os parâmetros estimados a partir do modelo de von Bertalanffy foram: Fêmeas: L(t) = 470,3.[1-e-0,268(t-(-0,04))]; machos: L(t) = 409,3.[1-e-0,379(t-(-0,04))] e todos os exemplares: L(t)= 428,1.[1-e-0,356(t-(-0,10))]. O índice de performance de crescimento calculado para ambos os sexos e todos os espécimes foi de 4,8. Foram estimados valores de mortalidade, sendo a total (Z) entre 0,70 e 0,84 ano-1, natural (M) entre 0,43 e 0,55 ano-1, por pesca (F) entre 0,27 e 0,37 ano-1. A taxa de explotação (E) variou entre 0,34 e 0,44. Os dados obtidos no presente estudo através da leitura de otólitos seccionados geraram informações detalhadas a respeito da situação do estoque do pargo-rosa na região de Cabo Frio (RJ) que poderão subsidiar políticas de conservação da espécie. |
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