Alta variabilidade e controles da bacia de drenagem à acumulação de carbono orgânico recente em lagos de várzea da Amazônia

• Autor(a) principal: Nogueira, Leonardo Amora
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29165
• topic: Planícies de Inundação; Lago; Acumulação recente de carbono orgânico; Bacia Amazônica; Lago de várzea; Hidrologia; Carbono orgânico; Planície de inundação; Amazon Floodplain; Lake; Carbon burial; Cover and use; Amazon Basin

A planície inundada na Amazônia (várzea) é uma das principais áreas ativas em atividades biológicas e na ciclagem de carbono (C) no planeta. Os lagos de várzea na Amazônia recebem anualmente carbono orgânico (Corg) advindos da floresta e da produção aquática, acumulando uma parcela potencialmente importante de matéria orgânica (MO) não mineralizada a gases do efeito estufa. Os controles da área de captação sobre as taxas de acumulação recente de Corg (TAC) em ambientes de deposição (p. e. sedimentos lacustres) ainda são pouco conhecidos, apesar de seu papel importante no ciclo global do C. No presente estudo foram utilizados produtos de RADAR (ASAR Global Monitoring Mode/ESA) e de satélite óptico de imagens (Moderate-Resolution Imaging Spectroradiometer/USGS), representando momentos mais próximos às médias históricas de nível de água (23 anos) para cada grande rio. O objetivo foi avaliar a relação entre os controles da área de entorno (morfometria e uso e cobertura) e a TAC (últimos 100 anos), derivados da datação do 210Pb em lagos de várzea da Amazônia (N = 12). Complementarmente foi compilado um banco de dados maior sobre a TAC ao longo de um gradiente latitudinal em lagos naturais (N = 188). Os resultados indicaram valores de TAC com grande variabilidade entre os lagos de várzea da Amazônia, refletindo nos controles de captação sobre esta variável. A conservação da área com pelo menos 12km de raio em torno de cada lago é sugerida para preservar o potencial papel de acumulação de C nestes ecossistemas, o que pode ser mais elevado em áreas de captação elípticas. Os sedimentos lacustres na várzea amazônica podem representar sumidouros de C globais significativos, com TAC atingindo em média 214,5 (± 56,42) g C m-2 ano-1 ou em torno de 05 e 23 vezes mais elevadas do que os de latitudes médias e altas, respectivamente. Portanto, os controles de captação podem determinar mudanças no sumidouro C de extensas planícies de inundação em baixas latitudes - um componente importante do ciclo global de C que ainda precisa de mais informações.