“Se chover demais é ruim para plantação”: vivências atmosféricas das crianças em Feira de Santana, Bahia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Danusa da Purificação
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23385
Resumo: Esta tese teve como objetivo compreender as vivências atmosféricas das crianças, suas lógicas e autorias a partir das espacialidades em que estão inseridas. Algumas questões se apresentaram como indagações que a originaram, entre as quais destacamos: como emergem e se forjam as vivências atmosféricas das crianças a partir das suas vidas cotidianas? Como as crianças, na mediação com as outras pessoas presentes em suas redes socioespaciais, constroem suas aprendizagens, seu desenvolvimento e suas vivências atmosféricas? Quais lógicas e autorias emergem das conversas com as crianças sobre as culturas atmosféricas? Para tanto, dialogou-se com teorias, como a histórico-cultural de Vigotski e seu círculo e com o próprio conceito de cultura, por meio de autores como Carlos Rodrigues Brandão e Clifford Geertz. Além disso, referenciamo-nos nos postulados do campo de Estudos da infância, com especial enfoque na Geografia da Infância, uma vez que esta considera as vivências das crianças a partir da unidade pessoa, sociedade e natureza. Metodologicamente, utilizou-se de rodas de conversas envolvendo não apenas as crianças, mas também alguns adultos. Além das narrativas, diversas atividades foram desenvolvidas com o objetivo de compreender as questões levantadas. Exercitando a escuta sensível, baseada nos princípios traçados por Barbier, teve-se por opção desenvolver uma “pesquisa com”, reconhecendo o caráter autoral e enunciativo do ser humano. Os encontros ocorreram entre os anos de 2018 e 2019, com crianças de Ensino Fundamental em escolas públicas municipais de Feira de Santana. O primeiro campo ocorreu no CEB-UEFS (bairro Cidade Nova) com três (03) turmas de 6o ano, e o segundo campo, no Distrito da Matinha, em duas (02) escolas: EMCFS (Povoado de Olhos d’água das Moças) e EMRMEL (Sede do distrito), em turmas de 5o ano. O registro de campo foi através de fotos, filmagens e notas escritas em caderno de campo. Pode-se compreender, através das múltiplas linguagens infantis apresentadas, como as vivências atmosféricas das crianças vão muito além desses conteúdos clássicos, reduzidos, muitas vezes, a dois termos no espaço escolar: o tempo e o clima, percebendo-se uma educação que não se processa apenas em instituições escolares, mas na vida em sua plenitude. As vivências atmosféricas se fazem de forma muito ampliadas, mobilizando muitos segmentos das vidas infantis, em uma produção do mundo e do ser humano no mundo. Para evidenciar e destacar essa amplitude, ao final apresentamos o “Atlas das Vivências Atmosféricas das Crianças”, dividido em seis capítulos: 1. Cartas a um amigo: Percepção sensível do tempo atmosférico; 2. Se chover demais é ruim para plantação - Cartografia com crianças; 3. Vivências atmosféricas e as frutas: autoria das crianças; 4. Ditos populares: um encontro da cultura popular com a vida cotidiana das crianças; 5. Pequeno glossário: saberes atmosféricos e da vida das crianças e 6. Receitas tradicionais com frutas: tradições culturais da Matinha – Feira de Santana Bahia
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Quais lógicas e autorias emergem das conversas com as crianças sobre as culturas atmosféricas? Para tanto, dialogou-se com teorias, como a histórico-cultural de Vigotski e seu círculo e com o próprio conceito de cultura, por meio de autores como Carlos Rodrigues Brandão e Clifford Geertz. Além disso, referenciamo-nos nos postulados do campo de Estudos da infância, com especial enfoque na Geografia da Infância, uma vez que esta considera as vivências das crianças a partir da unidade pessoa, sociedade e natureza. Metodologicamente, utilizou-se de rodas de conversas envolvendo não apenas as crianças, mas também alguns adultos. Além das narrativas, diversas atividades foram desenvolvidas com o objetivo de compreender as questões levantadas. Exercitando a escuta sensível, baseada nos princípios traçados por Barbier, teve-se por opção desenvolver uma “pesquisa com”, reconhecendo o caráter autoral e enunciativo do ser humano. Os encontros ocorreram entre os anos de 2018 e 2019, com crianças de Ensino Fundamental em escolas públicas municipais de Feira de Santana. O primeiro campo ocorreu no CEB-UEFS (bairro Cidade Nova) com três (03) turmas de 6o ano, e o segundo campo, no Distrito da Matinha, em duas (02) escolas: EMCFS (Povoado de Olhos d’água das Moças) e EMRMEL (Sede do distrito), em turmas de 5o ano. O registro de campo foi através de fotos, filmagens e notas escritas em caderno de campo. Pode-se compreender, através das múltiplas linguagens infantis apresentadas, como as vivências atmosféricas das crianças vão muito além desses conteúdos clássicos, reduzidos, muitas vezes, a dois termos no espaço escolar: o tempo e o clima, percebendo-se uma educação que não se processa apenas em instituições escolares, mas na vida em sua plenitude. As vivências atmosféricas se fazem de forma muito ampliadas, mobilizando muitos segmentos das vidas infantis, em uma produção do mundo e do ser humano no mundo. Para evidenciar e destacar essa amplitude, ao final apresentamos o “Atlas das Vivências Atmosféricas das Crianças”, dividido em seis capítulos: 1. Cartas a um amigo: Percepção sensível do tempo atmosférico; 2. Se chover demais é ruim para plantação - Cartografia com crianças; 3. Vivências atmosféricas e as frutas: autoria das crianças; 4. Ditos populares: um encontro da cultura popular com a vida cotidiana das crianças; 5. Pequeno glossário: saberes atmosféricos e da vida das crianças e 6. Receitas tradicionais com frutas: tradições culturais da Matinha – Feira de Santana BahiaThis thesis aimed to understand the atmospheric experiences of children, their logic and authorship from the spatiality in which they are inserted. Some questions were presented as questions that originated it, among which we highlight: How do children's atmospheric experiences emerge and forge from their daily lives? How do children, in mediation with other people present in their socio-spatial networks, build their learning, development and atmospheric experiences? What logic and authorship emerge from conversations with children about atmospheric cultures? Therefore, it dialogued with theories such as Vigotski's cultural-historical and his circle and with the very concept of culture, through authors such as Carlos Rodrigues Brandão and Clifford Geertz. In addition, we refer to the postulates of the field of Childhood Studies, with a special focus on the Geography of Childhood, since it considers the experiences of children from the unity of person, society and nature. Methodologically, conversation circles were used, involving not only children, but also some adults. In addition to the narratives, several activities were developed with the aim of understanding the issues raised. Exercising sensitive listening, based on the principles outlined by Barbier, the option was to develop a “research with”, recognizing the authorial and enunciative character of the human being. The meetings took place between 2018 and 2019, with elementary school children in municipal public schools in Feira de Santana. The first field took place at CEB-UEFS (Cidade Nova neighborhood) with three (03) 6th grade classes and the second field, in the District of Matinha, in two (02) schools: EMCFS (Povoado de Olhos d'água das Moças) and EMRMEL (District Headquarters), in 5th grade classes. The field record was through photos, footage and notes written in a field notebook. It is possible to understand, through the multiple children's languages presented, how the atmospheric experiences of children go far beyond these classic contents, often reduced to two terms in the school space: time and climate, realizing an education that does not it takes place only in educational institutions, but in life in its fullness. Atmospheric experiences are made in a very broad way, mobilizing many segments of children's lives, in a production of the world and of the human being in the world. To show and highlight this amplitude, at the end we present the “Atlas of Children's Atmospheric Experiences”, divided into six chapters: 1.Letters to a friend: Sensitive perception of atmospheric weather; 2. If it rains too much it is bad for planting - Cartography with children; 3. Atmospheric experiences and fruits: children's authorship; 4. Popular sayings: an encounter between popular culture and children's daily lives; 5. Small glossary: atmospheric and children's life knowledge and 6. Traditional fruit recipes: cultural traditions of Matinha – Feira de Santana Bahia281 f.Lopes, Jader Janer MoreiraMello, Marisol Barenco deMaia, Diego CorrêaCosta, Bruno Muniz FigueiredoSantos, Rosangela LealRodrigues, Danusa da Purificação2021-09-28T15:34:18Z2021-09-28T15:34:18Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfRODRIGUES, Danusa da Purificação. “Se chover demais é ruim para plantação”: Vivências atmosféricas das crianças em Feira de Santana – Bahia. 2021. 281 f. 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